Significado de Jó 8

Jó 8

Jó 8 apresenta a resposta do amigo de Jó, Bildade, ao lamento de Jó sobre seu sofrimento. Em sua resposta, Bildade acusa Jó de ser perverso e sugere que seu sofrimento é resultado de seu pecado. Ele também argumenta que Deus é justo e que aqueles que são justos serão finalmente recompensados, enquanto aqueles que são ímpios serão punidos.

Um dos temas-chave do capítulo 8 é a natureza do sofrimento e as maneiras pelas quais as pessoas tentam entendê-lo. A resposta de Bildade reflete uma crença comum nos tempos antigos de que o sofrimento era uma punição pelo pecado e que aqueles que o experimentavam devem ser culpados de algum delito. Isso levanta questões importantes sobre as maneiras pelas quais as pessoas tentam racionalizar e justificar o sofrimento dos outros e as maneiras pelas quais essas crenças podem contribuir para o estigma e a vergonha.

Outro tema importante do capítulo 8 é a tensão entre justiça e misericórdia na ordem divina. O argumento de Bildade de que Deus é justo e recompensa os justos reflete uma crença comum na Bíblia, mas também levanta questões importantes sobre o papel da misericórdia e da compaixão diante do sofrimento. Essa tensão entre justiça e misericórdia é um tema recorrente em todo o livro de Jó e reflete a natureza complexa e matizada da crença e prática religiosa.

Em resumo, Jó 8 apresenta a resposta de Bildade ao lamento de Jó sobre seu sofrimento. O argumento de Bildade reflete crenças comuns sobre a natureza do sofrimento e a ordem divina nos tempos antigos, mas também levanta questões importantes sobre as maneiras pelas quais as pessoas tentam dar sentido e justificar o sofrimento dos outros. O capítulo também explora a tensão entre justiça e misericórdia na crença religiosa e levanta questões importantes sobre o papel da compaixão e da empatia diante do sofrimento.

Comentário de Jó 8

8.1, 2 Bildade deturpa as palavras pronunciadas por Jó em 6.26. Jó reconhecera sua reação exagerada ao afirmar que as razões do desesperado são como vento. Parafraseando a resposta sarcástica de Bildade: “Sim, tu estás certo, Jó! Todas as tuas palavras, ou seja, as razões da tua boca, são como um vento impetuoso; estás como que cheio de ar quente!”

8.3 Bildade argumenta que Deus nunca perverteria o direito. A única conclusão possível é a de que Jó e seus filhos receberam o que mereciam como pecadores (v. 4-7,20).

8.4-6 A repetição do pronome se nestes três versículos seguidos ilustra a presunção das afirmativas de Bildade (v. 8-22). Zelando pela defesa da doutrina ortodoxa, ele deixa de perceber a dor de Jó.

8.5, 6 Bildade admoesta Jó a buscar a Deus agora de forma que Ele devolva a sua prosperidade, em vez de falar sobre como Deus não poderá encontrá-lo depois que estiver morto (Jó 7.21). Bildade usa as palavras puro e reto, as mesmas que o Senhor utilizou ao afiançar o caráter sincero de Jó (1.8; 2.3).

8.7, 8 O conselho de que o último estado de Jó cresceria em extremo antecipa sua recuperação no epílogo (Jó 42.10-17), embora tenha vindo de forma muito diferente da que Bildade previra.

8.9, 10 Quando Bildade afirmou que nada sabemos em comparação com a sabedoria das gerações passadas (v. 8), o leitor pode rir com o autor do livro de Jó, por perceber o quão pouco Bildade realmente sabe à luz de toda a história. Um dos objetivos do livro é o de questionar certas doutrinas teológicas, baseadas em ideias meramente humanas sobre Deus e o Seu modo de agir, desprezando Sua soberania e várias realidades espirituais totalmente desconhecidas à humanidade.

8.11-19 Bildade usa metáforas da natureza para amparar sua crença de que, nesta vida, Deus castiga apenas os maus e sempre recompensa os retos. Ele deduz equivocadamente que se pode determinar a causa observando apenas o efeito. O simplismo excessivo que resulta em respostas prontas e inadequadas é um erro comum dos conselheiros de Jó.

8.14, 15 A metáfora da teia de aranha dá a entender que Jó confiara em seus bens materiais, algo tão duradouro quanto uma teia.

8.16-22 A afirmativa teológica de Bildade a respeito de Deus não rejeitar ao reto é minada pelo fato de ele ter empregado a palavra reto da mesma maneira que o Senhor utilizou no prólogo (Jó 1.1,8; 2.3) para descrever Jó.

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