Interpretação de 2 Coríntios 2

2 Coríntios 2

Em 2 Coríntios 2, Paulo continua a abordar várias questões e preocupações relacionadas ao seu relacionamento com a igreja de Corinto, ao seu ministério e a questões de conduta cristã e perdão.

Aqui está uma breve visão geral dos principais temas e conteúdos encontrados em 2 Coríntios 2:

1. A decisão de Paulo de adiar sua visita: Nos versículos iniciais deste capítulo, Paulo explica que originalmente pretendia visitar os coríntios novamente após sua visita anterior, mas decidiu não fazê-lo. Isto foi uma fonte de discórdia e confusão entre alguns na igreja de Corinto, enquanto se perguntavam sobre a sua mudança de planos.

2. A Preocupação com o Ofensor: Paulo discute uma situação específica que surgiu na igreja de Corinto. Parece que havia um indivíduo na comunidade que causou sofrimento ou dano a outras pessoas, possivelmente através de algum delito. Paulo expressa sua preocupação por essa pessoa e exorta os coríntios a mostrarem perdão e conforto ao indivíduo que se arrependeu.

3. A Importância do Perdão: Ao longo deste capítulo, Paulo enfatiza o conceito de perdão dentro da comunidade cristã. Ele incentiva os coríntios a não permitirem que o erro de alguém cause tristeza excessiva, mas a perdoarem e reafirmarem seu amor pelo indivíduo arrependido. Isto reflete um princípio cristão central de reconciliação e graça.

4. Autoridade e Ministério Apostólico: Paulo aborda brevemente seu papel como apóstolo e seu ministério de divulgação do Evangelho. Ele menciona que está engajado em um ministério de vida e morte, com o aroma de Cristo sendo espalhado por meio de sua obra, simbolizando a mensagem de salvação.

5. O Triunfo em Cristo: Paulo alude à ideia de que os crentes são como uma procissão triunfal liderada por Cristo. No mundo romano, uma procissão triunfal era uma celebração da vitória. Paulo usa essa imagem para transmitir a ideia de que em Cristo os crentes são vitoriosos e espalham o conhecimento Dele onde quer que vão.

6. A Doce Fragrância de Cristo: Paulo usa a metáfora da fragrância para descrever o impacto do Evangelho. Para aqueles que a recebem, a mensagem de Cristo é uma doce fragrância de vida, enquanto para aqueles que a rejeitam, é um odor de morte. Esta metáfora sublinha o poder transformador da mensagem do Evangelho.

Em 2 Coríntios 2, Paulo continua a abordar questões práticas e teológicas relevantes para a comunidade cristã coríntia. Ele enfatiza a importância do perdão, da reconciliação e do poder transformador do Evangelho na vida dos crentes. Este capítulo faz parte de uma conversa mais ampla sobre os desafios e alegrias do ministério e da comunidade cristã, e oferece informações valiosas para os cristãos que procuram viver a sua fé de uma forma consistente com os ensinamentos de Cristo.

Interpretação

2:1. A “determinação” de Paulo emanava do fato da tristeza poder vir a caracterizar a sua visita, se o seu plano original (cons. 1:15,16) fosse executado. Debates sem fim têm se formado à volta das palavras não voltar a encontrar-me convosco. A questão fica extremamente complexa por causa do fato de apenas uma única visita a Corinto estar registrada em Atos (18:1-18) antes desta epístola. Entretanto, em II Co. 12:14; 13:1 parece que a próxima visita do apóstolo seria a terceira. Alguns mestres afirmam que Paulo fez uma segunda visita (não registrada).

2:2. O se presume que o fato seja verdadeiro (como em 2:5, 9; 3:7, 9, 11; 5:14). Paulo não sente nenhum deleite sádico na dor que causa aos seus convertidos: sua tristeza e alegria são dependentes do estado espiritual deles.

2:3. Que carta deve se entender no escrevi? Comentadores mais antigos geralmente assumem que a nossa I Coríntios seja mencionada aqui; comentadores mais modernos acham que Paulo se referia à “carta severa” (atualmente perdida ou talvez contida nos capítulos 10-13 de nossa presente epístola) que ele escreveu depois de I Coríntios. Esses mesmos comentadores também assumem que uma visita não registrada aconteceu antes da “carta severa”. Ninguém pode ser dogmático sobre as circunstâncias que rodeiam o relacionamento de Paulo com a igreja de Corinto.

2:4. A vida emocional de Paulo foi aqui resumida em 1) profundidade muitos sofrimentos e angústia de coração; 2) sua expressão visível – com muitas lágrimas; 3) seu propósito negativo – não para que ficásseis entristecidos; 4) seu propósito positivo – para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida. A última cláusula dá a razão positiva de Paulo (veja 1:23) para a mudança do seu plano (cons. 1:15, 16).

O Plano é Atenuado. 2:5-11.
2:5.
A referência feita a alguém depende da opinião que se tem das visitas e das cartas de Paulo a Corinto. De acordo com o ponto de vista mais antigo, a pessoa incestuosa de I Co. 5:1-8 é a que foi mencionada aqui. Comentadores mais modernos defendem que uma pessoa ou partido (cons. II Co. 10:7; I Co. 1:12) tinha recentemente se levantado para desafiar a autoridade apostólica de Paulo. A questão provavelmente nunca será harmonizada até que tenhamos mais pistas que os fatos escassos que temos anualmente. Em sobrecarregar, E. R. C. (epibareo, “tornar mais pesado, onerar” – Arndt) temos talvez uma atenuante delicada da preocupação de Paulo (cons. a mesma palavra em I Ts. 2:9; II Ts. 3:8).

2:6. Basta-lhe a punição. “O castigo foi suficientemente severo” (Arndt). Mas o silêncio foi educado (lhe) e sinistro (maioria) – dando a entender que uma minoria recalcitrante ainda se rebelava contra Paulo.

2:7. Nem o verbo deveis nem o subjuntivo seja é exigido pelo grego. Plummer diz assim: “De maneira que pelo contrário vocês possam, antes, perdoá-lo” (A Critical and Exegetical Commentary of the Second Epistle of St. Paul to the Corinthians). O verbo perdoar (karizomai; veja o seu uso em lI Co. 1:10; 12:13; Rm. 8:32; Gl. 3:18; Ef. 4:31; Cl. 2:13; 3:13 ) significa fazer um favor livremente ou de graça” (Arndt). Deve-se notar que foi a atitude de toda a igreja. O uso da expressão para que não seja, que traduz me pos (cons. seu uso em II Co. 9:4; 11:3; 12:20; I Co. 8:9; 9:27) indica que a mencionada ação estava dentro das possibilidades.

2:5. Confirmeis (kyrao; em outra parte no N.T. só em Gl. 3:15) significa “reafirmar” ou “ratificar” (Plummer). A aceitação dele como irmão restaurado à comunhão cristã seria a prova pública da “reafirmação” deles.

2:9. Paulo indica os três motivos da sua carta: 1) prepará-los para sua visita (2:3); 2) manifestar-lhes o seu amor (2:4); 3) testar a obediência deles (2:9). A palavra prova (dokime) encontra-se quatro vezes nesta epístola (2:9; 8:2; 9:13; 13:3 ); em outra parte do N.T. só em Rm. 5:4 e Fp. 2:22. Com em tudo Paulo mostra que obediência incompleta é intolerável.

2:10. Paulo ratifica a ação da igreja de Corinto na obrigação unida do “perdão “ (cons. Jo. 20:23). Sobre perdoar, veja II Co. 2:7. Podemos ler a última declaração assim: na pessoa de Cristo, isto é, agindo como seu representante; ou na presença de Cristo, isto é, agindo com Ele por testemunha.

2:11. Temos 1) um inimigo comum – Satanás ; 2) um perigo comum – que não alcance vantagem sobre nós; 3) uma proteção comum – não lhe ignoramos os desígnios. O verbo pleonekteo (em outra parte do N.T. só em 7:2; 12:17,18; I Ts. 4:6) significa “aproveitar-se de, sobrepujar em astúcia, defraudar, enganar pela astúcia” (Arndt). Podemos ler aqui: “que Satanás não nos sobrepuje em astúcia” (Arndt).

O Plano é Consumado. 2:12-17.
2:12.
Daqui até o final do capítulo Paulo nos conta como o seu plano modificado foi consumado na provação (vs. 12, 13), na vitória (vs. 14-16) e no testemunho (v. 17). Que oportunidade – uma porta! Que privilégio – me! Que responsabilidade – abriu! Que comunhão – no Senhor! As viagens de Paulo eram sempre com propósito e evangelísticas – para pregar o Evangelho de Cristo.

2:13. O espírito perturbado de Paulo exigiu que partisse rapidamente de Trôade. Sua imediata obsessão era obter notícias da igreja de Corinto; tudo o mais – incluindo a evangelização de Trôade era secundário. Quem ou o que levou esses dois homens – Paulo e Tito – a interromper seus planos, não nos foi revelado. Diremos que almas se perderam em Trôade por causa do fracasso de alguém? Deus garantiu a Paulo um ministério ali quando retornou de Corinto (Atos 20:6).

2:14. A ordem no grego é enfática: “Mas sejam dadas graças a Deus” (cons. 8:16; 9:15). Este versículo ilustra Rm. 8:28. O verbo thriambeuo deveria ser traduzido para nos conduz em triunfo. Este verbo não foi usado em outra parte do N.T, só em Cl. 2:15. Paulo se considera como um escravo (cons. Rm. 1:1) sendo triunfantemente levado pelo exército conquistador do Messias (cons. Ef. 4:8; depois de uma vitoriosa campanha militar era costume os imperadores romanos encenarem um “triunfo”, durante a qual desfilavam os prisioneiros pelas ruas de Roma). Observe o sempre (pantote; cons. II Co. 4:10; 5:6; 9:8) e em todo o lugar (cons. Atos 1:8; Rm. 10:18; Cl. 1:6, 23). O verbo (faneroo) traduzido para manifesta é bastante comum nesta epístola (3:3; 4:10,11; 5:10; 7:12; 11:6). O uso de fragrância mostra que Paulo continua apresentando o quadro do desfile triunfal. A palavra conhecimento (gnosis) foi usada vinte e nove vezes no N.T.; Paulo a usa vinte e três vezes. Nesta epístola, em 4:6; 6:6; 8:7; 10:5; 11:6.

2:15. No N.T., a salvação está descrita como 1) passada (tempo aoristo: II Tm. 1:9; Tt. 3:5); 2) presente (tempo presente: aqui e em I Co. 1:18; 15:2); 3) futura (tempo futuro: Rm. 5:9, 10; I Co. 3:5; lI Tm. 4:18); 4) consumada (tempo perfeito: Ef. 2:5, 8). O verbo perdem (apollumi; cons. seu uso em II Co. 4:3; Jo. 3:16; 10:28; 17:17; 18:9; lI Ts. 2:10) indica destruição e mina e não aniquilação.

2:16. A mesma fragrância (bom perfume) é espargida entre todos pelos mensageiros do Evangelho. A alguns ela é fatal; para outros confere vida (cons. Jo. 3:19; 9:39; 15:22; 16:8 e segs.; Atos 13:46 e segs.; 28:25-28). A transição da morte espiritual (cons. Ef. 2:1) para a morte eterna (cons. Ap. 2:11; 20:14; 21:8) é provavelmente indicada por de morte para morte.

2:17. O testemunho de Paulo é que ele não faz, como tantos outros (os falsos mestres mencionados em 11:4, 12-15), mercadejando (kapeleuo, significando “trocar, vendedor ambulante; mascatear” – Arndt) a palavra de Deus. A sinceridade de Paulo está evidente em sua 1) origem – de Deus; 2) manifestação – na presença de Deus; 3) esfera de ação – falamos de Cristo (cons. 13:3 ).

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