Significado de Jeremias 3
Jeremias 3
3.1 — Deuteronômio 24.1-4 proíbe um homem de se casar com a esposa divorciada se ela tiver contraído outro matrimônio e se divorciado uma segunda vez. A aplicação é a de que a mulher teria sido profanada pelo segundo casamento. Após se esquecer de Deus, Israel havia tido vários outros amantes — ou seja, a nação adorou muitos deuses. No entanto, o Senhor, em Sua misericórdia, ainda estendia a mão à sua noiva infiel. A expressão torna para mim implica em arrependimento (5.3).
3.2 — Aos altos. Esse termo faz um paralelo com os outeiros altos de 2.20. Nesses locais inférteis, Israel cometia adultério físico e espiritual. Como os árabes, que eram conhecidos por fazerem emboscadas em caravanas, Israel buscou outros deuses.
3.3,4 — Chuvas e chuva tardia referem-se a dois tipos de chuva que caíam em Israel durante a primavera de março até o início de abril. Essas chuvas eram muito importantes para a terra ressequida. Até mesmo a punição da seca não serviu para quebrantar a testa de uma prostituta de Israel. Esse termo pode se referir a uma marca feita nos escravos, ou então ao caráter de uma pessoa (Ez 3.8). Israel era como uma prostituta desavergonhada.
3.5 — O clamor pela misericórdia de Deus não era suficiente, porque os atos do povo eram maus.
3.6 — Josias (640-609 a.C.) sucedeu os idólatras Manassés (697-642 a.C.) e Amom (642-640 a.C.). A todo monte alto e debaixo de toda árvore verde é uma repetição das palavras de 2.20 (v. 2).
3.7 — Volta significa retornar a Deus com fé (5.3). Judá havia testemunhado a recusa de Israel em se arrepender.
3.8,9 — A proibição ao adultério está presente nos Dez Mandamentos (Dt 5.18), o cerne da aliança. Por causa do adultério de Israel, o Senhor apresentou um libelo de divórcio com base em Dt 24.1-4. Como consequência, em 722 a.C., Israel foi levado cativo pela Assíria, e Samaria foi destruída. Judá observou, mas não aprendeu com o exemplo de Israel.
3.10 — Judá fingia se arrepender em períodos de dificuldade, mas não voltou o coração ao Senhor (Dt 6.5; 10.16). Nesse trecho, coração significa a vontade, a mente e a emoção do povo.
3.11 — Pelo fato de não ter aprendido por meio do exemplo de Israel, Judá foi considerado mais aleivoso do que Israel.
3.12-4.4 — Esse novo clamor ao arrependimento consiste em uma mistura de apelos, acusações e promessas: (1) clamores 3.12,13; (2) promessa 3.14-18; (3) acusação 3.19,20; (4) confissão do povo 3.21-25 e (5) recapitulação de clamores com promessa 4-1-4.
A seção final também fornece uma transição para o ciclo de inimigos/nações em 4-4-6.30. Deus fez um clamor como Marido e Pai fiel da esposa infiel e dos filhos de Israel.
3.12 — O clamor para a banda do norte pode indicar um chamado para que o reino do norte se arrependesse nos dias de Josias.
Volta, ó rebelde Israel. Se o povo se arrependesse (Jr 3.1, 7; 5.3), a ira de Deus não cairia sobre eles. A base para esse apelo é a de que Deus é benigno, fiel à promessa da aliança.
3.13 — Iniquidade refere-se ao rompimento das ordenanças da aliança. A iniquidade do Israel rebelde é identificada como uma busca por deuses estranhos, a idolatria cometida por toda a terra.
3.1 4 — Casar-se nesse contexto significa tornar-se senhor ou mestre. Em outras palavras, desposar descreve a relação de aliança entre Deus e Israel. E vos tomarei [...] e vos levarei. O remanescente de Israel seria unido ao de Judá no monte Sião, em Jerusalém.
3.15 — Pastores. Ao longo da Bíblia, a imagem do pastor é muito importante. Deus fornece pastores para Seu povo para tomar conta, guiar, cuidar e direcionar. Desde Moisés, no Antigo Testamento, até Jesus, no Novo Testamento, o Senhor sempre levantou líderes fiéis e dedicados segundo o Seu coração. Deus governa com ciência e inteligência, e não com falsidade e engano.
3.16 — Deus ordenou que Seus pastores liderassem Israel por um período de bênçãos, de aumento populacional e de prosperidade material. Nesse tempo futuro, o símbolo mais sublime da presença de Deus, a arca do concerto, não mais seria a peça central da verdadeira religião em Israel. O próprio Deus tornar-se-ia o centro da adoração dos judeus.
3.17 — Jerusalém, e não a arca do concerto, seria o trono do Senhor, o ponto central da religião mundial. O nome do Senhor em essência resume o caráter e o relacionamento de Deus com Seu povo (Êx 3; 14; 15).
3.18 — Restauração e reunificação de Israel, desconhecidas desde os dias de Davi e Salomão, seriam realizadas pelo próprio Deus. A partir do norte, a direção por onde os inimigos de Israel geralmente vinham, Deus traria de volta Seu povo e os abençoaria na terra da promessa, sob comando do Pastor escolhido do Senhor — o Messias.
3.19, 20 — A posse da terra sempre dependia da fidelidade de Israel em relação à aliança. O desejo do Senhor sempre foi o de abençoar Seu povo.
3.21 — As confissões e orações do povo são proclamadas em meio à idolatria. O clamor deles não passava de palavras inúteis, porque se haviam esquecido de seu Deus.
3.22 — O chamado ao arrependimento, em Jeremias, 3.14, é reiterado em palavras semelhantes às de Oséias 14.1-4. A confissão começa reconhecendo o Senhor como Deus de acordo com o primeiro mandamento (Ex 20.2,3).
3.23 — O termo vão, com o sentido de falsidade, aparece várias vezes em Jeremias, geralmente em relação à idolatria e a falsas profecias (Jr 5.2; 7.4, 9). As montanhas eram o centro de adoração aos ídolos e, portanto, fortalezas de falsidade. A salvação ou libertação verdadeiras apenas podiam ser encontradas no verdadeiro Deus de Israel.
3.24 — Coisa vergonhosa (ara) é um eufemismo para a idolatria, que havia consumido os pensamentos de Israel, seus rebanhos e campos, e até mesmo seus filhos. A referência aos filhos lembra os sacrifícios humanos no vale do Hinom nos dias de Manassés.
3.25 — O povo reconheceu a vergonha e a confusão que havia trazido sobre si. Ele havia pecado contra Deus desde os dias da mocidade no deserto.
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