Explicação de Deuteronômio 30

Deuteronômio 30 continua com a mensagem de Moisés aos israelitas, discutindo a possibilidade de arrependimento e restauração mesmo depois de terem experimentado as consequências da desobediência. Ele explica que se os israelitas se voltarem para Deus de todo o coração e alma, Ele os reunirá de sua dispersão e os restaurará em sua terra. Moisés enfatiza que os mandamentos de Deus não são muito difíceis de obedecer; eles estão ao alcance e podem levar à vida e às bênçãos.

Moisés coloca diante dos israelitas a escolha entre a vida e a morte, bênçãos e maldições. Ele os exorta a escolher a vida amando e obedecendo a Deus, andando em Seus caminhos e apegando-se a Ele. Moisés enfatiza que essa escolha não afeta apenas a eles, mas também a seus descendentes. Ele reafirma a importância da aliança de Deus, reiterando que está ao seu alcance seguir e obedecer.

Explicação

Restauração para Retornar ao Convênio (Cap. 30)
30:1–10 O capítulo 30 prevê que o povo quebraria o convênio e seria levado para o exílio. Isso, é claro, é exatamente o que aconteceu. Mesmo assim, Deus teria compaixão e os restauraria se eles se voltassem para Ele em arrependimento. Ele os traria de volta à terra. Além dessa restauração física, haveria uma renovação espiritual (“o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração”—v. 6). O povo então desfrutaria das bênçãos da obediência, enquanto seus inimigos seriam amaldiçoados. Os conselhos do Altíssimo não falharão, mesmo que os objetivos desses conselhos falhem. Deus cumpriria Sua palavra aos patriarcas e daria a seus descendentes a terra para sempre. Depois do exílio, que Ele sabia ser inevitável, Ele os restauraria e os mudaria. Tal é o funcionamento do amor incondicional do grande Amante! O versículo 6 toca em um tema desenvolvido centenas de anos depois pelos profetas - a saber, a Nova Aliança (Jr 32:39ss; Ez 36:24ss). Esta aliança, embora revelada no AT, não foi ratificada até a morte de Cristo, pois Seu era o sangue da Nova Aliança (Lucas 22:20).

30:11–14 Moisés lembrou ao povo que o convênio não era muito difícil para eles entenderem (misterioso), nem estava muito distante (inacessível). Eles não foram obrigados a fazer o impossível para encontrá-lo. O Senhor o havia trazido a eles, e sua responsabilidade era obedecê-lo. Esses versículos são usados por Paulo em Romanos 10:5–8 e são aplicados a Cristo e ao evangelho. A aliança não foi fácil de manter, mas Deus fez provisões em caso de falha. O povo foi então obrigado a se arrepender e trazer os sacrifícios designados. Visto que os sacrifícios eram tipos de Cristo, a lição é que aqueles que pecam devem se arrepender e colocar sua fé no Senhor Jesus Cristo.

30:15–20 O povo foi chamado a escolher entre a vida e o bem, de um lado, e a morte e o mal, do outro — a vida pela obediência, mas a morte pela desobediência. Moisés implorou veementemente a eles que escolhessem a vida e... a bênção. A resposta desejada trouxe bons resultados, incluindo duração de dias e vida espiritual abundante, implícita nas palavras “para que você possa se apegar a ele”. A única alternativa era xingar.

Notas Adicionais

Cap. 30 Dá continuidade às palavras do pacto, iniciadas no cap. 29. Apresenta a possibilidade de restauração final (1-10), a afirmação de que a obediência não é difícil demais (11-14), e a lembrança das alternativas a Israel (15-20).

30.1-10 Essa passagem pressupõe o exílio e antecipa a restauração.

30.3 Ajuntará de novo. O retorno do exílio babilônico começou com Zorobabel. Mas esse retorno tipificou outra restauração. Alguns expositores creem que a restauração aqui referida está sendo cumprida politicamente. Outros tomam uma posição diferente, alegando que, sob a Nova Aliança, judeus e gentios são tratados sob iguais condições. Em Rm 11, porém, Israel continua sendo visto, nesta nova dispensação, como um povo distinto, e a reunião dessa nação na Palestina não violaria, necessariamente, o princípio de iguais privilégios.

30.6 Circuncidará o teu coração. Cf. 10.1 nota. O rabino Nachmanides entende este versículo como uma profecia da época messiânica, que porá fim ao caráter duplo do homem, fazendo com que seu único instinto natural seja a bondade, os judeus receberão então seu sumo bem: a pureza de coração, segundo a interpretação de Rabino Abraão lbn Ezra.

30.11-14 Israel era capaz de cumprir a ordem divina. A Aliança exigia algo secreto, além da compreensão deles (cf. 29.29). Deus revelara, claramente a Sua palavra. Eles a tinham ouvido, e era algo sobre o que tinham de falar e entesourar no coração (cf. 6.4-7). Em Rm 10.5-8, Paulo aplica essa passagem a Jesus, mostrando que Sua pessoa é acessível, e que o caminho da salvação não está distante e difícil.

30.20 A tua vida. A vida não é a mera extensão dos dias. Consiste em amar, obedecer e apegar-se ao Senhor, em lugar de seguir-se os caminhos idólatras. Cf. Jo 17.3. • N. Hom. Arrependimento depois do desvio: 1) É estimulado pela memória (1); 2) Envolve uma volta e a obediência (2); 3) Produz a restauração (3); 4) Resulta em amor renovado (6). • N. Hom. A verdadeira vida (19, 20), envolve: 1) Amar a Deus; 2) Obedecer a Deus; 3) Apegar-se a Deus (cf. Sl 63.8).

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