Significado de Jó 12

Jó 12

Jó 12 é a resposta de Jó às palavras anteriores de suposta sabedoria de seu amigo Zofar. Neste capítulo, Jó desafia a visão simplista do mundo de seu amigo e aponta as contradições e injustiças que ele vê no mundo ao seu redor.

Jó afirma que a sabedoria não pertence aos idosos ou aos poderosos, mas sim a Deus, que detém o poder supremo sobre todas as coisas. Ele reconhece que Deus é soberano e que tem poder tanto para causar sofrimento quanto para curá-lo. Jó também aponta as injustiças que vê no mundo, como o fato de que os ímpios muitas vezes prosperam enquanto os justos sofrem.

No capítulo 12, Jó continua a lidar com as questões complexas e difíceis levantadas por seu sofrimento. Ele se recusa a aceitar as explicações simplistas de seus amigos para sua situação e, em vez disso, procura entender os mistérios mais profundos dos caminhos de Deus. Em última análise, o Livro de Jó nos desafia a olhar além de nossa compreensão limitada do mundo e a confiar na sabedoria e na justiça supremas de Deus, mesmo em meio à nossa dor e confusão.

Comentário de Jó 12

12.1, 2 Que sarcasmo atrevido e prazeroso não é esse quando Jó diz: e convosco morrerá a sabedoria. O pronome pessoal vós também aparece no hebraico em plural, indicando que Jó responde aos três amigos que insinuam que ele é culpado e precisa confessar seus pecados.

12.3 Empregando o termo saber [hb. lebab coração ou mente, o substantivo de que se traduziu a palavra entendimento em Jó 11.12], Jó afirma que sua capacidade mental não é inferior à de seus amigos (Jó 13.2).

12.4 A expressão usada por Jó, irrisão para os meus amigos, também é encontrada em um sentido negativo semelhante em Salmos 2.4. Nesses contextos, a palavra indica ridículo. Mas em outras passagens expressa alegria e risos (Gn 21.6).

12.5 A tradução tocha é basicamente uma versão literal do termo hebraico lappid. Mas, para fins de melhor entendimento, talvez a palavra deva ser interpretada como a preposição hebraica le, que significa para, por, mais o substantivo pid, ruína, desastre (Jó 30.24; 31.29), como deixa implícito uma nota de rodapé da Bíblia NKJV [New King James Version, Nova Versão da King James, uma Bíblia em inglês].

12.6 A expressão nas suas mãos Deus lhes põe tudo pode ser a tradução correta de uma frase hebraica obscura. Mas também poderia ser traduzida como aqueles que trazem seu deus (ou seja, ídolos ou uma espada) em suas mãos.

12.7-9 O pronome to (v. 7) está no singular talvez para indicar que, dessa vez, Jó estava falando apenas com Zofar (que o comparou a um jumento), ressaltando que até os animais menos inteligentes entendem instintivamente que a mão do Senhor [hb. Yahweh] é a responsável pelas calamidades. Alguns manuscritos hebraicos podem trazer a palavra ‘Elôah, Deus, em vez de Yahweh.

12.10-12 Jó responde à afirmativa que Bildade faz em Jó 8.8 (provavelmente de forma sarcástica). No entanto, de fato a sabedoria normalmente vem com a maturidade, uma verdade bastante aceita no antigo Oriente.

12.13-25 E possível que estas declarações sejam feitas apenas de brincadeira, mas esta seção também pode ser lida como uma esplêndida confissão da insuperável sabedoria de Yahweh. As expressões sabedoria e força e conselho e entendimento (v. 13) formam uma dupla hendíadis (figura que exprime uma ideia mediante dois substantivos, ligados pela conjunção e, ou seja, quando duas palavras são empregadas para expressar uma única ideia, como em Gênesis 1.2). Esta seção não é diferente da confissão de confiança encontrada em um salmo de lamentação (como ocorre no Salmo 13).

12.17-21 É possível que Jó estivesse afirmando que Deus despoja conselheiros (tais como seus amigos), e aos juízes, como ele mesmo, faz desvairar. A locução leva despojados também pode ser traduzida literalmente como torna descalços [um símbolo de despojamento, empobrecimento, perda/abdicação de direitos por outrem].

12.22, 23 A transformação que Deus faz das trevas em luz era exatamente do que Jó precisava (Jó 10.21,22).

12.24, 25 O agir de Deus ao mostrar a inferioridade da sabedoria humana em relação à Sua própria é algo desejado por todos aqueles que sofrem a arrogância de pessoas que alardeiam seus conhecimentos sem temer ao Deus vivo (Pv 1.7).

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