Interpretação de 1 Coríntios 10
1 Coríntios 10
Em 1 Coríntios 10, Paulo começa lembrando aos coríntios as experiências dos israelitas no deserto, enfatizando que eles também receberam as bênçãos e a orientação de Deus, mas devem ser cautelosos para não cair em pecado.
Paulo destaca o exemplo da idolatria, alertando contra a participação em rituais pagãos ou o consumo de alimentos sacrificados aos ídolos, pois isso pode comprometer o seu compromisso com Cristo. Ele enfatiza que os crentes não podem participar tanto da mesa do Senhor quanto da mesa dos demônios.
Paulo encoraja os coríntios a fugirem da imoralidade sexual e a não testarem a paciência do Senhor como alguns israelitas fizeram no deserto, o que levou à sua destruição.
O capítulo termina com um lembrete de que todos os crentes, independentemente de suas origens ou circunstâncias, podem participar da Ceia do Senhor, do cálice da bênção e do pão que simboliza o corpo de Cristo.
1 Coríntios 10 serve como uma advertência contra o comprometimento da fé, especialmente através da idolatria e da imoralidade, e enfatiza a importância de manter a disciplina espiritual e honrar a Ceia do Senhor como uma prática sagrada dentro da comunidade cristã.
Interpretação
10:1-11:1 Paulo conclui seu discurso sobre a carne oferecida aos ídolos com uma admoestação (vs. 1-13) e a respectiva aplicação (10:14–11:1). Na aplicação ele trata da participação nas festas religiosas pagãs (vs. 14-22) com o comer da carne vendida nos mercados (vs. 23-26) e com o comer da carne na intimidade de um lar (10:27–11:1).10:1. Ora. O texto grego diz porque. O escritor acabou de enfatizar a necessidade da disciplina pessoal e a possibilidade do fracasso no setor das recompensas para os que não se disciplinaram. Para provar a realidade dessa possibilidade, ele usa a nação de Israel como ilustração de fracasso, e com essa ilustração ele admoesta os coríntios a “tomarem cuidado” para também não fracassarem. Israel foi desqualificado (9:27).
Mas, antes, Paulo tem de enumerar as vantagens dos judeus. Todos, repetido cinco vezes (E.R.C.), enfatiza a universalidade da bênção divina em Israel, e, quando examinada à luz do fato que quase todos (excetuando-se Calebe e Josué) pereceram, esta seção se liga muito intimamente a 9:24. Ali Paulo disse: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio?” Estiveram todos sob a nuvem aponta para uma orientação sobrenatural e prolongada (cons. Êx. 13:21, 22; 14:19; Mt. 28:20). Passaram pelo mar aponta para um livramento sobrenatural, o segundo privilégio (cons. Êx. 14:15-22; I Pe. 1:18-20).
10:2. Tendo sido todos balizados... com respeito a Moisés, o terceiro privilégio, refere-se à sua união com o seu líder, que abaixo de Deus fornecia-lhes a liderança sobrenatural (cons. Êx. 14:31; Rm. 6:1-10).
10:3. Comeram de um só manjar espiritual. O comer do maná, “alimento de anjos” (Sl. 78:25), foi o quarto privilégio da nação. O povo participou de alimento sobrenatural (cons. Êx. 16:1-36; I Pe. 2:1-3). Espiritual provavelmente tem o sentido de sobrenatural (cons. ICC, pág. 200).
10:4 Beberam da mesma fonte espiritual, um quinto privilégio, refere-se aos acontecimentos mencionados em Êx. 17:1-9 e Nm. 20:1-13 (cons. Nm. 21:16). As palavras de uma pedra espiritual que os seguia não significa que Paulo cresse na lenda rabínica de que uma rocha material seguiu os israelitas através de sua viagem e que Miriã, acima de todos os outros, possuía o segredo de obter água (cons. Godet, op. cit., lI, 56). Na verdade, o apóstolo diz, e a pedra era Cristo, isto é, era o meio visível de fornecer água, a qual em última análise vinha de Cristo. Uma vez que o povo de Israel obteve água nos primeiros anos de sua peregrinação no deserto (Êx. 17:1-9) e nos últimos (Nm. 20:1-13), torna-se natural subentender que Ele, Cristo, o Supridor da água, esteve com eles durante todo o caminho. O sentido literal de e a pedra era Cristo não precisa ser mais forçado do que o sentido literal de “Eu sou a videira verdadeira” (Jo. 15:1). O era em lugar de é, pode, todavia, apontar para a preexistência de Cristo (cons. II Co. 8:9; Gl. 4:4). Sustento sobrenatural foi o quinto privilégio de Israel. O paralelo com as duas ordenanças da Igreja pode ser a intenção do escritor.
10:5 Pode-se pensar que tais privilégios significam sucesso. Entretanto, é a palavra que introduz o triste contraste. Pessoas privilegiadas podem experimentar o desagrado divino. Da maioria deles é uma atenuante da verdade; só Calebe e Josué sobreviveram ao desagrado. Prostrados poderia ser traduzido para espalhados, um quadro vivo de um deserto coberto de corpos saciados com alimento e bebida de anjos (cons. Nm. 14:29).
10:6 Em figura (E.R.C.). Provavelmente a tradução mais correta da palavra grega typoi fosse como exemplo; não como tipos no sentido técnico (MNT, pág. 131). A primeira razão do fracasso de Israel foi porque eles cobiçaram (cons. Nm. 11:4), preferindo o alimento do mundo, o Egito, em lugar do Senhor, o maná.
10:7 Eles também se tornaram idólatras, a segunda razão do fracasso (cons. Êx. 32:1-14, 30:35; I Jo. 5:21).
10:8 A terceira razão, imoralidade, é uma referência ao incidente envolvendo Israel e as mulheres moabitas (cons. Nm. 25:1-9). A imoralidade é sempre a consequência natural da idolatria (cons. Sl. 115:8). Vinte e três mil não é um engano, embora Moisés escrevesse o número 24.000. Deve-se notar o num só dia de Paulo. Ele se refere àqueles que foram mortos pela praga em um só dia, enquanto Moisés dá o número daqueles que morreram mais tarde devido os efeitos.
10:9 Presunção, a quarta razão, foi mencionada com as palavras não ponhamos o Senhor à prova (cons. Nm. 11:4-9; Sl. 78:19); eles se atreveram a duvidar que Deus cumprisse a Sua promessa de discipliná-los se duvidassem da Sua Palavra. Foi o pecado da “suspeita ingrata” (MNT, pág. 132).
10:10 Murmureis apresenta a quinta razão (cons. Nm. 16:41-50), e esta pode ser uma gentil alusão paulina à atitude dos coríntios para com os seus próprios líderes espirituais na questão da carne sacrificada aos ídolos (os outros quatro motivos podem ser ligados a este problema).
10:11 Enquanto os acontecimentos foram como exemplos, as narrativas dos acontecimentos. foram escritas para advertência nossa. Os fins dos séculos (lit.) refere-se ao término das dispensações antes da presente. Os crentes desta dispensação devem colher os benefícios das precedentes (cons. ICC, pág. 207).
10:12, 13 Duas palavras finais concluem a seção admonitória, uma para os seguros de si, os fortes que não pensam na consciência dos fracos (v. 12), e outra para os desanimados, que sentem que a vida cristã é difícil demais para que tentem sobreviver às suas provações (v. 13). Pensa estar em pé. Escrito para o homem forte que usa a sua liberdade às expensas do fraco (8:9-13). Caia. Não se refere à salvação, mas à disciplina de Deus, ficando assim reprovado (9:27). Humana é aquela a que o homem está sujeito (humana, também na Vulgata). Deus não trata os crentes como anjos, ou como demônios, mas como homens (vs. 1-11). Mas. Melhor seria e; o encorajamento continua. Além das nossas forças. Não acima do que você pensa poder! O livramento. Literalmente a saída, adequada e necessária. Isto não é escape da tentação, nem simplesmente uma esperança de força para vencer no futuro, mas um poder anual para suportar a tentação (cons. Hb. 2:18), uma gloriosa promessa para os que estão sendo duramente provados.
10:14. Portanto. Dioper, uma conjunção forte, usada no N.T. apenas aqui e em 8:13. Ela introduz a aplicação aos leitores. Festas religiosas pagas foram examinadas em primeiro lugar (10:14-22). Fugi da idolatria. Este mandamento deve surpreender aqueles que se orgulham de sua liberdade, mas Paulo ordena que usem imediatamente da fuga.
10:16 Participar de uma mesa religiosa, quer cristã (vs. 16,17), judia (v. 18) ou pagã (vs. 19-21), envolve a comunhão com o ser ao qual a adoração está sendo dirigida. Portanto, um cristão não deve participar da carne oferecida aos ídolos em uma festa pagã; aí não se trata de liberdade. A comunhão (lit. comunhão, sem o artigo no texto grego). Participar é tomar parte, de acordo com Paulo.
10:17 O apóstolo explica por que (Porque... porque) o participar significa ter uma parte, ou união com a divindade.
10:18 O exemplo de Israel confirma a comunhão dos adoradores com a divindade.
10:19-21 O exemplo dos festivais gentios se seguem. Sacrificam a demônios não significa que afinal de contas o ídolo é uma divindade. Antes, o escritor quis dizer que, enquanto os ídolos e as coisas que lhes são sacrificadas nada são, são contudo usadas por poderes demoníacos para afastarem os homens do verdadeiro Deus (cons. Dt. 32:17, 21).
10:22 Pretendiam os coríntios provocar zelos no Senhor (Cristo aqui, Jeová em Deuteronômio), desafiando o seu ciúme como fizeram os pais? Podem eles despertar a Sua ira impunemente? (MNT, pág. 136, 137).
10:23 Agora ele passa a examinar a questão da carne vendida nos açougues. Paulo repete o princípio geral da liberdade (cons. 6:12), sujeitando-a ao princípio do benefício (conveniência) e edificação.
10:24 Este é o esforço que edifica.
10:25, 26 Dá-se aqui permissão de comer qualquer carne vendida no mercado (açougue). Não se deve perturbar a consciência perguntando a respeito da carne.
10:27 Finalmente, o apóstolo considera o caso de jantares particulares em casa de amigos incrédulos. Os crentes podem comer de tudo, sem nada perguntar, por motivo de consciência.
10:28 Porém se algum “convidado puritano” (MNT, pág. 144) cutucar o crente com o cotovelo dizendo: Isto é coisa sacrificada a ídolo, então o crente não deve comer, por causa daquele que vos advertiu. Em outras palavras, o crente deve voluntariamente respeitar a consciência mais fraca. A citação do Sl. 24:1 não se encontra nos melhores manuscritos.
10:29, 30 Por que. Paulo explica a atitude. Que bem resultaria em se comer se a liberdade do indivíduo for acusada? Como se poderia dar graças por aquilo que ofende a um irmão?
10:31. Portanto introduz o princípio que resume todo o discurso. A glória de Deus é o alvo principal.
10:32 O bem dos outros vem a seguir, quer sejam judeus, gentios ou a igreja de Deus (cons. Rm. 14:21). Três grupos separados foram considerados.
10:33 Agradável não significa bajular, mas fazer aquilo que é para o interesse dos homens (mesmo radical de convêm, v. 23). Nosso Senhor também “não agradou a si mesmo” (Rm. 15:3). Com isto ele climaticamente conclui a discussão. A atitude correta na questão, então, é a liberdade, a liberdade do amor ao Senhor, à verdade e ao irmão. Nem a legalidade, nem a permissividade servem; liberdade condicionada é o princípio que se deve seguir.
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