Significado de Jó 15

Jó 15

Jó 15 é um capítulo no qual o amigo de Jó, Elifaz, continua sua argumentação contra Jó, acusando-o de ser arrogante e de se recusar a se arrepender de seus pecados. Elifaz insiste que Deus pune os ímpios e recompensa os justos, insinuando que Jó deve ter cometido algum pecado secreto para merecer seu sofrimento.

As palavras de Elifaz são um lembrete claro do perigo de tirar conclusões precipitadas sobre a causa do sofrimento de alguém. Sua crença em uma relação simples de causa e efeito entre pecado e sofrimento é questionada pelo livro de Jó, que mostra que mesmo as pessoas mais justas podem experimentar imenso sofrimento sem motivo aparente. A insistência de Elifaz na culpa de Jó também é um lembrete da necessidade de humildade e compaixão ao lidar com aqueles que estão sofrendo.

Apesar das palavras equivocadas de Elifaz, ainda há importantes percepções a serem extraídas de Jó 15. É um lembrete sério de que somos todos pecadores que precisam da misericórdia e graça de Deus, e que nossa compreensão humana da justiça e do sofrimento é limitada. Também destaca a importância da compaixão e empatia para com aqueles que sofrem, em vez de tirar conclusões precipitadas ou oferecer explicações simplistas.

Em última análise, Jó 15 nos desafia a confiar na bondade e na justiça de Deus, mesmo em meio às mais difíceis provações e tribulações.

Comentário de Jó 15

15.1-3 A insinuação de que Jó se enchera de vento oriental é uma alusão ao vento violento e cortante do deserto que não carregava nenhuma chuva. Desse modo, Elifaz dá a entender que os argumentos de Jó eram vãos (v. 12,13) e insignificantes (ver o contexto do versículo 3).

15.4-6 A afirmativa de Elifaz — a tua boca declara a tua iniquidade (v. 5) — expressa uma concordância irônica com as palavras anteriores de Jó (9.20). Mas Elifaz distorce propositalmente as palavras do amigo para dizer que Jó não precisa mais comparecer ao tribunal porque sua própria boca já o incriminou.

15.7 Es tu, porventura, o primeiro homem que foi nascido? Esta pergunta sarcástica antecipa um tema desenvolvido no discurso do Senhor (Jó 38.4-21).

15.8-11 Elifaz emprega contra Jó o mesmo verbo, sabes, utilizado por ele (Jó 12.3; 13.2). Ele rebate a réplica sarcástica de Jó a Bildade, de que a sabedoria só vem com a maturidade (Jó 12.12), afirmando que pessoas muito mais idosas que o pai de Jó estavam do lado deles. Como Jó era um homem maduro que criara dez filhos até a idade adulta, isso pode ser apenas uma frase de efeito.

15.12 Embora o sentido preciso desta palavra (piscas) no hebraico não seja conhecido ao certo, pode significar lampejam de raiva (ver o contexto do versículo 13).

15.13 O termo hebraico traduzido como espírito também pode aludir ao domínio do espírito, à temperança, como em Provérbios 16.32.

15.14,15 Elifaz reformula seu pensamento sarcástico em Jó4.17,18, por causa da reclamação de Jó sobre o homem nascido da mulher (Jó 14.1).

15.16-18 A frase o que vi demonstra que Elifaz baseia suas instruções apenas em experiência e observação de fatos (Jó 4.1). Ele também apela para a tradição da sabedoria, como Bildade fez em Jó 8.8-10.

15.19, 20 A expressão se reservam poderia ser traduzida como ocultam-se.

15.21, 22 Quando Elifaz afirma o sonido dos horrores está nos seus ouvidos, começa a argumentar sutilmente tentando provar que Jó é um homem perverso. Ele alude ao terror de Jó a mesma palavra traduzida como temia, em Jó 3.25, indicando de modo implícito que Jó era malévolo.

15.23, 24 Pelo fato de empregar a expressão assombram-no no contexto de dia das trevas, Elifaz distorce as palavras de lamentação de Jó sobre o dia do seu nascimento (Jó 3.4,5) para se referir ao dia de sua morte (Jó 10.18-22). Então, fazendo contraste com o texto em Jó 14-20, onde o patriarca culpa Deus por prevalecer contra as pessoas, Elifaz diz que são os medos do ímpio que prevalecem contra ele.

15.25-33 A figura do homem cheio de gordura que acaba por perder a sua fazenda e as suas possessões ao ser castigado por Deus por sua perversidade insinua que as calamidades aconteceram a Jó em virtude de seu próprio comodismo.

15.34, 35 Ao mencionar o fogo que consumirá as tendas dos perversos, Elifaz emprega as duas mesmas palavras que descrevem o fogo divino que consumiu as ovelhas e os servos de Jó (Jó 1.16).

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