Interpretação de 2 Coríntios 9
2 Coríntios 9
2 Coríntios 9 continua a abordar o tema da doação financeira e da generosidade dentro da comunidade cristã. A carta de Paulo aos coríntios faz parte da sua correspondência contínua com esta congregação cristã em Corinto.Aqui está uma introdução aos principais temas e conteúdo de 2 Coríntios 9:
1. A arrecadação para os santos em Jerusalém: Em 2 Coríntios 9, Paulo continua a discussão sobre a arrecadação de fundos para a empobrecida comunidade cristã em Jerusalém, que ele introduziu no capítulo anterior (2 Coríntios 8). Esta coleção é um ato de solidariedade e apoio aos irmãos crentes que enfrentam dificuldades econômicas.
2. O Doador Alegre: Paulo abre o capítulo enfatizando o valor da doação alegre e generosa. Ele incentiva os coríntios a doarem de boa vontade e com o coração alegre, destacando o princípio de que Deus ama quem dá com alegria.
3. A Provisão Abundante de Deus: Ao longo do capítulo, Paulo enfatiza a ideia de que Deus é a fonte de todas as bênçãos e abundância. Ele garante aos coríntios que Deus é capaz de lhes proporcionar tudo o que necessitam para continuarem a dar generosamente, mesmo diante dos seus próprios sacrifícios materiais.
4. O Princípio de Semear e Colher: Paulo usa metáforas agrícolas para transmitir a ideia de que aqueles que semeiam com moderação colherão com moderação, enquanto aqueles que semeiam generosamente colherão generosamente. Ele relaciona isso com o princípio da doação e enfatiza que Deus abençoará aqueles que doam generosamente.
5. Ação de Graças a Deus: Paulo antecipa a gratidão e o agradecimento que resultarão da generosa doação dos Coríntios. Ele vê a sua dádiva não apenas como uma satisfação das necessidades práticas da igreja de Jerusalém, mas também como fazendo transbordar a ação de graças a Deus.
6. A Administração da Coleta: Paulo explica que pessoas de confiança foram nomeadas para acompanhá-lo quando ele entregar os fundos arrecadados a Jerusalém. Este acordo destina-se a garantir transparência e responsabilidade no tratamento das contribuições generosas da igreja de Corinto.
7. A Generosidade de Cristo: Paulo encerra o capítulo conectando a generosidade dos Coríntios à graça de Cristo. Ele enfatiza que Cristo, que era rico, tornou-se pobre por causa deles e, através da Sua pobreza, eles poderiam tornar-se ricos. Isso ecoa o tema do altruísmo e da doação sacrificial.
Em 2 Coríntios 9, Paulo continua a encorajar os coríntios a doarem generosa e alegremente para apoiar os crentes em dificuldades em Jerusalém. Ele enfatiza o princípio divino de semear e colher e lembra-lhes que Deus é a fonte última de bênçãos e provisão. O capítulo serve como uma exortação a um espírito de generosidade e um reconhecimento do profundo impacto que a sua doação pode ter, tanto material como espiritualmente.
Interpretação
9:1. Literalmente: Quanto à assistência (que se faz) a favor dos santos, é desnecessário (que continue a) escrever-vos. Não obstante, ele prossegue escrevendo.9:2. Os cristãos de Acaia (incluindo os coríntios) caracterizavam-se pela presteza, preparo (está preparada desde o ano passado), e pelo zelo. O verbo (erethizo) por trás de estimulado foi usado aqui no bom sentido. Em apenas um único outro lugar do N.T. (Cl. 3:21) tem um mau sentido – “irritar, exasperar” (Arndt).
9:3. Paulo cria inteiramente que os meios eram necessários para se alcançar o fim. Este versículo tem muitas aplicações espirituais (cons. Atos 27:24, 31).
9:4. Uma contingência indesejável está expressa em caso (me pos; cons. seu uso em 2:7; 11:3; 12:20).
9:5. O uso triplo de pro, “antes”, é significativo: me precedessem... preparassem de antemão..., já anunciada. Pleonexia (na traduzida melhor para “avareza, insaciabilidade, ganância, ambição” Arndt).
O Quarto Motivo para Sua Conclusão: Questão de Mordomia. 9:6-15.
Princípios Extraídos da Natureza. 9:6.
9:6. A proporção coextensiva entre o semear e o colher encontra sua expressão no reino espiritual: “Aquele que semeia sobre o princípio das bênçãos, sobre o princípio das bênçãos colherá” (Plummer; cons. Pv. 11:24; Lc. 6:38; Gl. 6:7, 8).
Princípios Extraídos da Natureza de Deus. 9:7-10.
9:7. Podemos resumi-lo assim: 1) a pessoa – cada um; 2) à proporção – segundo tiver proposto; 3) o lugar – no coração; 4) a perversão – não com tristeza, ou por necessidade; 5) o princípio – porque Deus ama a quem dá com alegria.
9:8. Muito literalmente: Deus pode fazer-nos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra. Observe a repetição de tudo e toda. Sobre Deus pode, veja Mt. 3:9; 10:28; Mc. 2:7; Ef. 3:20; Judas 24. O substantivo suficiência (autarkeia) não foi usado em outras passagens do N.T., apenas em I Tm. 6:6 (mas Paulo aplica o adjetivo a si mesmo em Fp. 4:11). Esta palavra, usada pelos estoicos, descreve “um estado perfeito de vida no qual não há necessidade de auxílio” (Thayer, Lexicon). A palavra “suficiência” (hikanotes) em II Co. 3:5 designa “capacidade ou competência para fazer uma coisa” (Thayer). Os dois termos não são idênticos; uma pessoa pode ter um deles sem ter o outro.
9:9. O apóstolo usa a construção exata como está escrito doze vezes em Romanos, duas vezes em I Coríntios, e duas vezes nesta epístola (8:15 e aqui). Não a usa mais em nenhum outro lugar. A citação é de Sl. 112:9 (LXX). A justiça que permanece refere-se mais à recompensa do que à salvação (cons. II Tm. 4:8; Ap. 19:8; 22:11).
9:10. A plenitude na natureza (aquele que dá) é uma garantia para a plenitude na graça (também suprirá...e aumentará). Cons. Is. 55:10; Os. 10:12.
Princípios Extraídos da Natureza Cristã. 9:11-15.
9:11. O primeiro princípio é o enriquecimento espiritual. Literalmente: em todas as coisas sendo enriquecidos para toda liberdade (como em 8:2) a qual é tal que (relativo qualitativo como em 8:10) produz (veja 4:17) por meio de graças dados a Deus.
9:12. O segundo princípio é a ação de graças. Este serviço (leitourgia; cons. seu uso em Lc. 1:23 ; Fp. 2:17, 30; Hb. 8:6; 9:21) enfatiza o aspecto ministerial da contribuição. O verbo supre traduz prosanapleroo, que significa “encher acrescentando” (A.T. Robertson). Contribuir para as necessidades dos outros multiplica as muitas graças a Deus.
9:13. O terceiro princípio é obediência. A prova desta ministração produz dois benefícios: 1) Os cristãos em Jerusalém glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão; 2) e, consequentemente, tomarão conhecimento da “sinceridade de sua comunhão” (Charles Hodge, An Exposition of the Second Epistle to the Corinthians) para com todos os crentes.
9:14. O quarto princípio é a oração. Sobre com grande afeto (epipotheo), veja 5:2. Para entender superabundante (huperballo), consulte outras passagens onde foi usada (3:10; Ef. 1:19; 2:7; 3:19). A expressão em vós traduz-se melhor por sobre vós (cons. a mesma preposição, epi, em 12:9; I Pe. 4:14).
9:15. O quinto princípio é o louvor. Temos aqui Paulo “transbordando de gratidão pelo dom do seu Filho” (Hodge, op. cit.). Cons. Jo. 3:16; Rm. 6:23.
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