Significado de 2 Timóteo 3

Significado de 2 Timóteo 3
Significado de 2 Timóteo 3

2 Timóteo 3
3.1-9 — O surgimento de falsos mestres e instrutores e a decadência moral cada vez maior que os acompanha são fatos comprovados de nossa era cristã. O líder cristão deve esperar por essas coisas, mas saber lidar com elas de modo decisivo.

3.1 — As exortações de Paulo a Timóteo para suportar as aflições, ser diligente, manejar bem a Palavra e ser um vaso adequado e útil ao Senhor são dadas no contexto de tempos difíceis e até trabalhosos. Os últimos dias incluem todo o tempo a partir daí, desde a escrita desta carta até a volta de Cristo.

3.2-5 — Uma longa lista de traços característicos daqueles que não servem a Cristo.

3.2 — Amantes de si mesmos, avarentos. Veja 1 Timóteo 6.10. O egocentrismo encabeça essa lista de más atitudes.

Blasfemos. Indivíduos abusivos e irreverentes, sem respeito por Deus ou pelas pessoas. Desobedientes. Os que infringem os mandamentos de Deus.

Ingratos, profanos. Deus requer e deseja de nós exatamente o contrário.

3.3 — Sem afeto natural denota a pessoa desafeiçoada, tanto no que se refere a amigos e conhecidos quanto a cônjuge, parentes, pais e filhos (Rm 1.31).

Irreconciliáveis. Os que se mostram nada dispostos a chegar a um entendimento razoável com as outras pessoas, implacáveis sempre. Incontinentes são aqueles sem autocontrole, contrastando com o fruto do Espírito (Gl 5.22,23).

3.4 — Orgulhosos. Os soberbos (1 Tm 6.4). Mais amigos dos deleites. A busca constante e quase exclusiva de satisfação própria se torna o deus de muitos.

3.5 — Este versículo é o clímax de três, que contêm descrições sombrias a respeito da humanidade decaída. Aparência de piedade é uma aparência externa e falsa de reverência a Deus. Negando a eficácia dela, ou seja, da piedade, refere-se à atitude de cunho religioso não ligada a um vivo relacionamento com Cristo. Com o passar do tempo, na Igreja primitiva, falsos convertidos começaram a participar de atividades religiosas inteiramente vazias. Suas ações nada tinham a ver com o verdadeiro relacionamento com Deus ou com a verdadeira fé em Jesus Cristo. Esse tipo de religião ou religiosidade provoca, na verdade, a ira deDeus (Is 1.10-18;Mt 23.25-28). Afasta-te é uma ordem para que Timóteo evite a má companhia desse tipo de pessoas, descritas nos versículos 2-5. Jamais devemos unir-nos em causa comum com elas (1 Co 15.33).

3.6 — Introduzem pelas casas. Os indivíduos religiosos vazios dos versículos 2-5 usavam e usam de engano para serem ouvidos, fazendo amizade e penetrando nos lares e famílias. Levam cativas usa de uma expressão militar da época, referente a fazer prisioneiros de guerra — a imagem de combate espiritual está clara aqui. Mulheres néscias, vaidosas ou ingênuas, são sempre alvo dos ataques desses falsos mestres. É bem provável que falsos mestres em Éfeso tivessem feito investidas significativas junto a um grupo de mulheres naquela comunidade ou mesmo na igreja local (1 Tm 5.13-15). Aqui, Paulo mostra o alto perigo de ignorância da Palavra, falta de humildade, vaidade e insensatez. Eis por que já antes instruíra Timóteo, dizendo: a mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição (1 Tm 2.11).

3.7 — Este versículo descreve mulheres que, como muitas outras pessoas, apenas aparentam o desejo de aprender a Palavra, mas que não se empenham em querer compreender realmente a verdade. Conhecimento (gr. epignõsin) inclui, aqui, o conhecimento tanto intelectual quanto empírico.

3.8 — Paulo dá o exemplo específico de dois homens que resistiram à verdade na época de Moisés. Janes e Jambres não são citados no Antigo Testamento, mas, de acordo com a tradição judaica, foram dois dos magos egípcios que se opuseram a Moisés (Ex 7.11). Homens corruptos de entendimento resistem à verdade porque ela revela seus pensamentos e comportamento vergonhosos.

3.9 — Será manifesto o seu desvario. O caráter vazio e a religião vazia dos falsos mestres serão, por fim, expostos como tais, pois nossas ações são simplesmente fruto dos nossos pensamentos (Pv 23.1-8).

3.10-17 — A vida de Timóteo deve contrastar com a dos falsos mestres. Tendo ele seguido até agora cuidadosamente o exemplo de Paulo, no sentido de suportar as aflições por causa de Cristo (v. 10-13), deverá, doravante, continuar firme no ensino que recebeu. A verdade desse ensino pode ser atestada pelo caráter daquele que lhe tem ensinado (v. 14), mas, sobretudo, por sua base nas Escrituras (v. 15-17).

3.10,11 — Tu [...] tens seguido. Paulo faz aqui um nítido contraste entre o testemunho cristão e o caminho dos falsos mestres (v. 2-9). Observa dez qualidades diferentes de seu próprio ensino e de sua vida que Timóteo havia tido oportunidade de observar.

3.12 — Aqueles que desejam levar uma vida piedosa devem estar preparados para as perseguições, cujo significado literal é serem caçados. Deus não promete que seremos livres da perseguição, mas promete-nos, sim, livramento em meio a ela. A perseguição é um dos meios que Deus usa para desenvolver nossa capacidade de reinarmos junto com Ele em Seu futuro Reino (2 Tm 2.12; Mt 5.10-12; Ap 2.10).

3.13 — A palavra grega traduzida por enganadores também pode significar tanto feiticeiros quanto trapaceiros.

Enganando e sendo enganados. Os falsos mestres enganam tanto a si mesmos como aos outros (Mt 15.18-20). Engano e autoengano são elementos intrínsecos ao pecado.

3.14 — Permanece, ou continua firme, em todas as coisas que aprendeste (2 Tm 2.2) é mais uma exortação feita a Timóteo. Permanecer na verdade de Deus é essencial à vida piedosa.

3.15 — Desde a tua meninice. Paulo enfatiza a herança piedosa de Timóteo (2 Tm 1.5). Sua mãe, Eunice, e sua avó, Lóide, haviam ensinado fielmente as sagradas letras a Timóteo, e a mãe, certamente, também o direcionara a Cristo, em quem cria (At 16.1). A Palavra e o Espírito de Deus são essenciais à nossa salvação. A Palavra de Deus sem o Espírito de Deus não tem vida; não tem poder para agir. Mas a Palavra de Deus fortalecida pelo Espírito de Deus se torna força viva em nossa vida.

3.16 — Paulo enfatiza a preeminência de toda a Escritura.

Inspirada por Deus. O Senhor se envolveu ativamente na revelação de Sua verdade aos apóstolos e profetas que a escreveram. O Autor da Bíblia é o próprio Deus. Portanto, as Escrituras são verdadeiras em tudo o que afirmam e totalmente fidedignas (1 Pe 1.20,21).

O estudo da Bíblia é proveitoso em, pelo menos, quatro formas diferentes. Ensinar, ou seja, doutrinar. Paulo enfatiza em primeiro lugar o ensino correto; em Atos, Lucas também enfatiza o compromisso da igreja de Jerusalém com a doutrina (At 2.42). Redarguir, no caso, é não apenas argumentar, mas argumentar com convicção uma verdade incontestável. Corrigir é disciplinar, endireitar (2 Tm 2.15). Instruir refere-se a ensinar a um novato ou uma criança. Note-se que somente um destes termos está voltado simplesmente para a informação — ensinar (1 Pe 2.2); os demais implicam mudança de vida. O conhecimento completo que não promova mudança de vida de uma pessoa é inútil. Por outro lado, viver sem entendimento de quem é Deus e do que espera de nós é arriscado e perigoso.

3.17 — O estudo das Escrituras torna o cristão perfeito, no sentido de capaz ou eficiente. Perfeitamente instruído significa plenamente preparado. A pessoa que domina a Palavra de Deus nunca perde seu caminho.

Toda a boa obra. Paulo enfatiza a ligação essencial entre conhecer a Palavra de Deus e aplicá-la à vida pessoal do dia-a-dia. A doutrina correta deve produzir a prática correta.