Gênesis 21 — Comentário Evangélico
Gênesis 21: O Teste do SENHOR
Satanás tenta-nos para que exponhamos o pior de nós, mas Deus testa-nos a fim de nos ajudar a trazer à tona o melhor de nós. Veja Tiago 1:12-15. Os testes mais difíceis não vêm das pessoas, mas do Senhor, contudo sempre são acompanhados das bênçãos mais excelentes. Deus nunca testou Ló dessa forma. Ele viveu de um modo tão baixo que Sodoma e o mundo o testaram. Deus, para sua glória, faz os maiores testes com o santo que caminha mais próximo do Senhor.
A lição tipológica
Esse evento é um exemplo maravilhoso de Cristo: o único Filho que queria dar a vida para agradar seu Pai. Isaque e Cristo eram filhos prometidos; os dois nasceram de forma milagrosa (claro que Cristo nasceu da virgem Maria e não tinha pecado); os dois trouxeram júbilo ao coração do pai; os dois nasceram no momento determinado por Deus. Os dois foram perseguidos pelos irmãos e foram obedientes até a morte. Crucificaram Cristo entre dois ladrões, e dois jovens foram com Isaque (v. 3). Isaque questionou seu pai; Jesus perguntou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste" (Mt 27:46). E claro que, no fim, Cristo morreu, enquanto Isaque foi poupado. Entretanto, na visão de Deus, Isaque "morreu". Hebreus11:19 diz que "figuradamente" (isto é, simbolicamente) Isaque levantou da morte. O versículo 19 indica que Abraão retornou até os servos que esperavam, mas não diz nada a respeito de Isaque. Isso também é um exemplo: pois na próxima vez que vemos Isaque, ele está recebendo sua noiva (24:62ss). Da mesma forma, Cristo deu-se na cruz, voltou ao céu e, um dia, retornará para receber sua noiva, a igreja.
A lição prática
A fé verdadeira sempre é testada. É óbvio que Deus não queria a vida de Isaque; ele queria o coração de Abraão. Abraão amava Isaque, e Deus quis certificar-se de que ele não era um ídolo entre ele e Abraão. É possível que Abraão tenha feito aquilo porque achava que era Isaque quem cumpriria a promessa, e não por confiar em Deus. Como Abraão passou nesse teste? Graças ao fato de ele ter confiado nas promessas de Deus (Hb 11:17- 19). Deus prometera que Abraão teria muitos descendentes, e essa promessa não poderia ser cumprida, a menos que Isaque vivesse ou que Deus o ressuscitasse dos mortos. Abraão sabia que Deus não mentiria, portanto ele confiou em sua Palavra imutável. "Não duvide na escuridão do que Deus lhe disse a plena luz." Abraão obedeceu sem demora. Se fizermos o que Deus nos ordena fazer, ele revelará o próximo estágio no momento certo. A resposta de Deus nunca chega com um segundo de atraso! Deus providenciou um carneiro no exato momento em que foi necessário. Por isso, Abraão chamou o local de "O Senhor Proverá" — o Senhor proverá o que for preciso!
A lição profética
Esse evento se deu no monte Moriá (Ge 22:2), onde, no fim, se construiu o templo (2 Cr 3:1). Isaque perguntara: "Onde está o cordeiro?", mas Deus providenciou um carneiro. A resposta à pergunta dele veio na pessoa de Cristo: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1:29). Abraão disse: "No monte do Senhor se proverá" (v. 14); Cristo foi visto no templo e depois sacrificado no monte Calvário. Veja também João 8:56.
A lição doutrinária
Tiago 2:14-26 discute a relação entre fé e obras, e Tiago usa esse evento para ilustrar seu ponto principal: prova-se sempre a verdadeira fé por meio da obediência. Observe a tradução exata de Tiago 2:21: "Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?". Abraão não foi salvo quando ofereceu Isaque, mas anos antes quando confiou na promessa de Deus (Gn 15:6). Tiago não nos diz que somos salvos por meio de obras ou de sacrifícios, mas a prova de que possuímos a fé salvadora é uma vida de obediência (veja Rm 4:1-5 e Gl 3:6ss).
Esses dois capítulos contrastam um com o outro, pois em um deles temos um funeral, e no outro, um casamento. A terra de Canaã é "terra de montes e de vales" (Dt 11:11); a vida cristã tem mágoas e alegrias. Contudo, Abraão, nas duas situações, caminhou pela fé (Hb 11:13-17). O capítulo 23 mostra Abraão como um lamentador, como alguém que lamenta, contudo não "como os demais, que não têm esperança" (1 Ts 4:13ss). Que testemunho ele dava diante de seus vizinhos perdidos! Como o sepultamento de Sara foi diferente dos sepultamentos pagãos da época. Que estranho o fato de que o primeiro pedaço de terra que Abraão possuiu em Canaã fosse um túmulo! Gênesis 49:31-33 indica que, no fim, seis pessoas foram enterradas lá. Observe também com que cuidado Abraão lidava com seus assuntos de negócios, certificando-se de que tudo fosse feito "com decência e ordem". É vergonhoso que crentes efetuem transações de negócios questionáveis, especialmente com aqueles que são perdidos.
Vamos nos concentrar no capítulo 24, que é rico em lições espirituais. Temos três exemplos maravilhosos em Abraão, em seu servo e em Rebeca.
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