Significado de Jó 21

Jó 21

Jó 21 é um capítulo no qual Jó responde às acusações de seus amigos, argumentando que os ímpios muitas vezes prosperam enquanto os justos sofrem. Jó desafia a visão simplista de que o sofrimento é sempre resultado do pecado, apontando que muitas pessoas perversas parecem ser abençoadas com riqueza e prosperidade.

Apesar da aparente injustiça do mundo, Jó mantém sua fé em Deus e sua crença no triunfo final do bem sobre o mal. Ele argumenta que a justiça de Deus está além da compreensão humana e que não devemos presumir saber as razões do sofrimento dos outros. As palavras de Jó no capítulo 21 oferecem uma crítica poderosa das atitudes simplistas e críticas de seus amigos e um lembrete da importância da humildade e da compaixão diante do sofrimento humano.

No geral, Jó 21 é um capítulo que destaca a complexidade e profundidade do livro de Jó. Mostra as emoções intensas que podem surgir diante do sofrimento, bem como a importância de manter a fé e a esperança em tais situações. A recusa de Jó em aceitar explicações simplistas para o sofrimento é um poderoso lembrete da importância de questionar nossas suposições e crenças. Ao mesmo tempo, o capítulo serve como um alerta contra os perigos da arrogância e do julgamento, e um apelo à compaixão e compreensão diante do sofrimento humano.

Comentário de Jó 21

21.1, 2 Jó está dizendo aos três amigos que, se ouvirem-no atentamente, por fim vão servir de certa consolação, ou consolo, para ele.

21.3-6 Talvez Jó, ao declarar havendo eu falado, zombai, tenha se voltado diretamente para Zofar a fim de censurar o mais agressivo de seus amigos. Zofar, quando usou a mesma palavra em hebraico para zombar (Jó 11.3), não só declarou que Jó zombava, mas zombou do que ele disse (Jó 20.9).

21.7 Por que razão vivem os ímpios? Com esta pergunta retórica, Jó começa a expor os furos da lei da retribuição — a crença de que o sofrimento sempre indica castigo divino sobre uma pessoa. O prosperar dos ímpios até hoje é um mistério para os justos. Outros autores bíblicos se torturavam com essa questão (SI 37; 73; Jr 12.1-4). Mas as Escrituras afirmam que Deus controla tudo para cumprir Seus bons propósitos (Rm 8.28).

21.8 Ao dizer que às vezes a semente dos perversos se estabelece, Jó aponta o furo na teoria de seus amigos de que ao justo não acontece nada de mal, enquanto ao ímpio só sucede o mal. Ele aponta para a realidade de que um homem mau pode prosperar por algum tempo, embora no final sua descendência seja destruída (Jó 18.19).

21.9-16 Jó reage ao argumento de Elifaz (Jó 15.21-24) de que, ainda que o perverso viva em paz por algum tempo, vivem temendo a destruição inevitável. Jó contraria essa ideia, dizendo que os ímpios chegam a viver seguros em suas casas, sem temor. O homem que age com perversidade simplesmente nega a existência de Deus, e assim vive sem temer o castigo.

21.17 As perguntas retóricas iniciadas por quantas vezes esperam a resposta “não muitas vezes”. Com a primeira pergunta sobre a candeia dos ímpios, Jó questiona a crença de Bildade de que a luz dos ímpios se apagará (Jó 18.5,6). A segunda questão se opõe à declaração dogmática de Zofar, feita em Jó 20.23, de que Deus julgará os perversos antes que consigam aproveitar a vida.

21.18 Este versículo também pode ser interpretado como uma pergunta (estando subordinado ao versículo 17).

21.19-27 Jó nega a teoria de que, mesmo que um perverso prospere temporariamente, seus filhos serão castigados. A opinião de Jó é sustentada por outras passagens da Bíblia (Dt 24.16; Ez 18.1-28; Jo 9.1-3).

21.28 Onde... está a tenda em que morava o ímpio? Os amigos de Jó insinuam que a tenda do ímpio (que representa sua vida, sua família e descendência) é destruída durante a vida do ímpio. É este o ponto de vista que Jó está nega (v. 30).

21.29 Os que passam pelo caminho dão testemunho do que Jó afirma, pois existem perversos que prosperam e, por antítese, há virtuosos que sofrem.

21.30-32 Jó parafraseia a alegação de seus amigos de que o mau está condenado. Porém, as palavras em hebraico traduzidas como preservado para também poderiam vir como poupadas de, o que indicaria a própria crença contrária de Jó. Esse ponto de vista é fortalecido pelo termo hebraico traduzido como arrebatado. Esta palavra reaparece no versículo 32, no contexto em que um ímpio pode ser levado para o cemitério sem receber o castigo temporal pelo que fez (v. 31).

21.33 Na expressão lhe são doces, Jó emprega o mesmo termo hebraico que Zofar utilizou (Jó 20.12) ao argumentar que o mal é doce para o ímpio, mas se tornará amargo em seu estômago (Jó 20.14). Jó contraria essa ideia, afirmando que há doçura para o perverso até mesmo na sepultura.

21.34 Jó conclui seu discurso com uma alfinetada nos esforços fracassados de seus amigos para convencê-los de seus pontos de vista teológicos. Mais uma vez observamos que a falha dos amigos de Jó não foi por dedicação a Deus ou vaidade própria. Foi devido à incapacidade deles de prever uma exceção tão gritante à lei da retribuição, que acreditavam permear o universo como uma força inabalável. Para Jó, as palavras deles eram de falsidade [hb. hebel; Ec 1.2].

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