Significado de Deuteronômio 23
Deuteronômio 23
Deuteronômio 23 continua a abordar várias leis e regulamentos que regulam a vida e a conduta do povo de Israel.
O capítulo começa com uma série de exclusões da assembleia do Senhor. Isso inclui pessoas que foram castradas, aqueles nascidos de relações ilegítimas até a décima geração, e os amonitas e moabitas até a décima geração, devido à maneira como trataram os israelitas durante sua jornada pelo deserto.
Em seguida, Moisés fala sobre questões relacionadas ao acampamento militar. Ele instrui que, em tempos de guerra, os israelitas devem manter o acampamento limpo e livre de impurezas, e que certos procedimentos devem ser seguidos para manter a santidade e a ordem.
O capítulo também aborda questões de higiene pessoal e práticas sanitárias, incluindo a necessidade de enterrar os excrementos fora do acampamento para evitar a contaminação.
Além disso, Moisés fala sobre questões de empréstimos e juramentos. Ele instrui que se alguém fizer um voto ao Senhor, deve cumpri-lo sem demora. Também são estabelecidas leis sobre empréstimos entre irmãos israelitas e estrangeiros, garantindo a justiça e a equidade nessas transações.
O capítulo termina com uma série de leis sobre a prática da caridade e a necessidade de ser generoso com os necessitados, estrangeiros e órfãos.
Em resumo, Deuteronômio 23 fornece uma série de leis e regulamentos que abrangem uma variedade de questões, desde exclusões da assembleia do Senhor até questões de higiene pessoal, empréstimos e práticas de caridade. Moisés enfatiza a importância da santidade, da justiça e da generosidade dentro da comunidade de Israel, buscando garantir a integridade moral e o bem-estar do povo como um todo.
Deuteronômio 23:1 Castrado era aquele que teve seus órgãos sexuais removidos. Este procedimento era realizado nos homens encarregados de tomar conta dos haréns, com o intuito de evitar que eles tivessem relações sexuais com as mulheres. Também era uma prática religiosa pagã. Contudo, proibia-se a mutilação genital em Israel. Comentário de Deuteronômio 23
Os homens castrados não entrariam na congregação do Senhor, isto é, não se uniriam às pessoas com quem Deus estabelecera uma aliança e a quem fizera Suas promessas. Em Deuteronômio, a palavra congregação geralmente faz referência àqueles reunidos perante o Sinai (Dt 5.22; 9.10; 18.16). Excluir esses indivíduos da congregação significava proibir sua participação em todos os ritos religiosos.
Deuteronômio 23:2 É provável que o termo bastardo faça referência aos descendentes de uma ilícita união com uma prostituta cultual (v. 17, 18). Tanto os bastardos como a sua décima geração não entrariam na congregação do Senhor. Talvez décima geração signifique para sempre.
Deuteronômio 23:3-5 Os amonitas e os moabitas se mostraram hostis aos hebreus e contrataram Balaão para amaldiçoar os israelitas. No entanto, a lealdade de Deus ao Seu povo impediu que Balaão fosse ouvido. Em vez disso, o Senhor transformou a maldição em bênção. Nestes versículos, fica claro que Deus excluiu esses povos da participação na comunidade de fé e na adoração a Ele (Nm 22-24).
Deuteronômio 23:6, 7 Não lhes procurarás nem paz. Foi proibido aos israelitas fazer qualquer tipo de acordo com as outras nações. Moabe e Amom foram inimigos persistentes de Israel.
Deuteronômio 23:8 Os filhos que lhes nascerem na terceira geração. Enquanto os habitantes de Moabe e Amom foram excluídos da congregação de Israel, os filhos de Edom e do Egito tiveram uma oportunidade de unir-se aos verdadeiros adoradores do Deus vivo. A provisão para os egípcios pode ter sido em razão de sua inicial bondade para com a família de Jacó, quando permitiram que o clã se mudasse para Gôsen (Gn 47). A provisão para os edomitas foi baseada nos laços estreitos que possuíam com os israelitas. Eles eram descendentes do irmão de Jacó, Esaú.
Deuteronômio 23:9-11 A coisa má era uma causa para a impureza individual e comunitária. Os soldados tinham de manter a pureza, pois o Senhor estava em seu acampamento. No entanto, por algum acidente de noite, alguém poderia contaminar-se. E provável que essa expressão faça referência à polução noturna (Lv 15.16) ou à micção involuntária. Mesmo exigindo altos padrões de pureza, Deus forneceu um modo de a pessoa impura se tornar pura. O indivíduo podia sair do acampamento, lavar-se e retornar ao pôr-do-sol.
Deuteronômio 23:12, 13 Cavar latrinas fazia parte da vida militar. Esta atenção dada à limpeza não só promovia a pureza ritual, como também a higiene adequada, o que prevenia que possíveis doenças se espalhassem pelo acampamento.
Deuteronômio 23:14 O Senhor, teu Deus, anda no meio do teu arraial. O Deus santo estaria presente, junto aos soldados de Israel, durante todo o tempo em que estivessem guerreando. Não seria aceitável que Seus guerreiros tolerassem condições de vida insalubres no acampamento.
Deuteronômio 23:15, 16 Provavelmente, o servo que entrou no território de Israel vindo de outra região.
Deuteronômio 23:17 No hebraico, a palavra traduzida neste versículo como rameira (qedsha) tem relação com a palavra que significa santo ou separado (qdash). A prostituta cultual era considerada pelos cananeus como “reservada” para a adoração dos deuses e deusas da fertilidade. Nos rituais religiosos de fertilidade de Canaã, os homens se deitavam com essas mulheres.
Os cananeus acreditavam que por meio deste rito a fertilidade abundaria em suas famílias, em suas plantações, e aumentaria o número de seus rebanhos. Esse desprezível sistema de adoração foi, evidentemente, um dos motivos pelos quais Deus impôs o severo julgamento sobre esse povo. Quanto ao sodomita, era o homem que se prostituía pelo mesmo motivo que a prostituta cultual.
Deuteronômio 23:18 Neste versículo, rameira (hb. zônâ) descreve a prostituta comum, e cão, o homem que também fazia da prostituição uma ocupação cotidiana.
Deuteronômio 23:19, 20 A teu irmão não emprestarás à usura (com juros). Os juros no antigo Oriente Médio eram extremamente altos. Tomar um empréstimo, inevitavelmente, levava a um grande débito e, em alguns casos, à escravidão do devedor (Ex 22.25-27; Lv 25.36). A expressão a teu irmão faz referência a um compatriota israelita.
Deuteronômio 23:21, 22 O voto era o comprometimento que demonstrava, de uma forma específica, o amor de um indivíduo pelo Senhor. Embora fosse voluntário, aquele que o fizesse era obrigado a cumpri-lo. Deus esperava que o povo mantivesse sua palavra (compare com Mt 5.37). Considerava-se o não cumprimento de um voto como pecado (Ec 5.4-6). Entretanto, fazer um voto era uma atitude espontânea e não necessária para o desenvolvimento da comunhão com Deus.
Deuteronômio 23:23-25 Permitia-se que um viajante comesse uvas ou espigas quando passasse por uma plantação, mas colher ou estocar a comida para consumi-la mais tarde era expressamente proibido. Quando Jesus e Seus discípulos pegaram cereal nos campos abertos, eles estavam seguindo a prática comum admitida por este regulamento. Entretanto, os fariseus os provocaram porque apanharam espigas em um sábado (Mc 2.23-28).
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