Comentário de Apocalipse 8:1-13 (J. W. Scott)

Comentário de Apocalipse 8

APOCALIPSE 8, COMENTÁRIO, ESTUDO, LIVROSilêncio no céu (1) ocorreu a fim de se ouvirem as orações dos santos. Há uma tradição judaica que "no quinto céu existem companhias de anjos de serviço que cantam louvores de noite, porém são silenciosos de dia por causa da glória de Israel", isto é, que os louvores de Israel sejam ouvidos. Em nosso texto, contudo, a ação de graças do céu aquieta-se para se ouvirem, não louvores, mas clamores por livramento dos cristãos sofredores da terra. O aparecimento, a esta altura, dos sete arcanjos com sete trombetas (2) interrompe a seqüência da visão e, ao menos em pensamento, deverá ser considerado depois do vers. 5. Incenso oferecido com as orações de todos os santos (3) serve para torná-los aceitáveis perante Deus. Se orações humanas forem eficazes, elas terão que ser livres da mancha de egoísmo ou pecado. É de duvidar que apareçam dois altares neste versículo. O único altar no céu parece participar do caráter tanto do altar de ofertas queimadas, como do altar de incenso, que estava no santíssimo lugar. As orações dos santos são respondidas. O fogo que queimava o incenso é lançado à terra e se torna um meio de juízo. Seguem-se vozes, e trovões, e relâmpagos e um terremoto (5). Estes fenômenos revelam que está chegado o fim e o reino de Deus esta estabelecido; ver Ap 11.19 (conseqüente à sétima trombeta) e Ap 16.18 (seguindo à sétima taça).

Como os sete selos caem em dois grupos de quatro e de três, assim as sete trombetas se dividem, as primeiras quatro tendo reminiscências distintas das pragas egípcias, na ocasião do êxodo. Em Ap 15.3, a segunda vinda é tacitamente comparada com o êxodo (os redimidos cantam o cântico de Moisés e do Cordeiro); assim, aqui essa redenção é proclamada por semelhantes pragas sobre os ímpios. Note-se, outrossim, que o uso escatológico da trombeta remonta ao soar da trombeta na ocasião da teofania no Sinal (Êx 19.13-20). Para exemplos do uso da trombeta nesse último dia, ver Jl 2.1, 1Co 15.52, 1Ts 4.16.

A primeira trombeta afeta um terço da terra; cfr. a praga de saraiva e fogo, em Êx 9.25. Toda a erva verde foi queimada, isto é, na terça parte da terra afetada; os gafanhotos de Ap 9.4 são proibidos de danificar a erva da terra, que não existiria se este juízo fosse universal. A segunda trombeta afeta um terço do mar. Como o Nilo foi transformado em sangue, na primeira praga egípcia (Êx 7.20-21), assim a terça parte do mar aqui. A terceira trombeta faz com que um terço da água doce se torne amarga, e assim continua a idéia da praga anterior; cfr. Ap 16.3-7. Desde que a estrela que caiu, ao soar da quinta trombeta (Ap 9.1), é um ser angélico, é possível que Absinto (11) seja também um anjo. Para as águas amargas, comparar Jr 9.15; Jr 23.15. A quarta trombeta escurece a terça parte do céu. Em vez de "e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite" (versão revista e corrigida), ler com a versão Boaírica, "não brilhasse a terça parte deles durante o dia e de igual modo durante a noite". Isto corresponde até certa medida à praga egípcia das trevas (Êx 10.21-23).

Ai (13) agora se repete três vezes pelo anjo, porque as últimas três pragas são particularmente penosas e se intitulam o primeiro, o segundo e o terceiro ais. Eles se dirigem aos que habitam sobre a terra, isto é, o mundo não cristão em distinção da Igreja.





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