Ananias — Estudo Bíblico

Ananias — Estudo BíblicoAnanias

No hebraico significa “protegido por Yahweh”. É o nome de muitas pessoas no Antigo Testamento: Há a forma hebraica do nome, Ananiah:

1. Pai de Maaseias e avô de Azarias, que ajudou a reconstruir as muralhas de Jerusalém, após o cativeiro (ver Nee. 3:23), em cerca de 446 A.C. 2. Uma cidade da tribo de Benjamim, localizada entre Nob e Hazor (ver Nee. 11:32), que talvez deva ser identificada com a moderna el‘Aziriyeh (Betânia), quanto à sua localização. (S Z) Há a forma grega do nome, Ananias: 1. Algumas traduções usam essa forma em lugar de Hananias, como nome de um dos três companheiros de Daniel (ver Dan. 1:6).

2. Forma usada em lugar de Anias, em I Esdras 5:16, cabeça de uma família que retornou do cativeiro em companhia de Zorobabel.

3. Forma usada em lugar de Hanani, filho de Imer, em I Esdras 9:21 e Esd. 10:20. Um sacerdote que despediu sua esposa estrangeira, terminado o cativeiro.

4. Forma usada em lugar de Hananiah, filho de Bebai, em I Esdras 9:29 e Ezeq. 10:28. Era levita e estava casado com uma mulher estrangeira.

5. O pai de Azarias (ver Tobias 5:12). Rafael, o anjo, identificou-se como filho de Ananias, parente de Tobias.

6. Um personagem do Novo Testamento, esposo de Safira, membro da igreja apostólica de Jerusalém. Tornou-se culpado por enganar a igreja no tocante à soma mediante a qual vendera uma propriedade sua, com o propósito de dar o dízimo aos pobres, por meio dos apóstolos. (Ver Atos 5:1-10 quanto à história). Uma vez feita a venda, ele e sua esposa guardaram uma parte do dinheiro, em ato de pura cobiça, ou por temerem sofrer necessidades mais tarde, e apresentaram sua dádiva como correspondente à quantia total, a fim de obter glória e elogios da parte da comunidade cristã. Ver Atos 4:32-37 para notar como a igreja cristã da época estava ocupada nesse tipo de projeto, que visava aliviar os pobres. O pecado não consistiu em reter uma parte (o que tinham plena liberdade de fazer) mas em enganar a igreja quanto aos motivos que tinham. Pedro interrogou-os em separado e apanhou-os na mentira. Primeiramente, Ananias caiu fulminado, e sua esposa, indagada m ais tarde, teve igual sorte. A narrativa ilustra o incomum poder dos apóstolos (ver o artigo acerca deles) bem como a seriedade de tratarmos com honestidade as questões religiosas. Não há qualquer indício no relato de que Pedro tenha apelado para qualquer ato de violência pessoal. O incidente é apresentado como um juízo divino, conforme frequentemente se vê nas narrativas do Antigo Testamento. Há algum as instâncias similares na Igreja cristã moderna, onde a intervenção divina põe fim a algum cristão ofensor. Compare essa narrativa com outra parecida, em I Cor. 5:1, onde há a ameaça de morte pelo poder divino, pronunciada contra um ofensor moral.

7. Um crente de Damasco (ver Atos 9:10-17 e 22:12). Sua reputação era grande entre os crentes, e o Senhor apareceu-lhe em um a visão, ordenando-lhe que fosse à rua chamada Direita, procurar por Saulo de Tarso na casa de Judas. Saulo estava orando, após sua conversão, e buscando orientação. Ananias quase não podia crer que a mensagem recebida era autêntica, pois sabia que Saulo muito havia perseguido aos cristãos. Mas, certo de que recebia um a ordem do Senhor, realizou sua tarefa, e foi instrumento usado na recuperação da vista de Saulo. Paulo,  agora preparado para a sua missão, foi imerso nas águas e começou a pregar que Jesus era o Cristo. A tradição representa Ananias como um dos setenta discípulos (ver Lucas 10), o primeiro que pregou o evangelho em Damasco, e que posteriormente tornou-se bispo naquele lugar. Os judeus, irados diante de seu sucesso, agarraram-no, açoitaram-no, e finalmente, apedrejaram-no até morrer, no mesmo local onde sua igreja se reunia. Visto que muitas dessas histórias são lendárias, não se sabe o quanto da narrativa é veraz, ou ao menos se o incidente aconteceu.


8. Um sumo sacerdote, filho de Nebedeu, no tempo do procurador Tibério Alexandre. Foi nomeado sumo sacerdote em 48 D.C. por Herodes, rei de Caleis (ver Josefo, Anti.  XX.v.5). Quadrato, legado da Síria, enviou-o a Rom a em 52 D.C., para responder a acusações de crueldade, m as foi inocentado por Cláudio, por influência de A gripa, o Jovem (ver Josefo, Anti.  XX.xl.2.3). Permaneceu no ofício sumo sacerdotal até 58 D.C. Era um saduceu orgulhoso, rico e inescrupuloso (ver Josefo, A nti.  XX.ix.2), que cooperava com assassinos p ara realizar os seus propósitos. Colaborou com os rom anos a fim de fomentar seus próprios interesses, e por esse motivo era odiado pelos judeus nacionalistas. Quando rebentou a guerra entre Israel e Roma, em 66 D.C., foi caçado e morto por assassinos (ver Josefo, Guerras II.xvii.9). Os historiadores consideram-no o mais indigno de todos os ocupantes da cadeira sumo sacerdotal. No Novo Testamento, foi perante ele que Paulo foi levado, durante o governo do procurador Félix, depois que o apóstolo foi preso em Jerusalém (ver Atos 22:30 - 23:5). Paulo afirmou que havia vivido diante de Deus com boa consciência, e Ananias, ofendido, ordenou que ele fosse espancado na boca. Então Paulo chamou-o de “parede branqueada” (Atos 23:3), não sabendo que ele era o sumo sacerdote. Posteriormente, Ananias apareceu em pessoa para reforçar as acusações contra Paulo, em Cesareia. Esse julgamento foi efetuado diante de Félix (ver Atos 24:1).