Comentário de Coffman: João 1:12

A tantos quantos o receberam...
E “os que crêem no seu nome” referem-se às mesmas pessoas, ou seja, aqueles que aceitaram as reivindicações de Jesus Cristo como Filho de Deus e acreditaram a mensagem que Ele entregou para a humanidade. Desde os dias de Martinho Lutero, muitas pessoas religiosas têm acreditado que somente a fé torna as pessoas filhos de Deus, mas, neste versículo, é claro que os crentes não são filhos de Deus simplesmente porque eles são crentes, mas que os crentes têm o direito de se tornaram filhos de Deus. Como Johnson explicou:

Não é declarado que eles foram feitos filhos por acreditar, mas para o crente, Ele dá o poder para se tornar um filho. Quando alguém crê em Cristo, a sua fé se torna um poder de levá-lo a se entregar a Deus e receber a Palavra em seu coração. Ele pode, então, arrepender-se do pecado, render-se à vontade do Pai, e, sendo batizado em Cristo, ele se reveste de Cristo, torna-se o irmão do Senhor e um filho de Deus por adoção. — B. W. Johnson, New Testament Commentary (Cincinnati, Ohio: Christian Standard, 1886), p. 30.

Os esforços para eliminarem o pleno ensino desse versículo tem resultado em algumas afirmações fantásticas, como por exemplo:

O direito de se tornar filho de Deus é reservado para o futuro, quando libertos de toda a impureza, a vida de Deus, Sua santidade e amor, terá se manifestado completamente em nós. — William Hendriksen, op. cit., p. 82.

Mas, naturalmente, João estava falando aqui do direito, ou do poder, que os homens gozam agora, o privilégio de serem filhos de Deus agora. Absolutamente nada neste texto autoriza a retirada do privilégio para alguma distante eternidade. Que alguns devem recorrer a tal explicação é prova suficiente de que o texto contraria a noção popular da salvação pela fé somente.

Deu-lhes o direito...
O privilégio de ser um filho de Deus é o maior privilégio concedido pela vida na Terra; mas mesmo quando as pessoas se conformaram com as antecedentes condições para o dom, ninguém pode ser considerado como merecedor de tão maravilhoso presente. As divergências de pessoas em relação aos termos da salvação não devem obscurecer a verdade de que a salvação não pode ser obtida ou merecida pelo homem mortal. As condições certamente existem, senão a salvação teria de ser universal, mas quando todas as condições forem cumpridas, o pecador ainda é salvo pela graça.



Fonte: James Burton Coffman’s Commentaries in the New Testament , pela Abilene Christian University Press, Abilene, Texas, USA. Todos os direitos reservados.