Interpretação de 2 Reis 2
2 Reis 2
A Trasladação de Elias. 2:1-11. Veja o parágrafo acima, no Fim
do Ministério de Elias, etc.
1. Em relação ao período em que se deu este
acontecimento, veja I Reis 22:51; II Reis 3:1; 1:17. A trasladação de Elias
obviamente ocorreu depois da morte de Acazias. Um redemoinho. Inserção
retrospectiva. Nessa ocasião só se sabia da possibilidade da trasladação de
Elias (2:3, 5). Elias partiu de Gilgal em companhia de Eliseu. O
hebraico diz desceu. Gilgal fica acima de Betel e está em Efraim perto
de Siló, a moderna Jiljilyeh. Em Amós 4:4 e Os. 4:15 ela foi citada junto com
Betel, como centro de falsa adoração a Deus.
2. Fica-te aqui. Apesar da exortação, Eliseu declarou que
ele iria com Elias, que ia agora voltar as três escolas de profetas para
fortalecê-las contra a invasão do culto a Baal. A existência dessas escolas
indica que os profetas estavam organizados em uma espécie de associação. Agora
Elias começou a testar- a vocação pessoal de Eliseu para o ofício de profeta.
3. Os discípulos
dos profetas que estavam em Betel. Estudantes e seguidores dos profetas de Deus,
exercendo ministério sob a supervisão deles. Sabes ... ? Deus revelara a
Elias que logo teria de partir. E Elias transmitira a revelação a fim de
preparar Eliseu e os discípulos dos profetas para a sua partida. Tomará o
teu senhor, elevando-o por sobre a tua cabeça. Eliseu ia perder seu mestre
e líder. Calai-vos. Isto é, “submetam-se à vontade de Deus e não
aumentem meu fardo de tristeza”. Não devemos tentar reter aqueles que Deus
chama, mas regozijarmo-nos com a entrada deles na Sua presença.
4. Veja versículo 2 com a mesma pergunta e
resposta.
5. Jericó. Veja versículos 1-3. A esta altura parece
que Deus tinha o propósito definido de apresentar Eliseu como sucessor de Elias
(cons. v.3), qualificado para liderar a oposição à falsa adoração e deter sua
expansão entre o povo.
6. Cons. versículos 2,4. A constância de
Eliseu tomou« evidente. Veja o versículo 9 abaixo sobre o que deveria estar se
passando em sua mente.
7. Cinqüenta
homens . . , pararam a certa distância. Um grupo dos discípulos dos profetas seguia os dois e
observava o que acontecia junto ao Jordão, provavelmente de uma ribanceira
acima deles.
8. Elias tomou o
seu manto. A vocação de
Eliseu (I Reis 19:19) fez do manto de Elias um símbolo do ofício profético;
aqui ele foi um símbolo do poder de Deus (cons. a vara de Moisés, Êx. 17:9).
9. Pede-me o que
queres que eu te faça. Elias
abriu a porta da sucessão profética. Porção dobrada. Comparando com Dt. 21:17
indica que Eliseu pedia para ser o herdeiro - o sucessor. Veja Hb. 3:5, 6 com
referência ao treinamento na “filiação” para qualificação, a fim de desempenhar
um ofício em questão.
10. Dura coisa. O favor pedido não pertencia a Elias
conceder. Se me vires quando for tomado de ti. O sinal pelo qual Eliseu
saberia que seu pedido fora atendido. Se Eliseu tivesse a coragem de presenciar
a trasladação de Elias, e a compreensão espiritual para entender o significado
da partida do homem mau velho, seria o sucessor.
11. Indo eles
andando. Enquanto andavam do outro lado do Jordão.
O redemoinho (tempestade, se'arâ, com nuvens negras e relâmpagos)
e o carro de fogo com cavalos de fogo eram símbolos do poder de Jeová na
batalha (cons. Is. 31:1; 34:8, 9; Êx. 14:9, 17; I Reis 10:29; Sl. 104:3, 4).
Elias subiu na tempestade para a presença do Senhor, não no corro. Veja
também Ml. 4:5, 6; Mt. 11:14.
7) Apresentação de Eliseu. 2:12-25.
Eliseu foi
apresentado como o profeta de Deus nomeado para substituir Elias. Seu
ministério foi o do ensino, planejado para mostrar a praticabilidade de se
seguir ao Senhor e demonstrar que Baal não poderia atender às necessidades do
povo.
12. O que vendo
Eliseu. Esta foi a evidência de que Eliseu fora
escolhido. Meu pai. Eliseu falou assim na qualidade de sucessor de
Elias. Carros de Israel, e seus cavaleiros. O carro era a mais poderosa
arma conhecida, símbolo do supremo poder de Deus. Eliseu estava falando de
Elias como o instrumento profético pelo qual o poder de Deus operava em
benefício da verdade em Israel. Pois a defesa de Israel estava só no Senhor, e
sua idolatria era uma rejeição da sua defesa. Este poder divino poderia ajudar
o povo a guardar a aliança. E nunca mais o viu. Elias desapareceu
completamente. Tomando as suas vestes, rasgou-as. Assim Eliseu expressou
sua sincera tristeza pela partida de Elias.
13. Então
levantou o manto. O
manto que caíra seria uma confirmação a mais da sucessão de Eliseu (veja v.
15).
14. Onde está o
Senhor, Deus de Elias? Veja
Jr. 2: 6-8 com a mesma pergunta, que o povo deixou de fazer pela fé. Eliseu não
estava sendo impertinente; estava na realidade orando: “Aqui está a
oportunidade de exibires teu grande poder em teu obediente servo”.
15. Vendo-os,
pois, os discípulos dos profetas. Ainda observando, eles viram Eliseu usando o manto. O
espírito de Elias repousa sobre Eliseu. Eliseu recebera os mesmos dons que
Elias possuíra, como prova de que fora ungido para o ofício do profeta.
16-18. Deixa-os
ir em procura do teu senhor. Os
discípulos dos profetas não compreenderam que a partida de Elias fora
permanente. Sua insistência em enviar grupos de busca provocaram consentimento
relutante. Quando sua busca comprovou-se infrutífera, tiveram de aceitar o fato
de que Eliseu era agora o profeta do Senhor.
19. Os homens da
cidade disseram . . . as águas são más. A agradável localização de Jericó era profundamente
prejudicada pela água insalubre. Traduza: . . . mas as águas são más – e a
terra – causando aborto. Achavam que a água má, que bebiam, era responsável
pelos abortos. A fonte principal junto à antiga localização de Jericó é
doce e pura, enquanto que as outras são salobros.
20. Trazei-me um
prato novo. A obra de Deus
tem de ser realizada através de vasos novos não contaminados. Ponde nele sal. O
sal limpa e preserva. Aqui ele é um símbolo do poder purificador e preservador
de Deus.
21. Tornei
saudáveis a estas águas. O
sinal e símbolo da cura foi o sal lançado nelas.
22. Ficaram,
pois, saudáveis aquelas águas até ao dia de hoje. Deus procurou testificar do Seu poder de curar do
pecado e preservar pela fé. A purificação foi permanente; as águas desta fonte
permanecem boas até o dia de hoje (veja v. 19). Do mesmo modo a obra da graça
de Deus em nós é permanente, nosso único fundamento certo para edificação de
vidas puras.
23. Subiu dali a
Betel. A primeira visita “oficial” de Eliseu,
como sucessor de Elias, foi a Betel (cons. vs. 2, 3), o centro da adoração dos
bezerros de Jeroboão (I Reis 12:29). Rapazinhos. Antes, homens jovens
(nearim qetannim, pl.), não crianças irresponsáveis. Tanto Salomão
(I Reis 3:7) como Jeremias (Jr. 1:6, 7) foram chamados na'ar (sing.).
Esses jovens eram moralmente responsáveis. Sobe, calvo. Fizeram eco às
palavras dos discípulos dos profetas a Eliseu: “O Senhor levará (para cima) o
teu mestre” (vs. 3,5). Suas palavras tinham o seguinte significado: “Suba, para
que possamos nos ver livres de você (e possamos continuar imperturbados pelos
nossos maus caminhos)!” Uma cabeça calva ou rapada era sinal de lepra e
indicava desgraça (Is. 3:17). Embora Eliseu provavelmente não fosse calvo
ainda, o epíteto mostra que os jovens o consideravam um “pária”, como um
leproso. Desprezavam o profeta de Deus.
24. E os
amaldiçoou, em nome do Senhor. Sua
zombaria desonrava a Deus. Por isso a promessa de julgamento divino. Eles
violaram a aliança divina ridicularizando seu superintendente. Duas ursas . .
. despedaçaram quarenta e dois. Violação da aliança produz castigo. O
tamanho do grupo dá a impressão de que a zombaria foi pré-arranjada.
25.
Depois de completar seus negócios com os discípulos
dos profetas, foi ele para o monte Carmelo, em busca de quietude e
descanso a fim de se preparar para o trabalho que estava à frente. Voltou pua
Samaria. Eliseu voltou à cena de seus futuros e significativos trabalhos em
benefício de Israel.