Estudo sobre Jó 22

Estudo sobre Jó 22



Estudo sobre Jó 22.1
TERCEIRO CICLO DE DISCURSOS Jó 22.1-31.40
Terceiro discurso de Elifaz (Jó 22.1-30)
RAZÃO DO SOFRIMENTO (Jó 22.1 -5). Elifaz passa a demonstrar que deve existir uma razão para as aflições humanas. A chave do problema não pode estar em Deus visto que a moralidade humana não pode afetar a Sua onipotência divina. A explicação deve, pois, estar no próprio homem. Estará Jó a ser castigado pela sua piedade? Inconcebível! A causa será então a sua impiedade (5). Pelo temor que tem de ti (4). Leia-se “pelo teu temor dEle”, isto é, “pela tua religião”.
Para Elifaz, a resposta à pergunta formulada no versículo 3 é tão indiscutivelmente negativa quanto seria claramente afirmativa para os escritores de passagens como Jr 31.20, Os 11.8; Mt 23.37 etc. Na sua opinião, Deus, majestoso e distante, habitando nas mais inacessíveis alturas, não podia estar diretamente interessado na virtude ou nos vícios do homem. Cf. Jó 7.20. Elifaz jamais poderia dizer: “Deus amou o mundo de tal maneira...” Diria apenas: “Deus legislou e decretou de tal maneira”. Ele não tinha perante si uma cruz do Calvário que o informasse do amor e da angústia de Deus ante o pecado dos homens e da Sua alegria quando estes aceitam a reconciliação que Ele lhes preparou. Elifaz nada sabia dos milagres que são a glória do Cristianismo, a eleição do homem, a sua elevação do nada, da pura inexistência, até à estatura de bem-amado de Deus e, por conseguinte, (em certo sentido) de objeto querido e necessário a Deus que, não fora aquele ato, nada desejaria e de nada necessitaria visto que Ele é em Si mesmo e em Si mesmo possui o eterno bem”.

Estudo sobre Jó 22.6
JÓ É ABERTAMENTE ATACADO (Jó 22.6-20). Agora que se aventura a declarar abertamente o que até aqui apenas insinuara, Elifaz prossegue no ataque especificando as suas acusações. Atribui a Jó as violências características do tirano oriental. Apresenta-o como personalidade equívoca, como homem dado à prática do jogo duplo (6-9). Essa iniquidade é a origem das suas presentes calamidades (10-11). Em vez do render ao Senhor dos mais altos céus o preito que Lhe é devido (12) Jó concluiu erradamente que a distância a que Ele se encontrava era garantia de uma pouco rigorosa fiscalização dos assuntos terrenos (13-14). Como consequência, trilhou o caminho dos ímpios (15). Ora o fim desse caminho é a perdição (16). A consciência moral do homem reto aprova o julgamento de Deus (19). O versículo 15 está intimamente relacionado com os versículos 12-14. Certo tradutor dá-nos a seguinte adaptação: “é esse o caminho que escolhes, o caminho trilhado pelos homens iníquos do passado?” Muitos investigadores consideram os versículos 17 e 18 uma adição ao texto original. As palavras destes versos lembram-nos fortemente as proferidas por Jó em Jó 21.7-16. Notem-se, especialmente os versículos 14 e 16. As palavras da primeira parte do versículo 18 soam particularmente estranhas nos lábios de Elifaz e é certo que o versículo 19 seguir-se-ia mais logicamente ao versículo 16 que ao versículo 18.

Estudo sobre Jó 22.21
3.  ELIFAZ EXORTA JÓ AO ARREPENDIMENTO (Jó 22.21-30). Mas eis que, à   rigidez e crueldade das suas palavras se opõe, subitamente, um elemento novo. Segue-se uma passagem prenhe de beleza e verdade espiritual uma vez esquecida a sua estreita aplicação ao caso de Jó e interpretada em termos gerais. O homem encontra paz autêntica não na iniquidade mas no perdão dos seus pecados (21,23); na aceitação da verdade revelada por Deus (22); num humilde retorno a Deus (23) e através de uma nova noção de valores em que a preciosidade do tesouro divino eclipsa tudo o mais (24-25). Uma tal paz trará consigo alegria (26), comunhão com Deus (27), triunfo e serviço ao próximo (28-30). A lei (22) ou “instrução”; no hebraico não está presente o artigo definido. A beleza do pensamento contido nos versículos 24 e 25 é posta em relevo pela seguinte tradução: “Deposita o teu tesouro no pó e o ouro de Ofir entre as pedras dos ribeiros; e o Todo-Poderoso te será por ouro e por prata amontoada”.


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