Interpretação de 2 Coríntios 7

2 Coríntios 7

Em 2 Coríntios 7, Paulo continua a abordar vários temas relacionados ao seu ministério, à resposta dos coríntios à sua carta anterior e à dinâmica da vida cristã.

Aqui está uma introdução aos principais temas e conteúdo de 2 Coríntios 7:

1. A alegria de Paulo pelo arrependimento: O capítulo começa com Paulo expressando sua alegria pela resposta dos coríntios à sua carta anterior. Ele já havia escrito uma carta (muitas vezes chamada de "carta dolorosa" ou "carta severa") que causou tristeza entre os coríntios. Contudo, ele agora fica satisfeito ao saber que esta carta os levou ao arrependimento genuíno.

2. O Papel da Tristeza segundo Deus: Paulo enfatiza a diferença entre a tristeza mundana e a tristeza segundo Deus. Ele explica que a tristeza mundana leva à morte, enquanto a tristeza segundo Deus leva ao arrependimento e à salvação. A tristeza e o arrependimento dos coríntios são vistos como um sinal de sua fé genuína.

3. O Conforto e Encorajamento de Paulo: Paulo elogia os Coríntios pela resposta à sua carta e pelo conforto que lhe deram. Ele reconhece o encorajamento mútuo que flui entre ele e a igreja de Corinto, destacando a importância da comunidade e do apoio entre os crentes.

4. Visita de Tito: Paulo menciona Tito, seu colaborador e emissário, que voltou de uma visita aos Coríntios. Tito traz um relato positivo da resposta deles à carta de Paulo e do compromisso renovado com ele e seu ministério.

5. O Arrependimento e a Ansiedade dos Coríntios: Paulo relata como a tristeza e o arrependimento dos Coríntios resultaram num zelo para consertar as coisas. Eles tomaram medidas para corrigir os problemas que perturbavam a sua comunidade, tais como divisões e preocupações morais.

6. A Confiança e o Orgulho de Paulo nos Coríntios: Paulo expressa a sua confiança nos Coríntios e o seu orgulho neles a outros, incluindo as igrejas na Macedónia. Ele elogia sua obediência e prontidão em cumprir suas instruções.

7. Afeição Mútua e Reconciliação: O capítulo termina com Paulo expressando sua profunda afeição pelos Coríntios e sua reconciliação mútua. Ele se alegra porque o relacionamento deles foi restaurado e agora eles estão em uma situação melhor espiritual e emocionalmente.

Em 2 Coríntios 7, Paulo aborda a dinâmica da tristeza, do arrependimento e da reconciliação dentro da comunidade cristã. O capítulo destaca o poder transformador da tristeza segundo Deus e a importância do arrependimento genuíno na vida dos crentes. Também sublinha o papel do apoio e encorajamento mútuo dentro do corpo de Cristo, enfatizando a necessidade de relacionamentos amorosos e construtivos entre os cristãos.

Interpretação

7:1. Aqui está a conclusão do pequeno sermão do apóstolo (6:11-7:1). Ele dá a causa, a ordem e a consequência. Tendo, pois, ó amados tais promessas introduz a causa. Tais é muito enfático no original – as promessas que acabamos de mencionar. Purifiquemo-nos. O aoristo torna o ato absolutamente imperioso e final (cons. I Co. 6:11). Sobre “purificar-se de” veja Hb. 9:14; I Jo. 1: 7, 9; veja também Ef. 5:26; Tt. 2:14. A conclusão, aperfeiçoando a nossa santidade, enfatiza o fato de que o processo é contínuo; pois epiteleô, “completar, realizar, executar” (Arndt) foi aqui usado no tempo presente. Sobre temor na vida do crente, veja Atos 9:31; Ef. 5:21; Fp. 2:12; I Tm. 5:20; I Pe. 1:17; 3:15.

Exemplo do Deleite de Paulo. 7:2-16.
Paulo Tem os Coríntios em Alta Estima. 7:2-4.


7:2. Ouça o rogo do apóstolo. “Hospedem-nos” (também no grego), Despojem-se de sua rabugice mesquinha e petulância; dêem-nos um lugar em seus corações. Ouça seu protesto: “A ninguém fizemos mal; a ninguém corrompemos; a ninguém defraudamos” (também no grego a mesma ordem e o mesmo tempo). Cons. I Sm. 12:3; Paulo viveu “sóbria, justa e piamente” (Tito 2:12) entre eles. Ninguém podia provar um caso de permissividade moral contra ele.

7:3. O já vos retrocede a 6:11-13. Três coisas são latentes aqui: 1) O propósito de Paulo – “estais em nossos corações para” – eis to – “juntamente morrer e viver”; 2) a indissolubilidade da união entre Paulo e os seus convertidos – para juntos morrermos e vivermos; 3) a prioridade do “morrer” sobre o “viver”. Colocar o “morrer” antes de “viver” pode nos ensinar que realmente é necessário “morrer” antes de se “viver” (cons. Jo. 12:14; Rm. 6:1-14) ou, igualmente provável, que a morte física deve preceder a vida eterna na glória (cons. Jo. 11:25, 26; Hb. 9:27, 28).

7:4. A atitude objetiva de Paulo está expressa em franqueza (veja 3:12) e glorio (veja 1:12); sua atitude subjetiva está expressa em sinto-me grandemente e transbordante. Este estado de “plenitude” (tempo perfeito) era coisa estabelecida; a “superabundância” (tempo presente) era um rio que sempre fluía. Sobre o gozo em tubulação, veja II Co. 1:4; cons. Mt. 5:12; Rm. 5:3; Tg. 1:2, 3.

Razões para Paulo Estimar Altamente aos Coríntios. 7:5-16.
7:5.
Os versículos 5-7 dão o primeiro motivo de Paulo: A consideração deles. Sua “tribulação” (7:4), já experimentada em Éfeso (1: 8) e em Trôade (2:12, 13) seguiu-o à Macedônia. Era incessante (nenhum alívio), por todos os lados (em tudo), externa (por fora), e interna (por dentro).

7:6. Qual seria o significado de tapeinos? Abatidos ou humildes. O uso da palavra em outras passagens do N.T. (cons. 10:1; Mt. 11:29; Lc. 1:52; Rm. 12:16; Tg. 1:9; 4:6; I Pe. 5:5 ) mostra que significa “indignos, pobres, humildes, sem distinção” (Arndt). A palavra chegada (parousia) significa “vinda” e também “presença”. Geralmente designa o Segundo Advento (por exemplo, I Ts. 2:19; 3:13; 4:15; 5:23).

7:7. Três expressões – vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim – apresentaram o gozo renovado de Paulo resultante da chegada de Tito.

7:8. Os versículos 8-12 dão o segundo motivo de Paulo. A reação deles diante de sua carta. Quatro assuntos em 7:8 precisara de algum esclarecimento: 1) Devemos traduzir metamelomai como lamentar, em lugar de arrependo. 2) O verbo contristado (lupeo) significa “sofrer, magoar” (Arndt). Não traz em si necessariamente uma implicação de falta moral. 3) Alguns mestres acham que a carta mencionada aqui é a “carta severa” perdida; outros defendem que a carta mencionada é a nossa I Coríntios. As informações de que dispomos não sancionam uma decisão dogmática sobre o assunto. 4) Se ele se referia à I Coríntios, a inspiração de Paulo não está de forma alguma prejudicada por sua declaração de que, humanamente falando, lamentasse que aquela carta vos contristou por breve tempo.

7:9. A alegria de Paulo tinha um lado negativo – não porque fostes contristados; e um lado positivo – mas porque fostes contristados para arrependimento; um motivo subjacente – pois fostes contristados segundo Deus; e um propósito principal – para que de nossa parte nenhum dano sofrêsseis. Ao se referir a nenhum dano, Paulo está pensando na perda eterna que poderia resultar de sua irresponsabilidade e leniência (cons. I Co. 13:15; Fp. 3:8).

7:10. Observe os contrastes: 1) segundo Deus e do mundo; 2) salvação e morte (isto é, “a segunda morte” – Ap. 2:11 ; 20: 6,14); 3) os dois diferentes verbos que foram traduzidos para produz – ergazomai “operar” (como em I Ts. 2:9), e katergazomai (veja II Co. 4:17), “produzir” (como em 12:12).

7:11. A energia deste versículo é quase intraduzível. Sua tristeza segundo Deus produziu (cons. v. 10) salvação (cons. Fp. 2:12, onde também foi usado o verbo katergazomai), não morte. Paulo arruma seis substantivos em ordem ascendente para descrever a natureza explosiva de seu arrependimento. Os coríntios resultaram puros neste negócio (E.R.C.).

7:12. Seja qual for o culpado e o injustiçado, a preocupação principal do apóstolo ao lhes escrever a carta era que a vossa solicitude a nosso favor fosse manifesta entre vós diante de Deus (cons. 5:11; 11:6). Sua obediência era a principal preocupação de Paulo (cons. 2:9; 7:15; 10:6).

7:13. Em 7:13-16 Paulo dá a terceira razão: O encontro com Tito. Aqui entramos na bonança após a tempestade. Observe os dois perfeitos (nos sentimos confortados... foi recreado)A alegria de Paulo foi intensificada pelo contentamento de Tito. O todos vós reflete a unidade da igreja.

7:14. Três pensamentos estão presentes: 1) A vulnerabilidade de Paulo – se... me gloriei; 2) sua veracidade – como em tudo com verdade; 3) sua vindicação – também a nossa exaltação... se verificou ser verdadeira. Sobre o como... também, veja 1:7. Esta é a única passagem do N.T. onde verdade é um substantivo predicativo usado com ginomai (“tornar-se”). “Nossa glória... tornou-se verdade” – como se a verdade se tornasse encarnada diante deles!

7:15. Observe as aptidões da personalidade humana: 1) as emoções – seu afeto; 2) a mente - lembrando-se; 3) a vontade - como o recebestes. Os coríntios aprenderam a obediência (cons. Hb. 5:8) ...com temor e tremor (cons. Fp. 2:12).

7:16. Confiar. Tharreo (usada em outra parte do N.T. apenas em 5:6, 8; 7:16; 10:1, 2; Hb. 13:6) significa aqui “poder depender de alguém” (Arndt). Confiança perfeita talvez seja forte demais; todavia, o otimismo de Paulo aqui não é completamente irreconciliável com o seu pessimismo em 12:20, 21. Resumindo, Paulo sentia que, apesar dos obstáculos aparentemente intransponíveis, nenhuma emergência futura poderia solapar permanentemente sua convicção de que as coisas finalmente resultariam no bem.

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