Estudo sobre Jó 2

Estudo sobre Jó 2



Estudo sobre Jó 2.1
A tragédia intensifica-se (Jó 2.1-8)
Um segundo concílio celestial garante ao inimigo a possibilidade de ampliar o teatro de investigação. Ele recusa-se a admitir o seu erro em relação à sinceridade de Jó (3), isto é, em relação à sua integridade ou, segundo outra versão, “lealdade”. Para o Senhor, Jó acaba de ser passado pelo fogo e o seu caráter emerge, das aflições, mais puro que nunca. Mas o adversário queixa-se de que a provação não foi suficientemente forte, não foi radical. Acusa Jó de dureza, de insensibilidade. Até aqui a calamidade afetou apenas a vida dos outros. A sua pele foi poupada. Toque-se-lhe na pele e a tal integridade deixará de existir. Pele por pele (4) era, provavelmente um provérbio corriqueiro. As peles eram artigos muito usados em transações comerciais. Satanás acusava Jó de estar pronto a dar a pele dos outros-gado, servos, filhos -contanto que não tocassem na dele.
Ao adversário é concedida a oportunidade de justificar a sua acusação. Jó está nas suas mãos, à sua mercê. A identificação de doenças com nomes antigos não é tarefa fácil mas a opinião médica dos nossos dias sugere que a doença de Jó fosse um caso de furunculose estafilocócica generalizada. Nada poderia imaginar-se de mais angustiante, exasperante e deprimente. A cinza (8) é aqui uma referência ao vazadouro público que se situava fora dos muros da cidade. Aí se queimavam, a intervalos regulares, as imundícies e o lixo da terra. Era o ponto de encontro dos cães e do rapazio sem eira nem beira; aqueles, ávidos dos restos de carne que pudessem ainda encontrar agarrada às carcaças que para ali se atiravam; estes, sempre prontos a desenterrar e a aproveitar o que outros haviam lançado fora. Foi aí, nesse lugar de miséria e de refugo, que se sentou aquele que fora o maior de todos os do oriente (Jó 1.3).

Estudo sobre Jó 2.9
Reações à tempestade (Jó 2.9-13)
A MULHER DE JÓ ( Jó 2.9-10). A perda da família, dos bens e por último da saúde do marido, arruina por completo a sua fé. Aconselha Jó a amaldiçoar a Deus mesmo que o castigo da blasfêmia seja a morte. A morte é preferível ao terrível estado em que vive. Assim se afunda, para Jó, mais uma coluna a que a sua fé poderia amparar-se. Já não pode contar com a solidariedade espiritual da mulher na violenta luta em que se empenha a sua fé. Resolutamente põe de lado a sugestão. Só os impiedosos a poderiam aceitar. Curva-se perante a soberana vontade de Deus e recebe, das Suas mãos, tanto a dádiva como a privação, tanto a carícia como o golpe. “Seja feita a Tua vontade” são palavras que Jó poderia ter proferido com uma intensidade de sentido nem sempre presente na oração cristã.

Estudo sobre Jó 2.11
OS AMIGOS DE JÓ (Jó 2.11-13). Nem sempre se faz justiça aos amigos de Jó. A expressão “amigo de Jó” tem para nós um sentido fortemente pejorativo. Mas lembremo-nos de que quando a tempestade desabou sobre Jó tempestade que pôs em fuga uma multidão de amigos só para os dias bons-esses homens foram leais à sua amizade. Eles haviam conhecido a alegria e a prosperidade de Jó e com ele se haviam regozijado; com ele agora haviam de chorar. O aspecto desfigurado do amigo enchia-os de angústia. Sete dias e sete noites o acompanharam em absoluto silêncio-um silêncio tecido de simpatia e de comunhão -prova iniludível do alto quilate da sua amizade. Esse ministério de silêncio foi para Jó um bálsamo que as palavras destruiriam depois (cf. Jó 13.5). Meditem nisto todos os que procuram confortar corações angustiados.


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