Significado de Deuteronômio 27

Deuteronômio 27

Deuteronômio 27 apresenta a instrução de Moisés para que o povo de Israel construa um altar de pedras no Monte Ebal e escreva sobre essas pedras todas as palavras da lei, assim que atravessarem o Jordão para entrar na terra prometida. Esta ação simbólica é acompanhada de uma cerimônia solene onde o povo deve pronunciar a bênção sobre os montes Gerizim e a maldição sobre os montes Ebal.

Moisés ordena que quando atravessarem o Jordão, doze tribos de Israel se dividam em duas montanhas, uma para a bênção e outra para a maldição. Eles deveriam recitar uma série de maldições associadas a práticas pecaminosas e uma série de bênçãos associadas à obediência à lei de Deus.

Essas maldições e bênçãos servem como um lembrete do pacto entre Deus e o povo de Israel, reforçando a importância da obediência à lei divina e a consciência das consequências da desobediência.

Além disso, o capítulo também aborda ações específicas que devem ser evitadas, incluindo idolatria, desrespeito aos pais, injustiça para com o próximo e violação de outros mandamentos. Há uma clara ênfase na importância de se manterem fiéis aos mandamentos de Deus e nas consequências da desobediência.

Em resumo, Deuteronômio 27 destaca a importância da obediência à lei de Deus e da consciência das consequências da desobediência. Moisés instrui o povo a proclamar bênçãos e maldições associadas à obediência e à desobediência, respectivamente, como parte de um ritual solene para reafirmar o pacto entre Deus e o povo de Israel.

Comentário de Deuteronômio 27

Deuteronômio 27:1-26 A renovação da aliança em Canaã aconteceria sob o comando de Josué.

Deuteronômio 27:1 Os anciãos de Israel se juntaram a Moisés neste ponto. Esta declaração conjunta demonstrava a solidez da revelação de Deus por intermédio de Moisés, mesmo depois da morte do profeta.

Deuteronômio 27:2, 3 As pedras grandes eram memoriais nos quais as leis de Deus deveriam ser escritas (v. 8). Essas rochas tinham de ser pintadas com cal, conforme o comando e as caiarás, para que os escritos fossem nitidamente vistos sobre o fundo branco.

Deuteronômio 27:4 O monte Ebal ficava ao norte do monte Gerizim (v. 12, 13). Entre os dois estava a cidade de Siquém (Gn 12.6, 7; 33.18-20). Esta e os dois montes se situavam no centro da terra de Canaã.

Deuteronômio 27:5 O Senhor deu aos israelitas instruções específicas sobre como poderiam aproximar-se dele. Trabalhar com ferro não era uma habilidade tão característica de Israel quanto era de outros povos do Oriente Médio. Por isso, o Senhor rejeitou um altar trabalhado e impressionante e preferiu um altar de pedras, ou seja, de rochas brutas, que não foram talhadas. Talvez um altar muito elaborado desviasse a atenção dos adoradores de Deus (Êx 20.25).

Deuteronômio 27:6-10 O termo pedras inteiras faz referência às rochas que não foram desbastadas.

Deuteronômio 27:11-14 Durante a cerimônia de renovação da aliança com a segunda geração de Israel, o Senhor usou a topografia da terra para causar um dramático efeito visual.

Por causa de suas condições topográficas e climáticas, o monte Ebal normalmente é uma montanha árida, enquanto o monte Gerizim é geralmente encoberto por vegetação. Logo, o monte Ebal era o lugar perfeito para que fossem declaradas as maldições, e o Gerizim, adequado para a proclamação das bênçãos.

A associação do lugar com a palavra produziria um resultado inesquecível. Além disso, os dois montes eram bastante próximos, então poderiam servir como um anfiteatro natural para a declamação das maldições e das bênçãos pelos levitas.

Deuteronômio 27:15, 16 A primeira maldição dizia respeito à idolatria. A imagem de escultura ou de fundição desrespeitava o primeiro ou o segundo mandamento, ou ambos (Dt 5.7-9).

Amém era uma expressão de aprovação ou submissão à palavra de Deus. Este vocábulo, derivado de uma raiz no hebraico que significa ser estabelecido, provavelmente se difundiu em todas as línguas em que o evangelho se instituiu. Podemos observar que o povo de Israel dizia amém para cada uma das doze maldições (e, quem sabe, para as doze subsequentes bênçãos). Isso estabelece um padrão bíblico de utilização do termo amém em nossa adoração coletiva. Algumas vezes, notamos as pessoas proferindo essa palavra levianamente, mas o uso bíblico indica uma declaração formal de concordância com o Deus vivo.

Deuteronômio 27:17 A terceira maldição se referia à justiça e à ganância. Arrancar o termo do próximo, isto é, mudar o marco divisório da propriedade de outrem com o intuito de expandir os limites do próprio terreno aumentava a posse de um indivíduo à custa de outro (Dt 19.14).

Deuteronômio 27:18 A quarta maldição exigia tratamento humanitário para as pessoas com deficiência. O pressuposto subjacente era de que apenas um indivíduo que abrigasse em si grande crueldade e nenhum amor a Deus tiraria vantagem de um cego.

Deuteronômio 27:19 A quinta maldição tratava da compaixão pelos necessitados, no caso o estrangeiro, o órfão e a viúva, os quais não tinham recursos legais e sociais para se defender.

Deuteronômio 27:20-23 Da sexta à nona maldição era abordada a imoralidade sexual. Intercursos carnais com animais (bestialidade) e o incesto foram estritamente proibidos (Ex 22.19; Lv 18.23; 20.15, 16).

Deuteronômio 27:24, 25 A décima e a décima primeira maldições remetiam à justiça quando acontecia um homicídio, inclusive em oculto. Neste caso, o assassino poderia ter escapado da descoberta do crime, mas Deus com certeza vira seu ato. Além desse tipo de assassinato, foi comentado o suborno para matar a alguma pessoa inocente. Sendo assim, tanto o matador contratado quanto aquele que o contratara eram culpados.

Deuteronômio 27:26 Englobavam-se na décima segunda maldição as anteriores. A maldição recaía sobre todos aqueles que não cumprissem qualquer instrução da Lei de Deus. O Senhor esperava não só a submissão total, mas também o amor a Ele. Paulo citou este versículo para enfatizar a impossibilidade de bênção apenas pela prática da Lei (Gl 3.10). O ideal era persistir em todas as coisas escritas no livro da lei.

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