Significado de Jó 22

Jó 22

Jó 22 é um capítulo no qual o amigo de Jó, Elifaz, o acusa de ser arrogante e hipócrita. Elifaz insiste que o sofrimento de Jó é resultado de seu próprio pecado e que ele deve confessar e buscar o perdão de Deus.

As palavras de Elifaz no capítulo 22 são um lembrete do perigo de julgar os outros e assumir que seu sofrimento é resultado de seu próprio pecado. O livro de Jó desafia essas visões simplistas do sofrimento, mostrando que mesmo as pessoas mais justas podem experimentar imensa dor e sofrimento sem qualquer causa aparente. A insistência de Elifaz na culpa de Jó também é um lembrete da importância da humildade e da compaixão ao lidar com aqueles que estão sofrendo.

Apesar das palavras equivocadas de Elifaz, Jó 22 ainda oferece alguns insights importantes sobre a experiência humana de sofrimento. É um lembrete de que nossa compreensão da justiça de Deus e das causas do sofrimento é limitada, e que devemos abordar essas questões com humildade e mente aberta. Também destaca a importância de buscar perdão e arrependimento por nossos próprios pecados, mesmo que eles não sejam a causa direta de nosso sofrimento. Em última análise, Jó 22 nos desafia a confiar na bondade e na justiça de Deus, mesmo em meio às mais difíceis provações e tribulações.

Comentário de Jó 22

22.2 O que ficou implícito na pergunta retórica de Elifaz — Porventura, o homem será de algum proveito a Deus?— é um princípio teológico validado pelo próprio Senhor em Jó 41.11. Porém, a aplicação desse princípio às circunstâncias de Jó (v. 3-5) era inválida, pois se baseava na pressuposição errônea de que os virtuosos são sempre abençoados e os ímpios, a qualquer momento, sofrerão o julgamento de Deus na terra. [Afinal, isto pode ocorrer apenas na eternidade.]

22.3, 4 As mesmas raízes hebraicas das palavras justo e temor já foram usadas por Elifaz em suas observações corteses sobre a reverência e a integridade de Jó (Jó 4-6). Nestes versículos, Elifaz está sendo sarcástico.

22.5-9 Quando Elifaz emprega palavras como nus, cansado, faminto, viúvas e órfãos, lista algumas acusações forjadas contra a maneira como Jó teria obtido sua grande riqueza: exploração gananciosa dos pobres nos negócios, ausência de hospitalidade e caridade e falta de compaixão pelos que estavam de luto. Jó negou categoricamente cada uma dessas acusações (Jó 29.11-17; 31.13-22), e o próprio testemunho de Deus a Satanás prova ao leitor que tais acusações eram falsas (Jó 1.8).

22.10-14 Em porventura, julgará (v. 13), Elifaz interpreta erroneamente a posição de Jó. Embora o acuse de não entender a Deus, é Elifaz quem comete o maior equívoco de todos.

22.15-17 Elifaz distorce as palavras do amigo, registradas em Jó 21.14-16, para dar fundamento à sua própria teoria de que Jó se comportava como os homens iníquos. Em virtude disso, sua prosperidade teria sido apenas temporária.

22.18 A frase pelo que, longe de mim, o conselho dos ímpios (citando Jó em 21.16) pode ser um exemplo de uma indireta, para zombar de Jó pelo que este dizia e expressar o que o próprio Elifaz sentia.

22.19, 20 Ao afirmar que o inocente escarneceu [dos ímpios] [hb. laag, zombar], o amigo de Jó caçoa de sua sugestão anterior, zombai (o mesmo verbo em hebraico). Os justos se alegrarão quando os perversos (incluindo Jó) forem julgados.

22.21 O verbo em hebraico traduzido como une-te vem de uma raiz também encontrada na palavra proveito, no versículo 2, do capítulo 2. Talvez isso seja um trocadilho. E como se Jó dissesse: “mesmo que tu não sejas de algum proveito para Deus por tuas ações, ainda podes unir-te a Ele”.

22.22, 23 Elifaz mais uma vez convoca Jó ao arrependimento (Jó 5.8-17), pedindo-lhe que se converta ao Todo-poderoso. Depois, sugere a Jó: Afaste a iniquidade da tua tenda, reiterando as palavras de Zofar (Jó 11.14).

22.24-29 Elifaz insinua que Jó confiava em sua riqueza, em vez de confiar em Deus, o que Jó nega em Jó 31.24,25. Depois Elifaz encoraja Jó a confiar no Deus todo-poderoso assim como ele confiaria no ouro.

22.30 A profecia de Elifaz de que Deus livrará até ao que não é inocente pela pureza das mãos de Jó seria ironicamente cumprida com a oração do próprio Jó por seus três amigos (Jó 42.8-10).

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