Significado de 2 Timóteo 2
Significado de 2 Timóteo 2
2 Timóteo 2
2.1-13 — Paulo continua a incentivar Timóteo a perseverar e propagar fielmente o evangelho (v. 1,2). Cita três exemplos, tirados da vida diária (v. 3-7), e refere-se a seus próprios sofrimentos e aos sofrimentos e à vitória de Cristo (v. 8-13).
2.1 — Ao exortar Timóteo a ser fiel, Paulo considera provavelmente o abandono que teve de outros parceiros (2 Tm 1.15). Contudo, ao conclamar: fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus, a ênfase está na força de Cristo, não na de Timóteo. Se confiarmos em nós mesmos, estaremos fadados ao fracasso.
2.2 — Confia-o. Eis a ordem dada por Paulo a Timóteo para que transmita seu ensino a homens fiéis. Todo cristão fiel tem a responsabilidade de ensinar a sã doutrina aos outros. Essa determinação de Paulo serviria de base a uma cadeia interminável de discipulado cristão, com o ensino de mestres e instrutores cristãos (Mt 28.18-20). Entre muitas testemunhas. O discipulado pode ocorrer em grupos grandes ou pequenos ou na reunião de apenas duas pessoas. Paulo enfatiza aqui o contexto de um grupo.
2.3-6 — Três ilustrações são dadas aqui para a fidelidade. A primeira é a do soldado. A caminhada cristã é muitas vezes representada como uma guerra espiritual. O serviço a Deus eficiente requer de nós que persistamos em um só objetivo. A segunda ilustração é a do competidor, ou militante, de uma disputa atlética. Os jogos atléticos gregos eram importantes, exigindo dos competidores um árduo treinamento (1 Co 9.25). N e nhum competidor poderia chegar à vitória e vir a ser coroado se não participasse dos jogos legitimamente preparado. Em coroado, a referência é feita à grinalda floral colocada na cabeça do vencedor da competição, consagrando-o assim como campeão. O cristão fiel receberá também de Deus sua própria coroa de vitória — não, naturalmente, a coroa real, que pertence unicamente a Jesus. Paulo está dizendo, enfim, que a atividade espiritual deve ser pautada pelas diretrizes de fé e doutrina bíblicas. Abandonar a verdadeira fé é perder a devida recompensa (2 Jo 7,8). A terceira ilustração é a do lavrador que trabalha arduamente. O trabalho árduo e consciente é necessário, para que o lavrador possa desfrutar de boa colheita. A negligência ou a preguiça não pode ser um traço de caráter de um cristão fiel.
2.7 — Considera significa observa o ensino recebido (de Paulo); reflete nele.
2.8 — Lembra-te da ressurreição de Cristo — eis a principal conclamação, aqui, a Timóteo. Descendência de Davi enfatiza a humanidade de Jesus e o fato de que Ele cumpriu todas as promessas que Deus havia feito a Davi quanto à sua linhagem e a seu trono (2Sm7.11-16). Ressuscitou dos mortos enfatiza, então, que o nosso Salvador vive hoje e já reina, sentado à destra de Deus Pai.
2.9 — As circunstâncias humanas não podem confinar a palavra de Deus. Ele usa de Sua palavra para cumprir os Seus propósitos. Inúmeros são os exemplos de pessoas, antes contrárias à verdade de Deus, que lhe entregaram a vida quando Ele as buscou e conquistou (ver, por exemplo, a conversão de Paulo, em Atos 9.1-25; 22.3-21). Não devemos ocultar o evangelho que está em nós, mas, sim, devemos deixá-lo transparecer e agir livremente, a despeito de nossas próprias limitações.
2.10 — Tudo sofro. Paulo é capaz de suportar as mais difíceis circunstâncias pelas quais possa passar no momento — incluindo sua prisão —, porque sabe que a obra de Deus está avançando cada vez mais entre os escolhidos, os eleitos de Deus. E que o resultado final da salvação deles será para a glória eterna do Reino de Deus, que está por vir.
2.11-13 — É bem possível que esta seção seja um hino ou uma confissão, próprio da Igreja primitiva. Assemelha-se em sua forma ao paralelismo típico da poesia hebraica. Aborda os temas da morte e ressurreição de Cristo, introduzidos por Paulo no versículo 8.
2.11 — Se morrermos [...] também [...] viveremos. Os cristãos estão unidos ao Senhor em Sua morte e ressurreição (Rm 6.8), as quais se tornam nossa morte e ressurreição no momento em que cremos (Rm 6.1-4).
2.12 — Se sofrermos. Perseverarmos na fé diante do sofrimento e da perseguição resultará em generosa recompensa para nós quando Cristo voltar (Lc 19.11-27; Rm 8.17; Ap 3.21).
2.13 — O termo infiéis refere-se a falsos cristãos, imaturos, que vivem para si mesmos, e não para o Senhor e o próximo (1 Co 3.1-3,15). Ele permanece fiel. Todavia, mesmo quando os pseudocristãos o desapontam, o Senhor permanece leal, pois abandonar-nos seria contrário à Sua natureza (Jo 10.27-30; Hb 10.23; 13.5). A relação de Cristo com Pedro é um ótimo exemplo da fidelidade de Deus (Lc 22.31-34).
2.14-26 — A vida moral e espiritual do líder cristão é bastante importante ao lidar com falsos mestres e aqueles que por eles foram enganados.
2.14 — Estas coisas. As afirmações decisivas apresentadas nos versículos 11-13 são tão importantes que tornam uma verdadeira imprudência e perda de tempo nos envolvermos em contendas, com palavras insignificantes, que não nos trazem proveito algum. O pastor e o cristão fiéis se mantêm longe de questões e assuntos insensatos e sem qualquer valor. Paulo aconselha a Timóteo que lembre àqueles a quem prega e ensina a fazerem o mesmo.
2.15 — Aquele que é aprovado é o que permanece firme na fé depois de provado, como metal refinado no fogo. O significado literal da expressão que maneja bem é: que corta em linha reta. A palavra da verdade. E a verdade que define a natureza das Escrituras. A Palavra de Deus é um farol irradiando a luz da verdade, em meio à escuridão de todo tipo de engano e mentira. Por isso, o mestre ou instrutor da Palavra deve fazer o possível para saber utilizar a verdade de Deus com toda a exatidão. Não fazê-lo com prudência e discernimento é arriscar ser levado a juízo (Tg 3.1).
2.16-18 — Paulo adverte aqui Timóteo dos dois homens, Himeneu e Fileto, que ensinavam que a ressurreição dos cristãos já havia ocorrido (1 Tm 1.20). Era provavelmente uma forma de gnosticismo, heresia que enfatizava a ressurreição espiritual, em contraste com a crença cristã na ressurreição futura do corpo.
2.19 — A despeito dos atos infiéis de alguns, o fundamento de Deus fica firme. O tempo do verbo aqui indica que Paulo vê a verdade de Deus permanecendo firme não somente no passado, mas também no presente. Isaías 40.8 revela que a Palavra de Deus há de permanecer firme também no futuro, pois é eterna.
O Senhor conhece os que são seus. Eis um conhecimento pessoal e empírico, somente obtido mediante uma relação, como a de Paulo, íntima com Deus.
Aparte-se da iniquidade. O relacionamento íntimo, garantido, com o nosso Pai no céu deve motivar-nos a uma vida inteira de pureza.
2.20,21 — A imagem da grande casa é usada aqui para descrever duas categorias de cristãos. No caso, os vasos de ouro e [...] prata representam os cristãos fiéis e úteis no serviço a Deus; os de pau e [...] barro, aqueles que não honram ao Senhor (1 Co 3.12-15). Senhor é um termo suficientemente forte para se referir à autoridade de Deus sobre a vida do cristão, seja qual for o nível de sua maturidade espiritual. Optemos por servir com pureza, santificados no poder do Espírito Santo, para sermos realmente úteis ao nosso Senhor.
2.22,23 — Foge [...] segue [...] rejeita. Nestes versículos, Paulo descreve em termos práticos como Timóteo pode ser um vaso útil a serviço de Deus.
2.24 — Contender corresponde a um termo de natureza militar, usado para o combate corpo a corpo. O servo do Senhor não deve entrar em contenda, ou combate pessoal, mas, sim, ser manso e amável para com todos.
2.25,26 — Instruindo significa aqui também treinando ou conduzindo à maturidade. Os que resistem refere-se aos que se colocam em conflito ou em posicionamento contrário para com a pregação da verdade de Deus, como, por exemplo, os já citados Himeneu e Fileto (v. 17). O objetivo de sua correção é o seu arrependimento, ou seja, sua mudança de pensamento, para o seu bem. Paulo exorta Timóteo que persevere em corrigir seus adversários por ser imperativo conhecerem a verdade, a fim de que não mais se oponham a ela, devido a falsos ensinos, como aqueles sobre a ressurreição (v. 18), e venham, assim, a ser salvos. Paulo tem a esperança de esses equivocados, finalmente, tornarem a despertar de seus enganos. De fato, as falsas doutrinas produzem como que um efeito intoxicante, que entorpece a mente para as verdades de Deus. Timóteo deveria então persistir em corrigi-los, para que pudessem desprender-se dos laços do diabo que constituem essas ilusões fatais.
O diabo deixa presos os cristãos e todos os outros que adotem e ensinem falsas doutrinas, desviando-os, e aos que os seguem, da sã doutrina. Afinal, é essa uma das táticas preferidas de Satanás: causar divisão e confusão na Igreja e na vida dos cristãos.