Significado de Marcos 2

Marcos 2

Marcos 2 começa com a história de Jesus curando um paralítico que é trazido a Ele por seus amigos. Jesus não apenas cura o homem, mas também perdoa seus pecados, o que gera polêmica com os líderes religiosos que o acusam de blasfêmia.

Em seguida, Jesus chama Levi (também conhecido como Mateus), um cobrador de impostos, para ser um de Seus discípulos. Isso causa mais polêmica com os líderes religiosos, que criticam Jesus por se associar com pecadores e cobradores de impostos.

Jesus então se envolve em um debate com os fariseus sobre o sábado, argumentando que o sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado. Ele enfatiza a importância da compaixão e misericórdia sobre a adesão legalista às leis sabáticas.

Finalmente, Jesus usa a analogia do vinho novo e dos odres velhos para explicar a incompatibilidade de Seus ensinamentos com as antigas tradições religiosas. Ele enfatiza a necessidade de abertura para as coisas novas que Deus está fazendo, em vez de se apegar a velhas tradições e costumes.

No geral, Marcos 2 enfatiza a controvérsia e o conflito que Jesus enfrentou em Seu ministério, particularmente com os líderes religiosos que se opunham a Ele. O capítulo também destaca a compaixão e misericórdia de Jesus, conforme demonstrado por meio de Sua cura do paralítico e Sua defesa do sábado como um dia de descanso e compaixão. Finalmente, os ensinamentos de Jesus em Marcos 2 enfatizam a importância da abertura para coisas novas e a disposição de abandonar velhas tradições para abraçar a nova obra de Deus.

Comentário de Marcos 2

2:1-28 O primeiro capítulo de Marcos apresenta Jesus como uma figura popular que teve muitas experiências bem-sucedidas. Os capítulos 2 e 3 mostram a oposição que houve à Sua missão e aos Seus ensinamentos, e que há mais drama e suspense por vir.

2:2 O livro de Marcos é um grande registro das obras de Jesus, mas o que Cristo disse também não é esquecido. O autor descreve aqui como o Mestre anunciava-lhes a palavra, a mensagem da chegada do Reino.

2:3 O paralítico foi carregado por quatro homens, provavelmente em algum tipo de maca posta embaixo de sua cama (v.11).

2:4 Muitos em meio à multidão procuravam Jesus na esperança de ver curas e milagres. O povo bloqueou a porta da casa, que já estava lotada. No entanto, a determinação daqueles homens é vista pelo fato de eles descobrirem o telhado do aposento onde Jesus estava pregando. É bem provável que aquela cobertura fosse de telhas e que sua superfície fosse plana.

2:5 Vendo-lhes a fé: Não foram apenas os quatro homens que tiveram fé, mas o paralítico também. Quando Jesus lhe disse: Perdoados estão os teus pecados, dentro de si, Ele percebeu que o paralítico o reconhecia como o Messias.

2:6, 7 Marcos descreve a oposição dos escribas, que acusaram Jesus abertamente de blasfêmia. Na época de Cristo, estes costumavam ser chamados de doutores, porque estudavam a Lei de Moisés.

2:8-11 Jesus fez a pergunta: Qual é mais fácil?, para mostrar que Ele podia mesmo perdoar os pecados do homem, algo que somente Deus pode fazer. Qualquer um seria capaz de dizer que podia perdoar pecados, já que não havia nenhuma forma humana de confirmar isso. Mas ao dizer: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda, isso poderia ser provado na mesma hora, vendo se o paralítico iria andar ou não. Ao curá-lo, Jesus mostrou que Seu perdão tinha muito mais valor do que todos pensavam. Filho do Homem era um título muito usado pelo Messias (Mc 8.31; Dn 7.13).

2:12 Todos se admiraram e glorificaram a Deus. A reação da multidão demonstrou que todos entenderam a importância do milagre de Jesus. É bem provável que alguns escribas e fariseus tenham dito o mesmo. Porém, o que Cristo sempre buscava era que as pessoas tivessem uma fé que transformasse sua vida, não a adoração momentânea do povo.

2:13 Jesus geralmente ensinava à multidão em lugares afastados. Aqui, o tempo dos verbos (no pretérito imperfeito) mostra-nos isso: A multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.

2:14 Levi, também chamado de Mateus (Mt 9.9; 10.3), era judeu, mas cobrava impostos para Roma. Os judeus odiavam publicanos. Estes tinham a reputação de cobrar além do que deviam, para aumentar sua fortuna. Ao dizer segue-me, Jesus deve ter mexido muito com Mateus, pois este deixou sua profissão e seguiu-o.

2:15, 16 Já que os publicanos trabalhavam para Roma ou para os seus representantes, como Herodes Antipas, os judeus os odiavam e consideravam- nos grandes pecadores. Ao comer com esse tipo de gente, Cristo mostrou que o perdão de Deus foi estendido às pessoas mais vis. Os cristãos é que devem ir em busca dos perdidos, já que eles raramente procuram Jesus.

2:17 Nesse caso, Jesus estava sendo irônico quando usou a palavra justos. Não havia nenhum justo, embora alguns, como os fariseus, achassem que eram. Na verdade, Cristo veio chamar os pecadores ao arrependimento. O Mestre não concordava com as obras dos pecadores e queria que eles se arrependessem uma mudança de coração pela qual eles admitissem que precisavam de um Salvador e reconhecessem Jesus como seu único Salvador.

2:18 Se observarmos atentamente, Cristo não era contra o jejum. Aliás, Ele ensinou como jejuar no Sermão do Monte (Mt 6.16-18). O jejum dos fariseus aqui, feito provavelmente duas vezes por semana (Lc 18.12), contrastava com a refeição farta que Jesus fez supostamente na casa de Mateus. Alguns creem que o Antigo Testamento requeria o jejum somente em um dia do ano o Dia da Expiação (Lv 16.29); a aflição da alma se refere ao jejum. Esse era o único dia do ano concernente ao jejum citado no Novo Testamento (At 27.9).

2:19 A presença de Jesus, assim como as bodas, era para ser comemorada, não lamentada.

2:20 Lhes será tirado aponta para a partida de Jesus (Jo 14.19,20; Jo 16.5). Após a crucificação, os discípulos de Jesus jejuariam, talvez como uma demonstração de pesar por sua perda.

2:21, 22 Marcos relata somente quatro parábolas de Jesus duas das quais ele inclui nestes versículos. A comparação feita aqui indica que a exclusividade de sua mensagem, ou da nova aliança que viria posteriormente, não tem como se adequar aos antigos moldes do judaísmo. O Antigo Testamento foi uma preparação para o Novo Testamento (Gl 3.19-25).

2:23 As espigas colhidas inteiras eram muito saborosas e saudáveis. Colher grãos no campo para sobreviver era algo permitido pela Lei mosaica (Dt 23.25). Fazer toda a colheita e vendê-la, no entanto, era proibido.

2:24 A razão da acusação dos fariseus contra Jesus e Seus discípulos era que eles estavam trabalhando no sábado, mas os motivos dos acusadores eram dúbios. O ato de colher grãos não pode ser confundido com o trabalho no sábado proibido pela Lei (Ex 31.15). Esse incidente é a prova cabal da oposição ao ministério de Cristo.

2:25, 26 Parte da defesa de Jesus foi baseada na lembrança de que Davi comeu os pães da proposição da casa de Deus. Já que este alimento era para os sacerdotes e os que com eles estavam, era lícito que os outros comessem dele também.

2:27, 28 Jesus não declarou abertamente a inocência de Davi e Seus discípulos, mas, ao contrário, lembrou àqueles que o acusavam o significado do sábado para o homem e que Ele estava acima disso. As necessidades humanas, às vezes, podem anular a observância cerimonial do sábado.

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