Significado de Gênesis 48

Gênesis 48

Gênesis 48 é um capítulo que enfoca as bênçãos dos netos de Jacó, Efraim e Manassés. Neste capítulo, Jacó abençoa os dois meninos e declara que eles se tornarão duas tribos em Israel. Este capítulo destaca o tema da herança e do legado, pois Jacó transmite suas bênçãos a seus descendentes. Também enfatiza a importância da fidelidade e obediência a Deus, pois Jacó reconhece a fidelidade de Deus ao longo de sua vida e procura abençoar sua família de acordo.

Um dos temas centrais de Gênesis 48 é herança e legado. Jacó abençoa seus netos, Efraim e Manassés, e declara que eles se tornarão duas tribos em Israel. Este capítulo nos lembra da importância de transmitir nossas bênçãos às gerações futuras e do impacto que nossas ações podem ter sobre nossos descendentes. Desafia-nos a considerar como podemos viver uma vida que deixe um legado positivo para aqueles que vierem depois de nós.

Este texto é um capítulo essencial de Gênesis que enfatiza a importância da fidelidade e obediência a Deus. Jacó reconhece a fidelidade de Deus ao longo de sua vida e procura abençoar sua família de acordo. Este capítulo nos desafia a considerar como podemos viver uma vida de fidelidade e obediência e como podemos transmitir nossas bênçãos às gerações futuras. Isso nos lembra do impacto que nossas ações podem ter sobre as pessoas ao nosso redor e da importância de viver uma vida que deixa um legado positivo.

Gênesis 48 destaca os temas de herança e legado, enquanto Jacó abençoa seus netos e declara que eles se tornarão duas tribos em Israel. Também enfatiza a importância da fidelidade e obediência a Deus, pois Jacó reconhece a fidelidade de Deus ao longo de sua vida e procura abençoar sua família de acordo. Sem dúvida alguma Gênesis 48 nos desafia a considerar como podemos viver uma vida que deixe um legado positivo para aqueles que virão depois de nós e como podemos usar nossas bênçãos para abençoar outras pessoas.

I. A Septuaginta e o Texto Hebraico

A cena de Gênesis 48 — a adoção de Efraim e Manassés e a bênção cruzada de Israel/Jacó — é um laboratório de intertextualidade entre o hebraico massorético, a Septuaginta (LXX) e o Novo Testamento. O capítulo inteiro articula, por meio de fórmula jurídica, oração litúrgica e reversão do primogênito, um léxico e uma sintaxe que ecoam com naturalidade no grego do cristianismo primitivo. Logo no início, a adoção legal dos netos é expressa na LXX com a cadência forense de nun oun hoi duo huioi sou… Efraim kai Manassē… hōs Rhoubēn kai Symeōn esontai moi (“… como Rúben e Simeão, serão meus”), preservando com nitidez a ideia de transferência de filiação que o hebraico pressupõe (Gênesis 48:5). A forma esontai moi (“serão para mim”) funciona como marcador de status, e prepara, no nível do discurso, a ponte conceitual para huiothesia (adoção) em Paulo, onde a “adoção” pertence a Israel (Romanos 9:4) e, em Cristo, é estendida aos crentes (Efésios 1:5). A ancoragem lexical pode ser verificada diretamente: huiothesia em Romanos 9:4 e Efésios 1:5; na LXX, Gênesis 48:5 estabelece a lógica de “tornar-se filho” dentro da família patriarcal.

O desenvolvimento ritual da bênção (Gênesis 48:12–20) concentra termos que se tornam recorrentes no grego do Novo Testamento. Ao prostrar-se, José “se curvou com o rosto em terra”, e a LXX usa prosekynēsan autō epi prosōpon epi tēs gēs (Gênesis 48:12), o mesmo verbo que, nos Evangelhos, marca a reverência tributada a Jesus (por exemplo, os magos em Mateus 2:11: pesontes prosekynēsan autō). Assim, a mesma fraseologia cultual que descreve a homenagem prestada diante do patriarca passa a descrever a homenagem prestada ao Messias, reforçando a continuidade litúrgico-lexical entre LXX e NT.

No clímax teológico da bênção (Gênesis 48:15–16), o hebraico combina três cláusulas: o Deus “diante de quem andaram” os pais (haʾĕlōhîm ʾăšer hiṯhallĕkû ʾăḇōtay lĕpānāw), o Deus “que me apascenta” (hā-rōʿeh ʾōtî) e “o Anjo que me redime de todo mal” (hammalʾāḵ haggōʾēl ʾōtî miqqol rāʿ). A LXX verte o centro dessas cláusulas como ho theos ho trephōn me ek neotētos (“o Deus que me nutre desde a mocidade”) e ho angelos ho rhyomenos me ek pantōn tōn kakōn (“o Anjo que me livra de todos os males”), com dois efeitos. Primeiro, trephō desloca o campo semântico de “pastorear” para “nutrir/alimentar”, verbo que reaparece na cristologia e eclesiologia paulina: Cristo “trephei kai thalpei” a Igreja (Efésios 5:29), ecoando a imagem de cuidado contínuo herdada da LXX. Segundo, rhyomai estabelece um elo direto com a soteriologia do NT: Paulo confessa que o Senhor o “resgatou” (errysthēn) e o “livrará” (rhysetai) de todo mal (Segundo Timóteo 4:17–18), a mesma raiz verbal usada pela LXX para o “Anjo” que liberta Jacó, e que retorna na petição do Pai-Nosso: rysai hēmas apo tou ponērou (“livra-nos do mal”, Mateus 6:13). A continuidade fraseológica e teológica aqui é não apenas plausível, mas textual.

Ainda em Gênesis 48:16, a fórmula de nomeação “seja chamado o meu nome sobre eles” aparece na LXX como epiklēthēsetai en autois to onoma mou. Essa forma verbal (epikaleō) é precisamente a que o concílio apostólico cita quando descreve os gentios “sobre os quais é invocado o meu nome” (Atos dos Apóstolos 15:17), sinalizando pertença pactual. A terminologia de invocação/inscrição do nome, aplicada por Jacó à sua adoção de Efraim e Manassés, torna-se linguagem eclesial para a inclusão das nações.

A mesma bênção pede multiplicação: “cresçam em multidão” (wĕyidgû larōḇ bĕqereḇ hāʾāreṣ). A LXX lê plēthyntheiēsan eis plēthos polu epi tēs gēs (Gênesis 48:16) e, de modo ainda mais explícito, declara que a descendência de Efraim será eis plēthos ethnōn (“em multidão de nações”, Gênesis 48:19). Esse binômio plēthos/ethnē fornece o pano de fundo lexical para duas molduras centrais no NT: a missão “a todas as nações” (panta ta ethnē, Mateus 28:19) e a visão escatológica da “grande multidão … de toda nação” (ochlos polys… ek pantos ethnous, Apocalipse 7:9). Desse modo, a semântica de “plenitude/multidão” e “nações” já gravitava, na LXX de Gênesis 48, em torno da promessa patriarcal de universalidade, que o NT assume e amplia cristologicamente.

O gesto de cruzar as mãos (Gênesis 48:14) é narrado com notável concisão na LXX: enallax tas cheiras (“as mãos em cruz”), enquanto Jacó afirma: oida teknon, oida — “eu sei, meu filho, eu sei” (Gênesis 48:19). A LXX preserva prōtotokos (Gênesis 48:18), termo que será teologicamente carregado no NT (por exemplo, “primogênito”, em contextos cristológicos). Para além do léxico, a forma narrativa de inversão do primogênito anuncia o padrão de reversão que o NT explicita, quando os “últimos” são “primeiros” (Lucas 13:30), e quando a eleição de Deus subverte expectativas humanas (Romanos 9). A analogia é literária: a LXX oferece a fraseologia mínima — enallax, prōtotokos, oida — para que a tradição apostólica reconheça, na gramática da promessa, a lógica do Reino.

Devemos destacar a promessa territorial: “dou-te šĕḵem” — jogo de palavras que associa “porção/ombro” e a toponímia de Siquém (Gênesis 48:22). A LXX registra o topônimo como Sikima e explicita o gesto de dotação (“dou-te Sicima, porção escolhida”), permitindo que o Quarto Evangelho remeta, séculos depois, ao terreno que Jacó dera a José, situando o encontro de Jesus com a samaritana no eixo da herança patriarcal (João 4:5). A cadeia léxica e toponímica — šĕḵem/Sikima → campo de Jacó → poço — evidencia como a memória textual da LXX alimenta a narrativa joanina.

Gênesis 48 mostra que a coerência bíblica não é uma abstração, mas uma convergência de fraseologia, sintaxe e léxico. A LXX consagra, em grego, categorias que o NT herdará: eulogein (ēulogēsen… ēulogēthēsetai, Gênesis 48:15, 20) alimenta a linguagem apostólica da bênção (cf. a releitura paulina da bênção abraâmica em Gálatas 3:8); proskynein descreve a reverência diante do patriarca e depois a adoração ao Messias; trephein pinta o cuidado divino que Paulo aplicará a Cristo e à Igreja; rhyesthai traduz a ação redentora de Deus que o NT invoca e proclama; epikaleisthai formaliza a pertença daqueles “sobre quem” o Nome é chamado; plēthos/ethnē fornecem o vocabulário de multiplicação e missão. A trama verbal que a LXX tece em Gênesis 48 permite ao NT falar de adoção, bênção, libertação e missão com as mesmas peças linguísticas, resultando numa harmonia que é tanto teológica quanto filológica.

II. Comentário de Gênesis 48

Gênesis 48:1, 2 José sabia que o fim da vida de Jacó estava aproximando-se (Gn 47.29). No entanto, a notícia que recebeu dizia que seu pai estava enfermo. Este capítulo continua o tema em Gênesis da competição entre os dois irmãos. [Para conferir a história de Caim e Abel, leia o capítulo 4; de Esaú e Jacó, os capítulos 25-28; de Perez e Zerá, o capítulo 38.27-30.] Frequentemente, na história dos patriarcas hebreus, o mais novo assume o lugar do mais velho. Deus realiza Sua obra de maneira diferente da comum e do esperado desfecho dos acontecimentos.

Gênesis 48:3, 4 Deus Todo-poderoso. Esta é a quinta vez que o nome El Shaddai aparece em Gênesis (Gn 17.1; 28.3; 35.11; 43.14; 49.25). Luz é o antigo nome de Betei. Jacó relembrou as aparições de Deus a ele (Gn 28.10-15, 19; 35.6-13) e as promessas divinas para a sua família.

Gênesis 48:5-7 Os dois filhos de José eram Manassés e Efraim (Gn 41:50-52). Jacó inverteu o direito dos netos. Ele também disse que os filhos de José eram tão seus quanto Rúben e Simeão, os mais velhos (Gn 29.32, 33). Por causa das ultrajantes atitudes de Rúben (Gn 35.22) e de Simeão (Gn 34.25), ambos perderam seus benefícios. Levi também participou do ultraje de Simeão (Gn 34.25). Desta forma, os direitos e os privilégios do primogênito foram passados diretamente a outros dois filhos: Judá (Gn 49.8-12) e José (Gn 49.22-26). Rúben, na condição de primeiro filho nascido, poderia ter recebido a porção em dobro da herança de seu pai. Contudo, Jacó deu este benefício a José (v. 22), o primogênito dele com Raquel. Agora, os filhos de José também foram contados, junto com seus tios, como os fundadores da tribo de Israel.

Gênesis 48:7 Aqui o velho Jacó relembrou o grande amor da sua vida, Raquel, que morreu ao dar à luz seu filho Benjamim.

Gênesis 48:8-11 Eu não cuidara ver o teu rosto. Novamente Jacó se lembra do seu pesar por ter passado vários anos pensando que José estivesse morto, e expressa grande alegria ao vê-lo com vida tempos depois (Gn 46.29). E agora o patriarca podia ver, além do filho querido, os netos, os filhos de José!

Gênesis 48:12-14 José apresentou seus filhos ao pai em um ato de humildade e respeito. Ele os dispôs de forma que a mão direita de Jacó pudesse pousar sobre a cabeça do mais velho, e a mão esquerda sobre a do mais novo. Mas, deliberadamente, Jacó inverteu as mãos, estendendo a mão direita sobre o filho mais novo.

Gênesis 48:15 Em sua bênção, Jacó reafirmou sua grande fé no Deus vivo. Apesar das atitudes que tomara em sua juventude, a crença de Jacó havia amadurecido. O patriarca usou o artigo definido junto com a palavra Deus para enfatizar a genuína divindade (como em Gn 6.2; 22.1; 27.28; 31.11; 46.3). Ele identificou Deus como aquele a quem Abraão e Isaque serviram.

Gênesis 48:16 O Anjo é uma forma abreviada de referir-se ao Anjo do Senhor (Gn 16.7; 22.11; 24.7). Jacó queria que os dois filhos de José herdassem a bênção que o Senhor dera a Abraão, Isaque, e a si próprio.

Gênesis 48:17, 18 José percebeu que a mão direita do pai pousava sobre a cabeça do filho mais novo e quis movê-la, a fim de que ficasse sobre a cabeça do primogênito. Contudo, apesar da pouca visão, Jacó estava ciente do que fazia. Mais uma vez, em Gênesis, Deus contrariou a ordem esperada das coisas. O mais velho serviria ao mais novo, da mesma forma que Jacó fora exaltado em lugar de seu irmão (Gn 27.128.9).

Gênesis 48:19, 20 Ao abençoar Efraim e a Manassés, Jacó citou primeiro o filho mais novo de José. Daí em diante, os dois ficaram conhecidos nessa ordem.

Gênesis 48:21 Jacó prometeu a José que este retornaria à terra de Canaã. A promessa foi cumprida após a morte de José (Gn 50.24-26).

Gênesis 48:22 Ao abençoar os dois filhos de José, com seus próprios filhos, Jacó deu a José o dobro da porção que dera aos irmãos deste, dizendo: eu te tenho dado a ti um pedaço de terra mais que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus. Esta promessa seria cumprida quando os israelitas retornassem a Canaã para tomar posse da terra que Deus lhes deu (Gn 15.12-21).

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