Significado de Jeremias 26
Jeremias 26
26.1-24 — Esse trecho tem quatro partes: (1) um chamado para o arrependimento no templo (Jr 26.1-11); (2) uma reiteração diante dos líderes de Jerusalém (Jr 26.12-15); (3) o exemplo do profeta Miqueias (Jr 26.16-19); e (4) o exemplo do profeta Urias (Jr 26.20-24).
A circunstância envolvendo esse registro sobre os sermões no templo transmitidos por Jeremias e a subsequente confrontação com os líderes de Judá foi a ascensão de Jeoaquim ao trono após a deportação de Jeoacaz para o Egito por intermédio do Faraó Neco (no final de 609 a.C. ou início de 608 a.C.). O sermão no templo (Jr 26.2-6) é uma espécie de sumário de Jeremias 7-1-15, provavelmente obra de Baruque, parte de uma série de oráculos contra Jerusalém que tratam da idolatria (Jr 7.1-8.3). O sermão no templo nesse trecho serve para introduzir o conflito entre Jeremias e os líderes políticos e religiosos em Judá e Jerusalém.
26.1 — No princípio. Essa expressão tecnicamente refere-se à parte do ano entre o dia em que o rei foi coroado e o início de seu primeiro ano completo de reinado, que teve início no mês de primavera de Nisã (de março a abril), em 608 a.C.
26.2 — O átrio do templo pode se referir a um dos pátios internos conectados pela porta mencionada em 7.2. Vêm adorar descreve a adoração comum que acontecia ali, ou talvez mais especificamente as peregrinações a Jerusalém para festividades e dias de jejum. Não esqueças nem uma palavra. Jeremias deveria falar com severidade e ousadia.
26.3-5 — A introdução ao oráculo de julgamento é expressada em termos condicionais. Se o povo se arrependesse de seu mau caminho, o Senhor se arrependeria do mal que estava ameaçando trazer sobre eles.
26.6 — Siló não ficava longe de Jerusalém. O povo podia ver os efeitos da calamidade na cidade por parte dos filisteus em 1050 a.C. — uma destruição que sobreveio embora tivesse sido esse o primeiro local de descanso da arca do concerto. Jeremias usou Siló como uma ilustração do julgamento iminente de Jerusalém, embora o templo de Deus estivesse localizado ali.
26.7 — O registro sobre Jeremias ter ouvido a mensagem dos três emissários da sociedade de Judá serve para antecipar as confrontações que viriam em seguida.
26.8,9 — Os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo refere-se à toda a assembleia dos adoradores. Os líderes religiosos responsáveis por supervisionar o templo consideraram que as palavras de Jeremias fossem blasfêmias, porque ele falava da destruição daquele edifício. O povo rejeitou a profecia de Jeremias e intentou matá-lo (veja Jo 8.59 para a descrição de uma rejeição semelhante sofrida por Jesus).
26.10,11 — As palavras de Jeremias foram levadas aos príncipes, os administradores reais e oficiais do reino, que foram até à Porta Nova para realizar um inquérito oficial. Os profetas e sacerdotes apresentaram acusações contra Jeremias, pedindo a sentença de morte por ele ter falado contra Jerusalém.
26.12,13 — Jeremias convocou a assembleia a melhorar, ou corrigir seus maus caminhos e ouvir a voz de Deus, aqui fazendo referência à aliança divina e às palavras proclamados por Jeremias.
26.14,15 — Mantido cativo pela multidão hostil, Jeremias advertiu o povo a não cometer o pecado de derramar sangue inocente. O profeta já havia acusado os líderes de Jerusalém contra esse erro por sacrificarem crianças no vale de Hinom. Na verdade, o Senhor me enviou. Sentenciar o profeta de Deus à morte resultaria em julgamento ainda maior, acrescentando-o às outras ofensas do povo contra os céus.
26.1 6 — Este homem não é réu de morte. A defesa de Jeremias foi aceita pela multidão, apesar da objeção dos líderes religiosos.
26.17-19 — Após a audição judicial de Jeremias, um dos anciãos em meio ao povo citou o precedente do profeta do oitavo século Miqueias, o morastita. No reinado de Ezequias, Miqueias havia anunciado a destruição iminente de Jerusalém pelos assírios. No entanto, pelo fato de Ezequias e os habitantes da cidade terem se arrependido, o lugar foi poupado do ataque do exército assírio sob o comando de Senaqueribe (701 a.C.).
26.20-23 — Urias, cujo nome significa o Senhor é a minha luz, era de Quiriate-Jearim, cerca de 24 km a oeste de Jerusalém (í Sm 7.1,2). Assim como Jeremias, Urias profetizava em nome do Senhor fazendo julgamento contra Jerusalém. Quando Jeoaquim e seus administradores ouviram as declarações de Urias, procuraram atacar o profeta “blasfemador”, que escapou fugindo para o Egito. Como Jeoaquim era rei vassalo de Neco do Egito, Urias foi extraditado e executado. Eínatã, filho de Acbor estava entre os príncipes da corte de Jeoaquim que ouviram a leitura do primeiro rolo de oráculos de Jeremias (Jr 36.11-19) e protestou quando Jeoaquim queimou o rolo (Jr 36.20-26).
26.24 — Jeremias foi acolhido por Aicão, filho de Safa, que, juntamente com seu pai, serviu como escriba na corte de Josias, quando o livro da Lei foi encontrado no templo (2 Rs 22.8-14). O irmão de Aicão, Gemarias, também se opôs ao fato de Jeoaquim ter queimado o rolo original de Jeremias (Jr 36.25). Essa família fiel que apoiou Jeremias foi fundamental para preservar a vida do profeta.
Índice: Jeremias 1 Jeremias 2 Jeremias 3 Jeremias 4 Jeremias 5 Jeremias 6 Jeremias 7 Jeremias 8 Jeremias 9 Jeremias 10 Jeremias 11 Jeremias 12 Jeremias 13 Jeremias 14 Jeremias 15 Jeremias 16 Jeremias 17 Jeremias 18 Jeremias 19 Jeremias 20 Jeremias 21 Jeremias 22 Jeremias 23 Jeremias 24 Jeremias 25 Jeremias 26 Jeremias 27 Jeremias 28 Jeremias 29 Jeremias 30 Jeremias 31 Jeremias 32 Jeremias 33 Jeremias 34 Jeremias 35 Jeremias 36 Jeremias 37 Jeremias 38 Jeremias 39 Jeremias 40 Jeremias 41 Jeremias 42 Jeremias 43 Jeremias 44 Jeremias 45 Jeremias 46 Jeremias 47 Jeremias 48 Jeremias 49 Jeremias 50 Jeremias 51 Jeremias 52
Nenhum comentário:
Postar um comentário