Significado de Isaías 65

Isaías 65

Isaías 65 fala do julgamento vindouro e da salvação do povo de Deus. O capítulo começa com uma declaração de Deus de que ele tem procurado aqueles que não o perguntaram e foi encontrado por aqueles que não o buscaram. Ele fala da rejeição de seu povo e de sua idolatria, apesar de sua contínua busca por eles.

O capítulo continua falando do julgamento que virá sobre aqueles que rejeitaram a Deus e seguiram seus próprios caminhos. Isaías descreve o castigo que virá sobre os rebeldes e iníquos, incluindo fome, sede e vergonha. Ele declara que aqueles que se esqueceram de Deus serão destruídos e que os justos herdarão a terra.

Na última parte do capítulo, Isaías fala da restauração e salvação do povo de Deus. Ele descreve um tempo de paz e prosperidade, onde os problemas anteriores serão esquecidos e as tristezas anteriores serão ocultadas. Isaías declara que Deus criará novos céus e uma nova terra, onde seu povo habitará em segurança e alegria.

No geral, Isaías 65 é um capítulo que enfatiza o julgamento vindouro e a salvação do povo de Deus. Isso nos lembra das consequências de rejeitar a Deus e seguir nossos próprios caminhos. O capítulo serve de alerta para aqueles que continuam em sua rebelião e idolatria, lembrando-os do castigo que virá sobre eles. Também serve como uma mensagem de esperança para aqueles que se voltam para Deus, lembrando-os da restauração e salvação que os espera.

Comentário de Isaías 65

Isaías 65.1 Fui buscado significa literalmente permiti ser procurado. Fui achado significa literalmente permitir ser achado. Essa promessa faz uma ligação entre esse oráculo e o lamento de Isaías (Is 64-7). Eis-me aqui (Is 58.9) é repetido para dar ênfase (veja a repetição da palavra consolai em Is 40.1).

A presença gloriosa de Deus garante a salvação. Um povo que se não chamava do meu nome inclui também os gentios (Is 42.1; 49.6,22; 52.15) e o remanescente que buscou a Deus (v. 10). Juntos, constituem os servos que serão chamados por outro nome (v. 15). Paulo entendia seu ministério aos gentios como o cumprimento dessa promessa (Rm 10.20,21). Pedro chama a igreja de nação santa (1 Pe 2.9).

Isaías 65.2 Estendi as mãos. Deus convida Israel a corresponder ao Seu amor. Todo o dia sugere a paciência interminável de Deus. O termo rebelde define Israel (Is 63.10). Que, repetido seis vezes nos v. 2-5, introduz uma descrição das práticas religiosas abomináveis de Israel: arrogância (v. 2), atitude desafiadora (v. 3), ritos de fertilidade idólatras (v. 3), adivinhação (v. 4), ingestão de alimentos impuros (v. 4) e uma atitude blasfema de autojustificação (v. 5). Seus pensamentos contrastam com os pensamentos do Senhor em Isaías 55.8,9.

Isaías 65.3 Diante da minha face significa abertamente. O povo não disfarçava suas práticas reprováveis, tampouco refreava seus hábitos malignos. Os babilônios ofereciam incenso aos exércitos dos céus nos tijolos, ou seja, nos terraços das casas (2 Rs 23.12; Jr 19.13; S f 1.5).

Isaías 65.4 Passando as noites junto aos lugares secretos pode se referir à prática de buscar instrução de um deus ou dos mortos. A lei proibia comer carne de porco (Is 66.17; Lv 11.7; Dt 14-8). Coisas abomináveis são outros alimentos proibidos a Israel (Lv 11). Se o povo de Israel consumia os mesmos alimentos que os povos vizinhos, então não era mais um povo santo.

Isaías 65.5 Sou mais santo do que tu. Os idólatras eram como os piores entre os fariseus nos tempos do Novo Testamento. Jesus chamou os fariseus de filhos do diabo (Jo 8.44), porém eles se consideravam melhores que os outros (Lc 18.9-14). Fumaça e fogo representam tudo que provoca a ira de Deus.

Isaías 65.6 Está escrito refere-se ao livro celeste que registra os pecados. No mundo antigo, as cortes reais mantinham um registro de crimes impunes. Não me calarei. Veja uma expressão semelhante em Isaías 62.1. Pagarei. Veja referências semelhantes sobre a vingança de Deus em Isaías 33.10-14; 34.8; 59.18.

Isaías 65.7 As iniquidades de vossos pais. Veja passagens relacionadas a essa em Êxodo 20.5; Ezequiel 18.20. E me afrontaram. Os israelitas rejeitaram e ofenderam a Deus ao oferecer sacrifícios aos falsos deuses das outras nações no cume dos montes (Ez 20.27,28). Pelo que. A punição é de acordo com o crime cometido (Is 47.11).

Isaías 65.8 O mosto representa os servos (Is 54-17); o cacho de uvas outrora improdutivo representa todo o Israel (Is 5.1,2). A ligação entre o vinho e a bênção é bastante comum nas Escrituras. Nos servos, estão incluídos o remanescente e os estrangeiros (Is 56.6). Não destrua a todos. Veja uma passagem relacionada a essa em Isaías 1.8,9.

Isaías 65.9 Produzirei descendência é uma promessa cumprida em Cristo e em todos os que estão nele (13.16, 26-29). Jacó e Judá representam todo o Israel. O herdeiro é o Messias (Gn 49.10; Mt 21.38; G 13.16). Meus eleitos. Veja uma passagem relacionada a essa em Isaías 41-8,9 (compare com G13.26-29).

Isaías 65.10 Sarom, a planície costeira oeste, e o vale de A cor, próximo de Jericó a leste, representam toda a terra.

Isaías 65.11 A palavra que ocorre quatro vezes nesse versículo, na apresentação de outros pecados de Israel (v. 2-5). Entre os pecados de Israel estão: esquecer-se de Deus, esquecer o local de adoração, adorar Gade, a deusa Fortuna, e Meni, o deus Destino.

Isaías 65.12 Chamei, e não respondestes contrasta com antes que clamem, eu responderei, no v. 24.

Isaías 65.13 Pelo que faz uma conexão lógica dessa situação com as duas primeiras (v. 1-7,8-12). Eis que[...] mas. O padrão nesse texto lembra a forma das bênçãos e maldições proferidas nos montes Gerizim e Ebal (Dt 27), nas bem-aventuranças (Lc 6.20-26) e na ilustração de Cristo sobre o juízo final (Mt 25.31-46). Comerão[...] beberão. Esse é um banquete acompanhado de muita alegria.

Isaías 65.14 Cantarão, aqui, desenvolve a ideia de júbilo do versículo 13 (Is 12.1-6; 35.10; 61.7).

Isaías 65.15 Os eleitos (v. 9) usarão o nome dos apóstatas por maldição, invocando o destino terrível dos apóstatas sobre outras vidas. Os escolhidos dirão: Que o Senhor os faça como o Israel apóstata. Veja em Jeremias 29.22 um exemplo de como os cativos na Babilônia utilizaram os nomes de Zedequias e de Acabe em fórmulas de maldição. Outro nome significa o início de uma nova era (Is 62.2). Esse nome estará associado com a bênção (v. 16), e não com a maldição.

Isaías 65.16 Aquele que se bendisser na terra — judeu ou gentio — irá invocar o nome do Senhor, porque ele é o Deus da verdade.

Isaías 65.17, 18 Eu crio também pode ser traduzido por estou criando, ou estou prestes a criar. Céus novos e nova terra. Assim formou os céus e a terra existentes, Deus irá criar um novo Universo que estará pronto para sua presença e para o desfrute de seu povo. Coisas passadas engloba tudo o que aconteceu até a criação do novo cosmos (Ap 21.4). Folgareis e exultareis significa estar extremamente feliz. Os santos são chamados para celebrar pela fé a vinda da salvação (Is 66.10). Crio para Jerusalém significa que ela será uma cidade totalmente nova, sem nenhuma semelhança com a antiga (Is 62.7). João também faz uma conexão entre o um novo céu e uma nova terra com a nova Jerusalém (Ap 21.1,2).

Isaías 65.19 Meu povo. Esse título, dado os cidadãos de Jerusalém, também é mencionado em Isaías 63.8. Nunca mais se ouvirá[...] choro. Veja conceitos semelhantes sobre a chagada da salvação em Isaías 25.8; 35.10; 51.11.

Isaías 65.20 O jovem morrerá de cem anos. Em determinada instância, essas palavras indicam o retorno, no reino por vir, da longa existência humana dos tempos anteriores ao dilúvio (Gn 5). Aparentemente, o povo não será afligido por doenças e nem pelo envelhecimento, como hoje. Pecador também pode significar aquele que não tem uma vida longa.

Isaías 65.21, 22 Essa passagem denota um trabalho dotado de significado, tanto no novo cosmos quanto no reino por vir, além do cancelamento da maldição (Dt 28.49-52).

Casas [...] vinhas. A vida de bênçãos no reino por vir é apresentada em termos que podem ser facilmente compreendidos pelos contemporâneos de Isaías (Mq 4-4). Os habitantes da nova terra não ficarão limitados a essas duas atividades, mas terão uma vida feliz e abençoada. A expressão como os dias da árvore é símbolo de longevidade e estabilidade (v. 20). Gozarão[...] até à velhice reforça a ideia da longevidade.

Isaías 65.23 Não trabalharão debalde. Essas palavras mostram que Deus reverterá a maldição que paira sobre o Universo (Gn 3.17-22) e removerá a maldição proferida nos dias de Moisés (Dt 28.30). A palavra hebraica traduzida por debalde significa vazio.

Isaías 65.24 Antes que clamem, eu responderei expressa a verdade de que não haverá período de tristeza entre a petição e o louvor (Is 30.19; 58.9). O louvor será contínuo.

Isaías 65.25 Esse versículo condensa as promessas de Isaías 11.6-9. As figuras representam a mudança na natureza e a instauração da paz universal. O pó será a comida da serpente é uma alusão a Gênesis 3.14 para indicar que essa maldição específica será cumprida.

Isaías 65:1-7 (Devocional)

Convite do SENHOR

A resposta do SENHOR às perguntas do remanescente fiel no capítulo anterior agora pode ser encontrada neste capítulo e especialmente em Is 65:8-9. A condição do povo era tão ruim que é necessária primeiro uma explicação do julgamento que os atingiu. Tão teimosa e incessantemente eles resistiram à graça de Deus.

Paulo cita Isaías 65:1-2 em Romanos 10 da Septuaginta. Lá vemos que ele usa Isaías 65:1 para aplicar este versículo às nações (Rm 10:20). Sob a orientação direta do Espírito Santo, o grande apóstolo das nações usou este versículo para eles, citando Isaías 65:2 para ilustrar o estado apóstata de Israel (Rm 10:21). Ao citar os dois versículos, Paulo vincula a aceitação das nações à desobediência de Israel (cf. At 13,46).

A aceitação das nações ocorre agora, no tempo da graça. Também acontecerá no futuro. Então o evangelho do reino será trazido e uma multidão que ninguém pode contar aceitará esse evangelho.

Na seção que segue, Is 65:3-4 fornece uma revelação terrível das práticas idólatras do povo de Deus, pelas quais eles ofendem o SENHOR. Como resultado, Israel deixa de receber as bênçãos que as nações receberam.

“Sentar-se entre as sepulturas” provavelmente tem a ver com uma forma de espiritismo que tenta entrar em contato com os mortos. Eles vão aos cemitérios à noite para consultar os espíritos malignos em vez de perguntar pelo SENHOR. Ao fazer isso, eles se contaminam de uma maneira horrível.

Aqueles que cometem essas atrocidades se gabam, como sempre, de sua santidade especial e mantêm os não iniciados à distância, colocando-se como inacessíveis aos outros (Is 65:5). Eles reivindicam uma falsa santidade. Todo o seu comportamento é um mau cheiro para o Senhor. Preenche a medida de seus pecados e exige a mais séria retaliação justa (Is 65,6-7).

Aqui vemos o farisaísmo em toda sua extensão atingindo seu ponto mais baixo na crucificação de Cristo. Hoje esta doutrina de santidade também está presente no cristianismo professo. Vemos isso lá, onde a separação é exigida por uma reivindicação de santidade superior, uma atitude de ‘eu sou mais santo do que você’.

Todas as suas más ações são registradas em um livro de memórias diante dEle (cf. Ap 20:12). Ele não se esquece de nada disso e punirá todas as atrocidades com um julgamento absolutamente justo. O mesmo vale para os fiéis que também podem saber que existe um livro de memórias (Ml 3:16). Nela é mencionada toda a fidelidade, que também será recompensada de forma absolutamente justa.

Isaías 65:8-10 (Devocional)

Um Remanescente e Esperança

Ao contrário do que foi dito anteriormente, o SENHOR agora faz menção ao remanescente crente, daqueles que são Seus servos fiéis, por causa dos quais Ele não trará destruição geral sobre o povo (Is 65:8-10). Até esses versículos, o Senhor fala ‘deles’ em distinção do penitente que fala por Ele. Agora o SENHOR vai falar sobre o remanescente, porque isso é valioso para Ele. Aqueles que são uma sombra do remanescente temente a Deus no futuro, na época da angústia de Jacó, são como um cacho de uvas maduras no meio de uma vinha depravada produzindo uvas verdes. Deste cacho de uvas sairá vinho novo, o que indica a alegria que este remanescente representa para o coração de Deus.

Deus vê esse remanescente em meio à infidelidade geral. No meio de toda a infidelidade, o Senhor dará à luz “uma descendência de Jacó e um herdeiro das minhas montanhas” [que é a terra de Israel, cf. Ez 6:2-3] de Judá; até os meus escolhidos a herdarão, e os meus servos nela habitarão”. O herdeiro de Judá é acima de tudo o Messias, mas também o remanescente unido a Ele. Este remanescente é uma semente, um núcleo, que crescerá em uma nova grande nação no reino da paz.

Neste contexto, em Is 65:10 são mencionados dois lugares em particular. “Saron” é a planície com prados ricos e famosa por suas flores (Is 35:2) e “o vale de Achor” é o vale da esperança (Os 2:14). Toda a área se tornará um jardim do Senhor, um cenário de fertilidade e produtividade para aqueles que se humilham diante de Deus por causa do pecado cometido. Sempre há esperança para aqueles que se humilham na presença de Deus e procuram andar com temor diante Dele (Sl 33:18; Sl 39:7).

Isaías 65:11-16 (Devocional)

Os Infiéis e os Fiéis

Em Is 65:11 a profecia retorna aos culpados que são abordados de forma ameaçadora em Is 65:1-7. Eles abandonaram o Senhor. Eles não pensam em adorá-Lo. Em vez disso, eles aceitaram o anticristo (João 5:43) e se renderam a refeições sacrificiais idólatras em honra da “besta”. Dois objetos de adoração são chamados: “Fortuna”, o deus da fortuna ou Júpiter, e “Destino”, o deus do destino ou Vênus.

Assim, mesmo agora, existem inúmeras pessoas que acreditam que você deve ter sorte na vida e que a vida é regida pelo destino, seja bom ou mau. Eles acreditam que deuses como a Fortuna e o Destino controlam suas vidas. Para um põem a mesa e para o outro enchem os copos com vinho misturado. Essa mesa é uma mesa de ídolos e o copo é o dos demônios.

Paulo pode ter pensado nisso quando escreve o que lemos em 1 Coríntios 10 (1Co 10:20-21). É como uma ceia profana idólatra dedicada a demônios. É reconhecível no cristianismo professo onde muitos elementos pagãos são integrados na celebração da ceia. Isso está particularmente presente na igreja católica romana, que é chamada de “morada de demônios” (Ap 18:2).

Consistente com isso, o SENHOR declara que Ele os destinará – uma palavra que contém o pensamento de ‘destino’ – para a espada. A espada usada pelo SENHOR como instrumento é aqui o rei do Norte e seus aliados, árabes ou islâmicos. Assim como eles se curvam diante de suas imagens para sua felicidade, eles terão que se ajoelhar para serem mortos (Is 65:12).

Pelo uso das mesmas palavras, nesta afirmação do SENHOR ressoa a ironia. Ele diz que não é o destino que determina o destino deles, mas Ele! E Ele tem sido tão paciente com eles. Ele ligou, mas eles não responderam. Ele falou, mas eles se recusaram a ouvir e escolheram deliberadamente o que O desagrada.

Em Isaías 65:13-16, o Senhor apresenta vividamente o contraste entre esses infiéis e Seus fiéis que andam como Ele quer. A multidão infiel não ouviu quando o SENHOR clamou, mas esses servos fiéis, aqueles ligados ao verdadeiro Servo, o Servo do SENHOR, ouviram. O SENHOR defende Seus servos. Com um “eis” ele aponta os desobedientes para eles. Seus servos comerão e beberão e se regozijarão e cantarão de alegria, enquanto aqueles que se afastaram do Senhor sofrerão privações e conhecerão vergonha, medo e quebrantamento de espírito (Is 65:13-14).

O nome dos ímpios se tornará uma maldição (Is 65:15). Isso se refere ao juramento feito pelo sacerdote a uma mulher suspeita de adultério, a quem ele teve que fazer beber a água amarga trazendo a maldição (Nm 5:21-24), porque Israel agiu como uma adúltera. Em contraste com isso, o SENHOR chamará Seus servos por outro nome. Esse nome será uma bênção (Is 65:16).

Essa bênção está ligada ao “Deus da verdade”, literalmente “o Deus do amém”. Isso aponta para Deus como o Deus que cumpre Sua Palavra e cumprirá as promessas de Sua aliança. Para nós e para todos os crentes de todos os tempos, todas as promessas de Deus em Cristo são “sim” e “amém” (2Co 1:20; cf. Ap 3:14). No dia vindouro, o povo redimido permanecerá firme em uma conexão poderosa e ininterrupta com o SENHOR.

Isso deixa claro a tolice, a falta de sentido e a pecaminosidade de seguir nossos próprios caminhos, realizar nossas próprias intenções e buscar coisas que Deus não gosta, em vez de ouvir Sua voz e nos regozijar em fazer Sua vontade. Por meio de nossa caminhada com Deus, Ele cumpre e cumprirá todas as promessas de Sua Palavra. Ele responde com alegria, confiando Nele, acrescentando um ‘amém’ à Sua certeza. Um coração obediente e um espírito confiante dão paz e o gozo do sol de Sua face e de uma santa comunhão com Ele.

O SENHOR dá a garantia de que as angústias anteriores, ou seja, a grande tribulação, um tempo de angústia para Jacó (Jr 30:7), serão esquecidas e escondidas de Seus olhos (Is 65:16). Em vez disso, nos versículos seguintes, Ele prediz a bênção e a alegria indescritíveis que serão ministradas ao Israel redimido no próximo dia milenar.

Isaías 65:17-25 (Devocional)

Céu e Terra Renovados

Os novos céus e a nova terra dizem respeito a esta criação que será renovada (Is 65:17; Sl 104:30) quando a maldição for levantada e a criação for libertada da corrupção (Rm 8:19-21). É um estado renovado dos céus e da terra criados por Deus (Gn 1:1; Is 51:16). É uma recriação ao estado do paraíso. Esta velha criação se tornará como nova no reino da paz.

Os novos céus e a nova terra mencionados no Novo Testamento vêm depois que a velha criação é queimada com fogo (2Pe 3:11-13; Ap 21:1). Lá se trata de uma mudança material, enquanto aqui se trata de uma mudança de condições de vida. Também se fala de um novo céu porque Satanás terá sido expulso do céu (Ap 12:7-12) e seu poder terá sido removido dele para sempre. Ele ainda se enfurecerá na terra por um breve período, mas depois de três anos e meio será encerrado no abismo por mil anos (Ap 20:1-3).

Isaías fala de novos céus e uma nova terra como uma área de bênção incomparável. Não haverá mais reflexão sobre as opressões anteriores, como a grande tribulação. Para a criação de um coração puro (Sl 51:10), a mesma palavra é usada para a criação de novos céus e uma nova terra. Este coração puro deve absolutamente preceder a nova criação (2Co 5:17; cf. Gl 6:15).

Quando o SENHOR estabelecer Seu reino de paz e justiça, Ele cumprirá o que está escrito nos versículos seguintes. É uma seção que talvez mais do que qualquer outra parte das Escrituras descreva a prosperidade e as bênçãos desse tempo vindouro. Esta descrição do reino messiânico de paz é o cumprimento de todas as promessas feitas a Israel. O SENHOR nos chama para nos regozijarmos e nos regozijarmos para sempre no que Ele está prestes a criar em relação a Jerusalém na terra (Is 65:18). Não será mais uma cidade de luto, mas uma cidade de alegria.

Essa alegria é também a própria alegria do SENHOR em uma situação estabelecida por Ele (Is 65:19). Onde Sua alegria é ouvida, não há espaço para tristeza ou luta. Embora ainda haja morte e pecado, o mal estará sob Seu controle absoluto e um julgamento imediato seguirá o pecado aberto (Is 65:20; Sl 101:8; Sf 3:5). Isso também é prova de que os novos céus e a nova terra do reino da paz ainda não são o estado perfeito da eternidade.

A longevidade dos primeiros tempos da história humana estará de volta. “A juventude … aos cem anos” indica uma desaceleração do processo de envelhecimento. Se alguém morrer nessa idade, deve ser considerado atingido pela maldição de Deus por causa de um pecado. De qualquer forma, os crentes nascidos de novo completarão os mil anos. Eles vivem mais do que as pessoas antes do dilúvio, das quais Matusalém – tanto quanto as Escrituras nos dizem – foi o que viveu mais tempo com 969 anos (Gn 5:27).

As seguintes promessas, em Isaías 65:21-23, garantem que Seu povo se regozijará com os resultados de sua obra. Eles colherão os frutos de seu trabalho e os desfrutarão eles mesmos. A colheita não cairá nas mãos de inimigos saqueadores. A duração de suas vidas será a mesma das árvores centenárias. Eles serão uma descendência abençoada pelo Senhor e seus filhos compartilharão com eles o que eles gostam, sem serem arrebatados por uma morte prematura (cf. Jó 21:8).

O Senhor declara que os atenderá antes que chamem e que os ouvirá antes que falem (Is 65:24). As orações são respondidas diretamente porque são a expressão de Seus pensamentos (cf. Is 30:19). Eles emergem da comunhão com Ele que estará lá então. Agora, muitas vezes há um certo tempo entre a oração e a resposta dada (cf. Dn 9:20-23), mas não será mais assim. Isso fornece um testemunho impressionante do que será o resultado da presença pessoal do Senhor no meio deles.

Haverá também uma mudança na natureza dos animais predadores (Is 65:25). A condição aqui descrita não é resultado da evolução, mas do poder do Messias. As condições na natureza ainda estão em desordem agora, mas então o lobo e o cordeiro pastarão juntos. A comida da vaca será também a comida do leão.

Esta seção relembra de forma condensada o que o profeta disse anteriormente (Is 11:6-9). Esta é outra prova da unidade entre as duas partes principais do livro que é contestada pelos teólogos liberais.

A exceção nesta seção é a serpente que comerá do pó (Gn 3:14). A serpente continuará a ir de bruços. Nem tudo no reino da paz participa da bênção. A serpente continua a se referir a satanás. Mas a serpente não poderá mais causar nenhum dano, pois tudo está sob o controle do governante Messias.

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