Árvore da Vida
Árvore da Vida
No hebraico temos um a expressão de duas palavras. A LXX traduz por to ksúlon tes zoês, “a árvore da vida”. Juntamente com a árvore do
conhecimento do bem e do mal, a “árvore da vida” foi plantada por Deus no
jardim do Éden. Deus não ordenou a Adão que ele não comesse do fruto da árvore
da vida, e a tentação da serpente não envolveu a mesma. E quando Adão e Eva
foram expulsos do paraíso, a razão da expulsão foi: “...para que não estenda a
mão, e tome também da árvore da vida, e com a e viva eternamente” (Gên. 3:22).
Dois querubins, armados de espada flamejante, guardavam a árvore da vida.
No
relato inicial sobre o jardim do Éden, aparentemente a participação no fruto da
árvore da vida, por parte do homem, era permitida por Deus; mas, por alguma
razão não explicada, ele nunca participou do mesmo. Notemos que em Gênesis 2:9,10,
tanto a árvore da vida quanto um rio são mencionados, embora nada ali seja
esclarecido quanto à significação de uma coisa ou de outra. Em Ezequiel
31:1-12, novamente aparece um rio, ladeado por árvores perenemente verdes,
produtoras de alimento e medicamento. No Antigo Testamento, somente no livro de
Provérbios aparece novamente a expressão “árvore da vida”, isto é, em Pro.
3:18.
O “fruto do justo” é árvore da vida, como também o desejo cumprido (em
Pro. 11:30 e 13:12). E a “língua serena” participa de idêntica honraria (ver
Pro. 15:4). Ao que parece, o homem é vitalizado e renovado por essas coisas,
embora não haja elaboração do termo, e nem haja qualquer significação cósmica,
emprestada a essas árvores da vida. No Novo Testamento, apenas o livro de Apocalipse faz alusão à
árvore da vida, e em cada caso, há um significado espiritual e cósmico. Assim,
em Apocalipse 2:7 é feita a promessa de que o “vencedor” haverá de participar
da árvore da vida, localizada no “paraíso de Deus”. O vigésimo segundo capítulo
fomece-nos ainda mais detalhes. Na Nova Jerusalém, manará o rio da vida, desde
o trono de Deus. E em ambas as margens desse rio, a árvore da vida proverá
tanto a vida quanto a cura para aqueles que ali viverem.
É verdade que os
cultos pagãos antigos aproveitaram a ideia, embora distorcidamente, incluindo a
árvore da vida em seus mitos. Os reis antigos também açambarcaram a ideia,
associando sua imagem a da árvore da vida, geralmente sob a forma de um guardião
e sacerdote sacramental que dispensa sua autoridade através do culto. Em um
outro contexto, a árvore da vida aparece intimamente relacionada à deusa-mãe,
que representava o princípio feminino da reprodução natural, quer nas
plantações, quer no gado ou na família humana. Essa deusa-mãe também podia
representar o trono, ou seja, aquela que dava vida e poder ao monarca. Podemos
concluir que a árvore da vida representa o poder doador de vida de Yahweh. O
Senhor é a fonte de vida para o rei e para o povo de Israel, exatamente como o
foi para Adão.
Essas e outras ideias foram sintetizadas no livro de Apocalipse,
a fim de exprimir a realidade da vida eterna e da felicidade celeste com Deus
(ver Apo. 22:1-3; cf. 2:7 e 21:6). Essa evolução de ideias sugere-nos que o
livro de Gênesis não se referia somente a uma situação do passado, mas a um destino
definitivo que dá uma perspectiva esperançosa, e portanto , mostra-nos qual o
sentido mais profundo da existência humana. Em suma, o paraíso é perdido no
Gênesis mas é totalmente recuperado no Apocalipse. E todos os demais livros da
Bíblia ensinam como isso ocorre. Os homens encontram vida em Jesus Cristo: “Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao P ai senão por mim” (João 14:6).
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