Significado de Mateus 21

Mateus 21

Mateus 21 começa com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde é recebido pela multidão que grita "Hosana ao Filho de Davi!"

Em seguida, Jesus entra no templo e expulsa os cambistas e mercadores, dizendo que o templo é para ser uma casa de oração e eles fizeram dele um covil de salteadores.

Jesus então amaldiçoa uma figueira sem frutos, que murcha e morre, simbolizando o julgamento de Israel por sua falta de frutificação espiritual.

O capítulo também inclui vários confrontos entre Jesus e os líderes religiosos, incluindo os fariseus e os principais sacerdotes. Jesus conta parábolas, como a parábola dos dois filhos e a parábola dos lavradores, que destacam a hipocrisia e a rejeição deles a ele.

Jesus também prediz sua própria morte e ressurreição e fala sobre a importância da fé e do perdão.

Mateus 21 enfatiza o julgamento vindouro de Israel por sua cegueira espiritual e rejeição de Jesus como seu Messias. Também destaca a importância da verdadeira adoração e da produção de frutos, bem como a necessidade de fé e perdão.

Comentário de Mateus 21

Mateus 21:1 O monte das Oliveiras ficava a leste de Jerusalém, logo após o vale de Cedrom. Betfagé ficava no lado oriental do monte das Oliveiras.

Mateus 21:2, 3 O Senhor aqui é Jesus. O dono do animal provavelmente era um seguidor de Jesus ou, pelo menos, um admirador Seu.

Mateus 21:4, 5 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse Isaías 62.11 e Zacarias 9.9. O que é mais enfatizado nessas profecias e nos atos de Jesus é Sua humildade.

Mateus 21:6, 7 Os discípulos puseram as suas vestes sobre o animal para que Jesus pudesse montá-lo. Possivelmente a mãe do jumentinho ia na frente, seguido por ele carregando Jesus.

Mateus 21:8 Muitíssima gente não era os habitantes de Jerusalém (compare com Mt 21:10), mas uma grande multidão que seguia Jesus desde Jericó (Mt 20.29) até Jerusalém. A cena era digna de um rei (2 Rs 9.13). Surpreendentemente, pouco tempo antes Jesus tinha evitado toda essa exposição (Mt 8.4; 9.30; 12.16; 17.9). Por causa da oposição, Ele havia-se retirado (Mt 12.15; 14.13; 15.21). Agora, estava entrando em Jerusalém à vista de todos como Rei! Mas a questão aqui é óbvia: o Senhor Jesus estava se apresentando a Israel como seu Messias e Rei. E é maravilhoso verificar que esse foi exatamente o dia que o profeta Daniel havia profetizado: 173.880 dias desde o decreto de Artaxerxes até então (Dn 9.25). Veja que Lucas 19.42 diz teu dia.

Mateus 21:9 Hosana significa literalmente salve-nos agora, como no Salmo 118.25, mas passou a ter o sentido de um clamor de júbilo; algo como: salve! seja louvado! Bendito o que vem em nome do Senhor é uma citação do Salmo 118.26. Esse salmo prediz a chegada da era milenial e, nesse dia, o Sábado traria descanso ao Reino (Hb 4.9) e todos diriam: Este é o dia que fez o Senhor (SI 118.24). A cena inteira prediz a chegada do Reino de Cristo.

Mateus 21:10 A cidade se alvoroçou significa literalmente a cidade foi abalada. O mesmo verbo é usado em Mateus 2.3, referindo-se à reação de Herodes diante dos magos que perguntavam sobre o nascimento do Rei de Israel.

Mateus 21:10, 11 Aqui existe um contraste entre as pessoas da cidade, que não sabiam quem era o Senhor, e a multidão, que dizia às pessoas quem Ele era. È provável que houvesse muitos galileus ali, que tinham ido para as festas e já conheciam o Senhor por causa de Sua pregação e de Seu ministério de cura ao norte da nação. Na tradição e na história judaica, o salmo citado era considerado um salmo messiânico, e o fato de Jesus ter montado um jumentinho (não um cavalo) marcou a entrada oficial do Rei em Jerusalém.

Mateus 21:12 Os Evangelhos falam de duas purificações do templo uma em João 2.14-17, no começo do ministério de Jesus, e uma em outro Evangelho sinótico ao final de Seu ministério (Mc 11.15-17; Lc 19.45, 46). Vendiam e compravam. A corrupção comercial era um mal sem controle dentro dos átrios do templo. E bem provável que parte do lucro do que era negociado ali fosse para a família do sumo sacerdote. Baseadas nesse episódio, algumas igrejas hoje em dia não permitem que nada seja vendido dentro delas. Mas há pelo menos duas coisas erradas nessa atitude. Primeiro, Jesus não estava condenando a venda de animais para o sacrifício nem as operações de câmbio. O que Ele condenou foi o engano, a extorsão e a comercialização corrupta. Segundo, a igreja hoje não é templo de Deus, mas, sim, os cristãos. Deus habita naqueles que foram levados remidos por cristo

Os cambistas aceitavam trocar moedas com símbolos pagãos para serem usadas no templo. Mas eles cobravam um pouco mais por esse serviço. Os que vendiam pombas cobravam um preço exorbitante por elas.

Mateus 21:13 A minha casa será chamada casa de oração é uma citação de Isaías 56.7. Covil de ladrões. O templo havia se tornado um antro de bandidos. Jeremias 7.9, 10 diz que o povo judeu, após cometer todos os tipos de pecado, achava que ficaria livre das consequências simplesmente porque ia ao templo. Por essa razão, nos dias de Jeremias, o templo havia se tornado um covil de ladrões, como nos dias de Jesus.

Mateus 21:14-16 No Salmo 8.2, que é citado aqui, as criancinhas expressam louvor diante dos inimigos.

Mateus 21:17 A ideia aqui é que Jesus deixou os príncipes dos sacerdotes e escribas, o templo e a cidade de Jerusalém. Em vez de receber bem seu Messias, os líderes religiosos o rejeitaram e se colocaram contra Ele.

Mateus 21:18, 19 Teve fome. Jesus queria comer o fruto de uma figueira, mas não pôde fazer isso. As figueiras não dão frutos na primavera, durante a Páscoa, mas no outono. Entretanto, as figueiras dão uns brotos pequenos e comestíveis que aparecem antes de suas folhas brotarem. Essa árvore estava cheia de folhas, mas sem nenhum fruto. Parecia uma árvore promissora, mas estava vazia, assim como a cidade de Jerusalém e seu lindo templo. Imediatamente não quer dizer necessariamente na mesma hora; pode significar logo, como em Lucas 19.11 (Mc 11.12-14, 20-24). Esse milagre o único milagre de Jesus onde houve condenação é um exemplo do juízo de Deus sobre os israelitas que confessavam crer em Deus, mas não produziam nenhum fruto espiritual de verdade.

Mateus 21:20-22 O caso da figueira que secou é um exemplo do juízo de Deus sobre Israel por causa de sua incredulidade, mas também foi uma forma que Jesus usou para ensinar a Seus discípulos que a fé opera milagres e é a base para a resposta de toda oração. Por mais que alguém tente, não é pelo esforço que sua fé aumenta, mas sim pela Palavra que o leva a crer. É por isso que precisamos conhecer a vontade de Deus para crer de modo correto (Jr 9.23, 24).

Mateus 21:23 Isso se refere à entrada triunfal, a purificação do templo e à aceitação da adoração feita pelas criancinhas. O fato de os príncipes dos sacerdotes e os anciãos terem-se voltado contra o Senhor Jesus demonstra todo o antagonismo do Sinédrio em relação a Ele. Os sacerdotes, anciãos e escribas eram os três grupos que compunham esse conselho.

Mateus 21:24, 25 Um método rabínico muito comum era responder a uma pergunta com outra pergunta.

Mateus 21:26, 27 Não sabemos. Os líderes religiosos deixaram de responder à pergunta do Senhor não somente porque não sabiam a resposta para ela, mas também porque não tinham condição alguma de ser líderes espirituais.

Mateus 21:28-32 Publicanos e meretrizes é uma forma de expressar a reprovação moral de Jesus aos líderes judaicos. As palavras de Jesus entram adiante de vós não somente indicavam que os pecadores arrependidos entravam no Reino antes, mas também abria uma porta para que os líderes religiosos se arrependessem. No entanto, apesar de verem o exemplo dos publicanos e meretrizes que se arrependeram, esses líderes religiosos, que se achavam muito justos, recusaram-se a crer. A parábola condena a conduta deles. Algo notório é como Jesus se agrada do quebrantamento e da fé dos pecadores em Deus.

Mateus 21:33-41 O início da parábola dos lavradores maus traz uma linguagem parecida com a de Isaías 5.1, 2. No entanto, há uma diferença. Em Isaías 5, a vinha e sua provisão representam Israel; aqui, a vinha representa o Reino de Deus (compare Isaías 5.7). A descrição detalhada da vinha revela que o pai de família cuidava muito bem dos seus e se preocupava com o bem-estar deles. O dono da vinha é Deus; os lavradores, a nação de Israel. Por ser o povo de Deus, Israel devia ser o primeiro a colher os frutos da vinda do Reino. Os servos são os mensageiros de Deus, os profetas que foram tratados muito mal pelos líderes judeus (1 Rs 18.4; 19.10; 22.24; 2 Cr 24.20, 21; Ne 9.26; Jr 2.30; 20.1; 26.20-23; 37.15; 38.6). O filho é Jesus, o Messias.

Mateus 21:42 Esse versículo explica que a rejeição do Filho (Mt 21:38, 39) foi profetizada no Salmo 118.22, 23. A pedra rejeitada é o Messias, que veio a tornar-se a principal pedra, angular (ARA) (M c 12.10, 11; Lc 20.17; At 4.11; Ef 2.20; 1 Pe 2.7).

Mateus 21:43 Nação aqui se refere à Igreja (Rm 10.19; 1 Pe 2.9). Isso não significa, porém, que o Reino foi tirado para sempre de Israel (Rm 11.26, 27). Isso seria impossível por causa da promessa feita por Deus a Abraão, a Davi e aos profetas. Israel, como povo e nação, seria restaurado e ocuparia novamente um lugar de bênção, como disse Paulo em Romanos 11.26, 27. A vinha foi provisoriamente arrendada à Igreja para que possa produzir frutos de arrependimento. Um dia, o Reino será restaurado em Israel (Mt 19.28).

Mateus 21:44-46 Essa frase paradoxal indica que as pessoas tem duas opções diante de Cristo, a pedra. Elas podem quebrantar-se e arrepender-se, como resultado de sua conversão a Cristo, ou não se arrepender e acabar sendo condenadas. A referência ao pó parece vir de Daniel 2.35, 44, 45.

Mateus 21:1-11 (Devocional)

A entrada em Jerusalém

Eles estão se aproximando de Jerusalém. A entrada em Jerusalém marca o início da última semana da vida do Senhor na terra antes da cruz. A descrição dos acontecimentos desta semana é extensa. Ocupa mais de um quarto deste Evangelho.

Há uma parada em Betfagé, que fica no Monte das Oliveiras. O Monte das Oliveiras é a montanha do Getsêmani, a montanha onde Cristo irá para o céu e onde descerá em Sua segunda vinda, ou seja, Seu retorno à terra em poder e majestade. De lá Ele envia dois de Seus discípulos. Ele diz a eles para onde ir. Com Sua Divina onisciência, Ele também lhes diz o que encontrarão lá. Ele também diz a eles o que fazer com o burro e o jumentinho. Ele também sabe que haverá comentários. Portanto, Ele diz a eles o que responder. Então ficará claro para o dono e ele irá – não ‘dar’, mas – “enviar” os animais. O proprietário concordará com isso e terá prazer em desistir deles. Vemos como o Senhor opera a situação e os corações.

Esta comissão é necessária para o cumprimento de uma profecia que foi pronunciada há quinhentos anos (Zacarias 9:9). No momento certo, os animais estão prontos para sua parte no cumprimento. O proprietário também está imediatamente preparado para desistir deles. A jumenta e o potro se tornarão os portadores do Senhor Jesus, que vem ao Seu povo como Rei. Ele não vem a cavalo para julgar (Ap 19:11), mas “manso”. Esta é a mensagem para “a filha de Sião”. Sião é o nome de Jerusalém relacionada à graça, pois Sião é a montanha que fala da graça (Hb 12:22). “Potro” fala de um novo começo.

Os discípulos obedecem. Eles vão para a aldeia que o Senhor designou e agem de acordo com Seu comando. Quando eles vêm a Ele com os animais, colocam suas roupas no burro como uma homenagem a Ele. Ele aceita essa homenagem. Através do símbolo de suas vestes elas se colocam à disposição para carregá-lo.

Sob a ação do Espírito de Deus, a grande multidão também se põe em movimento. Eles também dão ao Senhor Jesus suas túnicas, não para sentar, mas para passar por cima. Os galhos que cortam das árvores são ramos de palmeira, uma imagem de vitória. Então eles dão as boas-vindas ao seu rei. Infelizmente é apenas um capricho externo, sem profundidade. Isso ficará claro quando eles logo pedirem Sua morte na cruz. No entanto, Deus opera este tributo a Seu Filho. O poder de Deus influencia o coração da multidão. Ele não pode permitir que Seu Filho seja rejeitado sem ter recebido este testemunho.

Em sua saudação, a multidão usa um versículo do Salmo 118 (Sl 118:26). Nesse salmo canta-se o sábado milenar, que será estabelecido pelo Messias quando Ele for reconhecido por Seu povo. Infelizmente, suas palavras vão além de seus corações. Eles desejam que Ele governe, porque já receberam tantas bênçãos dEle, mas estão cegos para o estado de pecado em que se encontram.

Quando o Senhor entrar na cidade de Jerusalém como Rei, as sessenta e nove (anos) semanas que foram ditas a Daniel serão cumpridas (Daniel 9:25). Após essas sessenta e nove semanas, a septuagésima semana do ano poderia começar, sobre a qual Daniel também foi falado (Daniel 9:24), ou seja, o reino da paz. Mas, como também foi dito a Daniel, o Messias é rejeitado (Daniel 9:26). Como resultado, a septuagésima semana (ano) não pôde ser cumprida naquele momento. Essa semana foi adiada porque essa semana também será cumprida.

A presença de Cristo e toda a Sua atuação em Sua vinda a Jerusalém causa tumulto e questionamentos curiosos sobre Sua Pessoa. Sente-se que Ele é o Profeta. Com isso eles querem dizer o Profeta anunciado por Moisés (Deu 18:15). E ele é. Ao mesmo tempo, há incredulidade em quem Ele realmente é. Para eles, ele não é mais do que “Jesus, de Nazaré da Galiléia”, um homem de Nazaré. Eles não têm olhos para o fato de que “Suas origens são desde tempos remotos, desde os dias da eternidade” (Mq 5:2). Se Ele não é mais do que um profeta, a fé deles é fatalmente ausente, pois essa fé não os leva a reconhecer seus pecados de afastamento de Deus.

Mateus 21:12-17 (Devocional)

A Purificação do Templo

Em Jerusalém o Senhor vai ao templo, centro de sua religião. Ele prova Seu poder real purificando-o. Sem qualquer restrição, Ele expulsa tudo e todos do templo, Sua casa.

O Senhor Jesus purificou o templo duas vezes. A primeira vez que lemos sobre isso no Evangelho segundo João. Lá Ele faz isso antes mesmo de começar Seu ministério público (João 2:13-17). O zelo pela honra da casa de Seu Pai O impulsiona. Há também a prova de que Ele os rejeita porque eles O rejeitaram. Isso é certo desde o início daquele Evangelho: “Ele veio para os seus, e os seus não o receberam” (João 1:11).

Agora, pouco antes do fim de Sua jornada terrena, Ele purifica o templo mais uma vez. Ele age com base na Palavra. Ele viu o abuso da casa de Deus, que ele chamou de “Minha casa” de acordo com a citação (Isaías 56:7). Nele vemos o Senhor agindo. É a casa dele. As pessoas que precisam e buscam a ajuda de Deus devem vir para lá. No entanto, os judeus a transformaram em uma casa comercial. Eles querem se beneficiar disso. Desta forma, eles fizeram dela um covil de ladrões (Jeremias 7:11). Eles roubam a Deus o que lhe é devido. Pela presença do Filho de Deus, o templo torna-se, depois de limpo, uma casa de misericórdia onde as pessoas vêm a Ele com a sua miséria. E Ele os ajuda.

Isso não é do agrado dos principais sacerdotes e escribas que têm suas próprias idéias sobre o templo, sobre Cristo, sobre Seus milagres e sobre crianças cantando Seus louvores no templo. Essas pessoas revelam novamente sua resistência a Ele. Eles só podem criticar. Eles acham que todos os tributos a Ele são mal colocados. Eles querem receber honra das próprias pessoas. Eles se atrevem a perguntar se Ele entende o que as crianças estão dizendo. Ele responde que certamente ouve e apela para as Escrituras. Pelo que Ele cita das Escrituras, fica claro que Ele é o Senhor (Sl 8:3).

O Senhor não espera pela reação deles. Ele terminou de falar com eles. Ele não quer passar a noite em Jerusalém, mas com pessoas que O recebem com alegria. De fato, Marta, Maria e Lázaro moram em Betânia.

Mateus 21:18-22 (Devocional)

A figueira amaldiçoada

O Senhor retorna a Jerusalém no início da manhã. Ele está com fome. Ele é totalmente Homem – mas sem pecado (Hebreus 4:15) – e precisa dormir e também comer e beber. Então, quando ele vê uma figueira, ele vai até ela para comer de seu fruto. Quando Ele chega à árvore, encontra apenas folhas e nenhum fruto. Então Ele amaldiçoa a árvore. A árvore murcha imediatamente. Tal árvore que, pela presença das folhas, dá a promessa de que há frutos a serem encontrados, mas cuja aparência engana, é uma árvore que desperta Sua ira.

A maldição da árvore só pode ter um significado simbólico. Nesse único milagre de julgamento que o Senhor realizou durante Sua vida na Terra, vemos o julgamento de Israel na carne. A figueira é um símbolo de Israel. Como nação, não há nada com eles a ser encontrado para Deus que Ele possa usar. É uma figura do homem na carne com todos os privilégios, mas que não produz frutos para o agricultor.

Israel possui todas as formas externas, “folhas”, da religião. É zeloso da lei e dos estatutos, mas não dá fruto para Deus. E na medida em que é dada a responsabilidade de dar frutos, isto é, sob a antiga aliança, ela também nunca dará frutos. A maldição da árvore tem resultado direto porque não há esperança de recuperação.

Os discípulos ficam maravilhados com o efeito direto de Suas palavras. Apesar do fato de já terem visto tantos de Seus milagres, eles ainda não percebem Quem Ele é em Si mesmo. Em Sua resposta, o Senhor não aponta para Sua onipotência divina, mas para a fé deles. Se enfrentarem uma montanha de dificuldades, sem dúvida, com fé, conseguirão mover essa montanha.

A montanha também simboliza todo o sistema judaico que se fundirá no mar das nações, como aconteceu e ainda hoje. A fé coloca o sistema judaico onde Deus o colocou. O Senhor liga a isso a promessa de que receberão tudo o que pedirem em oração com fé. O que o Senhor diz deve ser lido no contexto em que se encontra. É um sistema que impede o desdobramento da graça divina. Através da oração poderemos vencer o raciocínio humano e remover este obstáculo para viver pela graça.

Mateus 21:23-27 (Devocional)

A Autoridade do Senhor

É aqui que os principais sacerdotes e anciãos começam uma disputa com o Senhor. Na seção seguinte, encontramos mais disputas. Nessas disputas, os fariseus, os herodianos, os saduceus e um advogado também vêm falar com perguntas astutas, todas as quais por meio de Suas respostas não têm refutação. O Senhor conclui as disputas com uma pergunta a respeito de Sua própria Pessoa (Mateus 22:41-46).

Aparentemente, as diferentes classes de pessoas vêm para julgá-lo ou envergonhá-lo. Na realidade, todos aparecem diante dEle, um após o outro, para ouvir o julgamento de Deus sobre si mesmos. Ele revela sua verdadeira condição.

O templo é Sua morada, Seu lar. Ele ensina lá. Nesse lugar, os líderes religiosos do povo vêm a Ele com uma pergunta sobre Sua autoridade. Não é uma pergunta justa, mas uma questão para contestar Sua autoridade. É a questão da autoridade que eles se moderam e O negam. Por mais audacioso que seja perguntar a Ele sobre Sua autoridade, pois Sua autoridade é impossível de negar.

Aqueles que devem liderar o povo negam Sua autoridade. Eles se colocam como juízes. A pergunta “com que autoridade você está fazendo essas coisas?” está indagando sobre Sua autoridade. A questão “quem te deu esta autoridade” é importante para eles, pois eles não deram esta autoridade a Ele. Ele não é qualificado por eles.

O Senhor faz uma pergunta em troca. Suas perguntas sempre visam lançar a verdadeira luz sobre um assunto. Dessa forma, Ele quer ensinar ao indagador sobre sua própria posição e também sobre a posição que Ele mesmo ocupa. Se a pessoa que faz a pergunta reconhecesse isso, isso significaria uma nova vida para ela.

Ele faz da avaliação do serviço de João e, em particular, de seu batismo, a questão de teste para a consciência deles. Se dessem uma resposta honesta, também teriam uma avaliação adequada de Seu serviço. Pois João foi Seu precursor e anunciou Sua vinda e O indicou. Seus oponentes percebem isso e discutem que resposta cada resposta à questão em questão provocaria. Mais uma vez, fica claro que eles não são honestos.

A pergunta do Senhor não apela a milagres ou profecias, mas à sua consciência. Em sua discussão, não há lugar para Deus e, portanto, sua resposta é falsa e errada. Se Deus não é o Objeto, então o ‘eu’ é o ídolo. Eles não querem dizer: “Do céu”, porque então eles realmente deveriam ter acreditado nele. E eles definitivamente não querem isso. Se a resposta fosse: “Dos homens”, elas perderiam a credibilidade com as multidões. E a honra do povo é precisamente o que eles procuram.

A resposta deles “não sabemos” é o resultado da autoconfiança e do medo do homem. Isso mostra que eles não são competentes para fazer a pergunta sobre Sua autoridade. Não faz sentido responder à pergunta deles. Com suas respostas, eles admitem que são líderes cegos.

Mateus 21:28-32 (Devocional)

Parábola dos Dois Filhos

O Senhor toma a iniciativa de lhes fazer uma pergunta em forma de parábola. A vinha é uma figura de Israel sob a lei (Is 5:7). Com esta parábola o Senhor mostra que os líderes espirituais do povo estão mais afastados de Deus do que os do povo que eles mais desprezam.

A parábola é sobre um homem com dois filhos. Cada um deles é instruído a trabalhar na vinha, mas não ao mesmo tempo. Primeiro, o único filho recebe essa tarefa. Depois de uma recusa inicial, ele vai porque se arrepende de sua recusa. Então o segundo filho recebe essa tarefa. Ele parece disposto porque concorda que irá. No entanto, ele o faz com as palavras “Eu [vou], senhor!” Isso significa que ele vê seu pai como um ‘senhor’ e não tem nenhuma relação de amor com ele. Sua vontade é, portanto, apenas nas aparências, porque no final ele não vai.

Então o Senhor Jesus pergunta quem fez a vontade de seu pai. A isso os líderes dão a resposta correta: “O primeiro”. Ele deixa claro para eles que esse ‘primeiro’ filho representa as pessoas que primeiro não fizeram a vontade de Deus. Eles viviam em pecado. São essas pessoas que se arrependem de seus pecados e têm permissão para entrar no reino de Deus antes deles. Ao fazer isso, Ele iguala os líderes ao segundo filho que disse para ir para a vinha, mas não o fez.

Agora o Senhor se refere à Sua pergunta sobre João e mostra como é importante acreditar em Sua mensagem. João veio a eles “no caminho da justiça”, isto é, ele pregou de acordo com o direito de Deus, mas eles o rejeitaram. Com isso, Cristo demonstrou plenamente sua atitude corrupta para com Ele e, portanto, também a impossibilidade de julgar Sua autoridade.

Mateus 21:33-39 (Devocional)

Parábola dos Viticultores

O Senhor continua Seu ensinamento. Ele acrescenta outra parábola para deixar clara a posição deles. Com as palavras “ouvir outra parábola” Ele ordena que continuem ouvindo. Esta parábola não é apenas sobre o comportamento deles para com Deus como na anterior, mas também sobre o comportamento de Deus para com eles. Três acusações contra Israel vêm à tona nesta parábola:

1. nenhum fruto para Deus;
2. o abuso e assassinato dos escravos de Deus, os profetas;
3. a rejeição e assassinato do Filho.

A apresentação de tudo o que o latifundiário faz à sua vinha baseia-se na parábola em que Israel é comparado a uma vinha à qual Deus tentou de tudo para que produzisse frutos (Is 5,1-2). Nisto vemos o favor especial de Deus para Israel. Como conhecedores da lei, eles devem ter reconhecido isso.

Terminado todo o trabalho visando a obtenção de frutos, o proprietário arrenda a sua vinha a vinhateiros. Ele próprio vai para o estrangeiro, mas mantém-se intimamente envolvido com a sua vinha enquanto está no estrangeiro. Ele sabe exatamente quando é a hora da colheita. Naquela época, ele envia seus escravos para receber “seus” frutos. A produção é dele, pertence a ele.

Mas os viticultores não têm a menor intenção de dar o fruto ao proprietário. Eles veem os escravos do proprietário como intrusos em sua propriedade e agem de acordo. Espancam um escravo, matam outro e ainda outro é apedrejado por eles. Como o fazendeiro quer receber frutos, ele envia ainda mais escravos. Mas quando chegam aos viticultores, sofrem o mesmo destino.

Enquanto o fazendeiro sabe o que fizeram com seus escravos, ele faz uma última tentativa de receber os frutos. Vê mais uma possibilidade de levar os viticultores a dar-lhe os seus frutos. Ele enviará seu filho. Eles certamente terão respeito por seu filho e o pouparão.

Mas o que vem a ser o caso? Quando o filho aparece, a destruição e o egoísmo se expressam da forma mais terrível que se possa imaginar. Os viticultores sabem que ele é o herdeiro. Porque eles próprios querem sua herança, negam-lhe o direito a ela. Para fazer esse esquema maligno dar certo, eles decidem que vão matar o herdeiro. Eles transformam palavras em ação. Eles matam intencionalmente o herdeiro, filho do fazendeiro e dono da vinha.

Este é o fim do experimento com o homem. A questão de sua verdadeira condição foi respondida. As tentativas de Deus de obter frutos de Sua vinha acabaram. O homem natural mostrou seu completo ódio a Deus e ao que vem Dele. Mais testes são inúteis. A situação é desesperadora. O que resta é o julgamento.

A presença de uma Pessoa Divina em amor e bondade, um Homem entre os homens, em última análise, apenas lhes dá a oportunidade de insultar a Deus da maneira mais perversa. Agora parece plenamente que o homem está perdido. A prova da maldade do homem é inegável.

Mateus 21:40-46 (Devocional)

Consequências da Rejeição

Finalmente, o próprio dono da vinha vem. Então a questão não é o que os viticultores farão com o proprietário, mas o que o proprietário fará com os viticultores. O Senhor Jesus faz esta pergunta aos líderes. Eles sabem como dar a resposta certa. Esta resposta deixa claro que eles podem dar uma resposta moralmente correta, enquanto ao mesmo tempo estão cegos para o fato de que com esta resposta eles julgaram a si mesmos. Eles vão ainda mais longe ao dizer que a vinha será entregue a outros que entregarão os frutos a seu tempo. Isso também aconteceu, ou seja, quando a salvação foi para as nações.

O Senhor se refere às Escrituras que eles conhecem tão bem. A conduta dos viticultores é claramente revelada em suas próprias Escrituras. Ele aplica o Salmo 118 à parábola que acabou de pronunciar (Sl 118:22-23). O filho é a pedra, os viticultores são os construtores. Assim como os lavradores rejeitaram o filho, os construtores rejeitaram a pedra. Mas Deus fez com que a pedra rejeitada se tornasse a pedra mais importante do edifício. Isso é algo que ninguém poderia pensar; só Ele poderia pensar nisso.

É, portanto, maravilhoso aos olhos do remanescente fiel no fim dos tempos, sobre o qual fala este salmo. É um espanto que eles pronunciem como confissão no fim dos tempos, quando virem a Ele que traspassaram (Zacarias 12:10).

O Senhor continua com o efeito da parábola e segue o julgamento que eles mesmos fizeram em sua resposta à Sua pergunta (Mateus 21:41). “O reino de Deus” é tirado deles, pois está presente em Sua Pessoa (Lucas 17:21). Ele não diz que o reino dos céus lhes será tirado, pois eles não o tiveram. O próprio Senhor se afastará deles.

Ele é a pedra de toque para todo ser humano. Todos os que caírem sobre Ele serão despedaçados. Os líderes são essas pessoas. Eles caíram sobre esta pedra, eles caíram sobre ela, eles tropeçaram nela porque a desprezaram. Portanto, nos últimos dias, a pedra cairá sobre os rebeldes e os espalhará como pó. Isso acontecerá quando Cristo voltar à terra (cf. Dan 2:34-35).

Fica claro para os líderes que o Senhor Jesus se refere a eles em Suas parábolas. Por isso tentam prendê-lo, mas ao mesmo tempo pensam no favor das pessoas que não querem perder. Como em Mateus 21:26, também aqui eles são guiados pelo medo das pessoas, pelo medo de perder o prestígio que acreditam ter. O medo da multidão restringe suas ações, como em Mateus 21:26, onde esse medo restringiu sua língua.

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