E. O Senhor
Protege Israel Contra Gogue e Seus Aliados. 38:1 – 39:29.
Estes capítulos
descrevem de maneira apocalíptica o livramento divino do Seu povo de uma
invasão sem paralelos por um inimigo temível. Israel estará restaurada em sua
terra (34:12, 13, 15, 23, 27) e convertida (36:24.28). Deus habita no meio
deles (37:21-28), e a nação vive em prosperidade e segurança (38:8, 11, 12,
14). Seus inimigos vizinhos já não a molestam (25-32; 36:36). Então no futuro
distante (38:8, 16), tem lugar uma invasão anteriormente predita (38:17; 39:8)
por nações habitando nos limites do mundo (cons. Is. 66:19). Elas vêm como uma
nuvem (38:9, 16) – Gogue da terra de Magogue, e seus afiados, Rosh (?), Meseque
e Tubal (38:2, 3), das regiões do extremo norte (38:15; 29:2), junto com a
Pérsia, Cush e Pute (38:25) e Gômer e Togarma, com suas hordas do norte (38:6).
As nações comerciantes de Seba, Dedã e Társis e suas cidades (38:13) também
estão interessadas nesta invasão. Gogue vem orientado pelo Senhor (38:4-7, 16;
39:2, 3), mas também por sua própria iniciativa, incitado por sua ganância
(38:10-14). De todos os profetas Ezequiel é o único que coloca "aquele
dia" (38:10, 14, 18, 19; 39:11) depois de Israel desfrutar a restauração e
a prosperidade em sua terra. Veja também Ap. 19:11; 20:7.
Israel é
milagrosamente preservada, mas as hordas de Gogue são destruídas por um
terremoto, lutas internas, pragas, chuvas torrenciais, fogo e enxofre
(38:19-22), como também pela derrota na batalha (39:3, 4). Suas armas
abandonadas servirão de combustível para Israel durante sete anos (39:9, 10).
Serão precisos sete meses para o sepultamento dos seus cadáveres (39:11-15), e
também os seus corpos e sangue virão a ser uma festa para as aves e os animais
(39:17-20). O resultado desta batalha será que as nações hão de saber que Deus
é o Senhor (38:16, 23; 39:6, 7, 21, 23; cons. Is. 45:23), enquanto que Israel
jamais precisará duvidar da proteção do seu Deus (39:22; com. 39:25 -29 ). São
três as opiniões divergentes sobre estes capítulos.
1) Eles
apresentam uma descrição literal de um futuro ataque a Israel. Desde Jerônimo
até os nossos dias, Gogue tem sido diversamente identificado como os
babilônios; os citas; Cambises, rei da Pérsia; Alexandre, o Grande; Antíoco, o
Grande; Antíoco Epifânio; Antíoco Eupator; os partas; Mitrídates, rei do Ponto;
os turcos de Suleiman; os turcos e os cristãos; os descendentes armênios dos
citas; e uma confederação dos poderes do norte da Europa incluindo a Rússia
(Rosh; Meseque e Tubal como Moscou e Tobolsqui) e a Alemanha (Gômer).
Damos a seguir
as objeções às interpretações literais (cons. Fairbairn, 414-431, esp. pág.
421; Keil, II, 432; Faussett, JFB, IV, 348 e segs.):
a) A
impossibilidade de identificar Gogue e Magogue com uma pessoa ou lugar
históricos.
b) A
improbabilidade de um tal exército conglomerado formando uma coligação milita.
c) O tamanho
desproporcional do exército invasor em comparação a Israel e seus produtos.
d) Os problemas
envolvidos no sepultamento dos cadáveres durante sete meses e no uso de armas
abandonadas como combustível durante sete anos.
e) A rude carnalidade
da cena sendo inconsistente com os tempos messiânicos.
2) Eles são uma
descrição simbólica de algum acontecimento futuro. Alguns mestres adotam
a opinião de Hengstenberg de que esta
seção descreve
o conflito final da nação de Israel com inimigos não identificados. A
interpretação mais tradicional de Havernick e Keil vê isto como a luta final e
catastrófica entre a Igreja e as forças do mundo, e o triunfo da verdade divina
sobre todas as formas de mundanismo. Este ponto de vista permite que a
narrativa seja uma fonte de conforto para Israel e para a Igreja, mas
restringe-a a um cumprimento muito distante.
3) Eles
constituem uma parábola profética ilustrando uma grande verdade e não se
referindo a nenhum acontecimento histórico específico.
As ilustrações
de Ezequiel freqüentemente têm detalhes que não podem ser literalmente forçados
(por exemplo, 16:46-51, 53-56, 61) mas fazem parte do aspecto da história. Aqui
as imagens elaboradas e misteriosas expressam uma grande verdade. Para Israel
na Babilônia esta profecia dava a certeza de que, uma vez restaurada à sua
terra, o poder de Deus a protegeria dos piores inimigos imagináveis. Para a
Igreja sofrendo nas mãos de seus mais implacáveis perseguidores, esta é uma
promessa do livramento divino. O triunfo final do Messias no tempo do fim
também está implícito nesta parábola. Este ponto de vista torna a passagem
pertinente a cada período da história. O propósito das obras apocalípticas como
esta é o "desvendamento" do futuro, mostrando o Senhorio de Deus
sobre ele. Assim elas orientam e fortalecem o povo de Deus em períodos de
trevas (por exemplo, Daniel, Apocalipse. Cons. H.H. Rowley, The Relevance of
Apocalyptic).
Na sinagoga,
38:18 – 39:16 é o haphtarah para Êx. 33:12 – 34:26 e Nm. 29:26-31 para o
Sábado dentro do festival de Sucote.
Os capítulos contêm
sete oráculos introduzidos pela fórmula, "Assim diz o Senhor" (veja
Introdução abaixo, 38:1, 2; também os vs. 3-9, 10-13, 14-16, 17.23; 39:1-16,
17-24; conclusão, vs. 25-29).
Ezequiel 38
1)
A Invasão de Gogue e Sua
Destruição. 38:1-23.
2) a) Introdução.
38:1, 2.
3) 2. Gogue (nos caps. 38;
39; Ap. 20:7) não se baseia em Gogaia das Cartas de Amarna, nem Gyges, rei da
Lídia (670-652), mas nas profecias transmitidas. Da terra de Magogue. A
localização deste lugar é desconhecida. Talvez fique entre a Capadócia e a
Média; ou talvez o termo se refira aos citas (Josefos Antq. 1. 6.1). Príncipe
de Rôs, de Meseque e Tubal (cons. 27:13). Leia-se o T.M, nesî'rô'sh em
aposição, príncipe de, cabeça de Meseque e Tubal. A palavra rô'sh significa
"cabeça" ou "chefe". O T.M, também pode ser traduzido para
"príncipe de Rosh, Meseque e Tubal". Rôs não tem sido
identificado. Possivelmente se refere a alguma tribo cita na região das
montanhas Taurus.
4) Sobre as
últimas batalhas com Gogue e Magogue, veja Enoque 56, 57; Livros Sibilinos
(Oráculos), III, 319, 320; II Esdras 13; Talmude Babilônico, Aboda Zara,
3b; Berakoth, 7, 8; G.F. Moore, Judaísmo, II, 344, 348. Cons. as
batalhas sangrentas de Anate, ANET, 136, 137.
5) b) Gogue e Suas
Hordas Conduzidas pelo Senhor. 38:3-9.
6) 4. Far-te-ei
que te volvas. A
figura é a de se fazer uma besta fera voltar-se de suas inclinações sem
significado para cumprir propósitos divinos.
7) 5. Persas e
etíopes (Kûsh),
e Pute (Lídia). Cons. 27:10; 30:5.
8) 6. Gômer (Gn. 10:2). Os
gimirrai dos assírios; os cimérios dos gregos, que moravam ao sul do Mar Negro,
provavelmente na Capadócia. Togarma (cons. 27:14) da banda do norte.
(Das partes extremas do norte, RSV). Do mesmo modo Roma nos Sal. de Salomão,
8:16.
9) 7. Serve-lhe de
guarda ou
líder para os exércitos invasores.
10)8. Depois de
muitos dias . . . no fim dos anos. Uma expressão usada
com referência ao futuro escatológico (cons. introd. observações sobre os caps.
38 e 39).
9. Gogue e seus
aliados virão como tempestade . . . como nuvem (cons. v. 16; Is. 21:1;
Jr. 4:13) contra o Israel pacífico e próspero (cons. vs. 8, 11, 12).
c) O Propósito
Maligno de Gogue na Invasão. 38:10-13.
10. No teu
coração. Os
planos do homem são apenas parte dos extensos propósitos divinos. Veja, por
exemplo, 39:2; Is. 10:5, 6.
12. No meio (lit. , no
umbigo) da terra. Cons. 5:5.
13. Sabá e Dedã
. . . mercadores de Tarsis. Cons. 27:22, 20, 12. E todas as suas
cidades (RSV). Também a LXX e a Siríaca, dão ke'parîm em lugar do
T.M. kepîrîm, "jovens leões". O clamor das nações comerciantes
talvez saia irônico ou talvez uma aprovação dos lucros antecipados que
aguardam.
d) A Vinda de
Gogue Determinada pelo Senhor. 38:14-16.
14. Quando o
meu povo Israel habitar seguro. Cons, os versículos 8, 11, 12.
16. Meu povo. .
. minha terra. Um
ataque contra a terra do Senhor é um ataque contra Ele.
e) A Destruição
de Gogue. 38:17-23.
17. Os profetas
. . . os quais . . , profetizaram. Esta invasão foi prevista, ou na
precedente profecia de Ezequiel, ou nas profecias que já não existem mais
(cons. 39:8; Sf. 1:14 e segs.; Jr. 3-6; Joel 3; Zc. 14).
19-22. A destruição de
Gogue se efetua por meio de um terremoto (v. 19) que aterroriza toda a natureza
(v. 20), por meio de um pânico sobrenatural entre os seus soldados (v. 21.),
por meio de pestilência e derramamento de sangue e visitações da natureza (v.
22).
1) 23. Cons. 36:23.
1) 23. Cons. 36:23.
Um comentário:
Muito bom o estudo, glórias a Deus ;)
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