Explicação de Deuteronômio 12

Deuteronômio 12 enfoca a adoração adequada e a centralização da adoração para os israelitas quando eles entram na Terra Prometida. Moisés os instrui a destruir todos os locais de adoração pagã e estabelecer um santuário central onde o nome de Deus habitará. Ele enfatiza que sacrifícios e ofertas devem ser trazidos apenas para este local designado, contrastando com as práticas das nações vizinhas. Moisés também destaca a importância de evitar a idolatria e seguir os mandamentos de Deus ao se estabelecerem na terra.

Moisés descreve ainda as regras para comer carne, estipulando que os animais devem ser oferecidos como sacrifícios no santuário central. Ele enfatiza a proibição de consumir sangue e pede a observância dos dízimos e ofertas. Moisés incentiva os israelitas a se regozijarem perante o Senhor, enfatizando que eles terão fartura quando seguirem Seus mandamentos. Ele também adverte contra seguir as práticas das nações pagãs, reiterando a importância de aderir aos estatutos de Deus.

Explicação

Estatutos de Adoração (Cap. 12)
12:1–3 Quando eles entrassem na terra, o povo de Deus deveria destruir todos os ídolos e santuários de ídolos, todos os lugares onde uma falsa adoração havia sido praticada. As imagens de madeira (Heb. ashērîm) eram símbolos de uma divindade feminina. Os pilares simbolizavam Baal, a divindade masculina.

12:4–14 Deus separaria um lugar para adoração, um lugar onde sacrifícios e ofertas deveriam ser trazidos. Este lugar foi o primeiro lugar onde o tabernáculo foi montado (Shiloh-Josh. 18:1) e mais tarde onde o templo foi erguido (Jerusalém). Somente neste local designado foi aprovado o culto. O centro de adoração do cristão é uma Pessoa, o Senhor Jesus Cristo, a manifestação visível da Divindade invisível. Deus havia negligenciado certas irregularidades no deserto que não deveriam ser praticadas na terra de Canaã (vv. 8, 9).

12:15–28 Em Levítico 17:3, 4, Deus havia ordenado que quando qualquer animal de sacrifício, como um boi, ovelha ou cabra, fosse morto, deveria ser levado ao tabernáculo. Agora que o povo estava prestes a se estabelecer em Canaã, a lei deveria ser mudada. A partir de então os judeus podiam matar e comer animais domésticos comumente usados para sacrifícios, assim como comiam a gazela e o veado (animais limpos que não eram usados para sacrifícios). Essa permissão foi concedida tanto aos cerimonialmente impuros quanto aos puros. No entanto, eles foram repetidamente advertidos a não comer o sangue, porque o sangue é a vida da carne e a vida pertence a Deus.

12:29–32 Os israelitas foram solenemente advertidos a nem mesmo investigar as práticas idólatras dos pagãos, para que não fossem tentados a introduzir essas práticas perversas na adoração do verdadeiro Deus. O versículo 31 refere-se às práticas horríveis associadas à adoração de Moloque e Quemós. No NT, Paulo nos diz que a força motivadora por trás da idolatria é demoníaca (1 Coríntios 10:20). Devemos nos maravilhar com a crueldade e degradação da idolatria quando percebemos sua verdadeira natureza? O fato de o coração humano gravitar em direção a esse tipo de escuridão mais prontamente do que buscar a luz do verdadeiro Deus é ilustrado pela nação a quem Deuteronômio é endereçado. Salomão, o terceiro rei de Israel, realmente construiu um altar para Quemós e Moloque bem em Jerusalém, a cidade onde o Senhor havia colocado Seu nome (1 Reis 11:7).

Notas Adicionais

Caps. 12-26 Essa seção consiste de estatutos e ordenanças (12.1) que Moisés apresentou para a vida religiosa, civil, social e doméstica em Canaã.

Cap. 12 Israel só deveria adorar no lugar escolhido por Deus. Moisés exigiu a destruição de todo santuário idólatra (1-3), restringiu a adoração ao santuário central (4-14), deixou regulamentos acerca dos sacrifícios e da matança dos animais para alimentação (15-28) e advertiu contra a imitação às práticas idólatras (29-32).

12.2 Destruireis por completo. Também na vida crista não pode haver qualquer transigência para com o mal (2 Co 6.14-17).

12.4-14 Tinha de haver um lugar particular para adorar a Deus. A ausência, do nome do lugar evidencia uma data mais antiga para Deuteronômio. Jerusalém não é mencionada no Pentateuco, e tampouco foi escolhida como local do santuário central, senão muito depois de Moisés. O fato de que Deus não indicou, nessa ocasião, o lugar do santuário, nos ensina que a orientação dada pelo Senhor, geralmente, é passo a passo, e que precisamos olhar continuamente para Ele. Note-se também o contraste entre a ênfase do Antigo Testamento sobre um lugar, e a ênfase do Novo Testamento sobre uma pessoa (Jo 4.20-26).

12.5 Ali pôr o seu nome. Embora a habitação do Senhor seja o céu (1 Rs 8.27-30), seu nome no qual se manifesta sua pessoa ou natureza, representado no santuário, e nesse sentido a sua habitação está ali (11).

12.7 Vos alegrareis. Isso é repetido em 12.12, 18; 14.26, 16.11, 14; 26.11; 27.7. A alegria é parte importante da religião cristã, cf. Jo 15.11; Fp 3.1; 4.4.

12.10 Descanso. Somente quando Israel descansou, nos dias de Salomão e Davi (2 Sm 7.1; 1 Rs 5.4), é que Deus escolheu a Jerusalém como o local de Sua casa (1 Rs 3.1; 8.44). Antes disso, Silo servira temporariamente como lugar de adoração (Jr 7.12).

12.15-28 É feita a distinção entre os animais oferecidos em sacrifício e os abatidos como alimento. Quando Israel entrasse em Canaã muitos morariam a uma grande distância do santuário central. Tiveram, portanto, permissão para matar animais que precisasse para si mesmos, sem trazerem uma das partes para o santuário. No caso de sacrifício, o sangue teria que ser apresentado no santuário, Lv 17.1-9.

12.16 O sangue não comerás. o sangue, como elemento primordial e símbolo da vida, é tratado com um grande respeito em todo o Antigo Testamento (cf. Gn 9.4-6), muito particularmente em relação à aliança e ao sacrifício, como tipo de expiação de Cristo (cf. Lv 16; Hb 9.12-14; 1 Pe 1.18, 19; Lv 17.11 n).

12.30 Como serviram... aos seus deuses. Entre os pagãos é frequente admitir-se uma íntima relação entre uma terra e os deuses que os seus habitantes adoraram (cf. 2 Rs 17.26, 27). Os israelitas seriam levados a pensar do mesmo modo e a temer os deuses de Canaã. • N. Hom. Natureza da adoração autêntica: 1) Deve ser exclusiva e distinta (231); 2) Deve ser cheia de alegria (7, 12).

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