Interpretação de Êxodo 16

Êxodo 16

Êxodo 16 descreve a provisão milagrosa de maná e codornizes por Deus enquanto os israelitas viajavam pelo deserto a caminho da Terra Prometida. Este capítulo também revela as contínuas lutas dos israelitas com fé e obediência. Aqui estão os pontos-chave de Êxodo 16:

1. Reclamações sobre Comida (Êxodo 16:1-3): À medida que os Israelitas continuam a sua jornada pelo deserto, eles começam a resmungar e a queixar-se da falta de comida. Eles anseiam pelos dias em que tinham comida no Egito, mesmo sendo escravos. Eles expressam seu descontentamento a Moisés e Arão.

2. A Promessa de Maná de Deus (Êxodo 16:4-12): Em resposta às reclamações dos Israelitas, Deus promete fornecer pão do céu. Ele diz a Moisés que fará chover pão (maná) do céu todas as manhãs. À noite, Ele enviará codornizes para comer. Deus explica que esta provisão é um teste à obediência dos israelitas. Moisés e Arão transmitem a mensagem de Deus ao povo.

3. A provisão de maná e codornizes (Êxodo 16:13-36): À noite, codornizes chegam ao acampamento e os israelitas têm carne para comer. De manhã, quando o orvalho evapora, uma substância fina e escamosa aparece no solo. Os israelitas não sabem o que é e chamam-no de “maná”, que significa “O que é isso?” Moisés explica que o maná é o pão que o Senhor providenciou. Eles são instruídos a colhê-lo todas as manhãs, com porção dobrada no sexto dia para se preparar para o sábado, quando não cairá maná. Alguns tentam coletar maná extra, mas ele estraga com vermes e um cheiro desagradável. No sábado não há maná, e Deus enfatiza a importância de observar o descanso sabático.

4. Provisão Contínua (Êxodo 16:32-36): Aarão coloca um jarro de maná na Arca da Aliança como um lembrete da provisão de Deus para as gerações futuras. Os israelitas comeram maná durante sua jornada de quarenta anos no deserto, até chegarem à terra de Canaã.

Êxodo 16 destaca vários temas e lições principais:

1. A Provisão de Deus: O capítulo mostra a fidelidade de Deus em prover as necessidades físicas de Seu povo, mesmo no deserto árido e desafiador. O maná e a codorna são expressões tangíveis de Seu cuidado e sustento.

2. Teste e obediência: A provisão de maná por parte de Deus é também um teste da obediência dos israelitas. Eles são instruídos a coletar apenas o necessário para o dia, com exceção do sexto dia, quando coletam o suficiente para dois dias. Este teste demonstra a sua confiança na provisão diária de Deus e na obediência aos Seus mandamentos.

3. Observância do Sábado: O conceito de Sábado é introduzido aqui, enfatizando a importância do descanso e da adoração no sétimo dia. É um dia em que os israelitas devem abster-se de recolher o maná, destacando a sua dependência da provisão de Deus.

4. Resmungos e Queixas: A tendência dos israelitas de reclamar e resmungar diante dos desafios é um tema recorrente na sua jornada. Reflete a sua fé vacilante e serve como um lembrete da importância da confiança e da gratidão.

Êxodo 16 marca um momento significativo na jornada dos israelitas, onde Deus demonstra Seu cuidado e provisão contínuos para Seu povo. O maná torna-se um símbolo do sustento diário e da fidelidade de Deus, e as lições aprendidas neste capítulo continuam a moldar o relacionamento dos israelitas com Deus à medida que viajam em direção à Terra Prometida.

Interpretação

16:1. Deserto de Sim. De acordo com Nm. 33:10-12, o povo de Israel viajou ao longo do litoral, possivelmente pela costumeira rota até as minas do Sinai. Em Dofcá voltaram-se na direção do Deserto de Sim. Se Dofcá pode ser identificada com Serabit el-Khadem, então o Deserto de Sim é a planície ao longo da margem do platô, chamado Debbet er-Ramleh. As indicações geográficas são demasiadamente precárias para termos muita certeza.

16:2. Novamente, as circunstâncias da provisão divina combinadas para provar a fé e a obediência de Israel.

16:7. A glória do Senhor. O olho da fé vê a glória do Senhor no pão e na carne que Ele fornece. Que somos nós. Nós não somos ninguém, por que vocês se queixam de nós? (Moffatt).

16:10. E eis que a glória. A evidência inequívoca da presença de Deus na coluna de fogo autenticou as palavras de Moisés e preparou o povo para a glória ainda mais velada do milagre seguinte.

16:14. Uma coisa fina e semelhante a escamas.

16:15. Isto é o pão (maná). De meinhu’ “que é isto?” O nome maná pode ter surgido da pergunta, ou então a semelhança de sons pode ter relacionado as duas palavras.

16:16. Ômer. Cerca de duas quartas (1 quarta - 1,13 litros).

16:23. Sábado. Isto indica que embora o sábado já fosse conhecido, não era guardado de uma maneira especial.

16:31. Maná. Há uma espécie de tamargueira que cresce na Península, da qual poreja, talvez devido à picada de um inseto, durante as noites de verão, um líquido que forma pequenas bolinhas brancas. Os árabes as ajuntam, as quais depois de cozidas, são usadas como mel. Tem um sabor e um aroma adocicados. Podem ser guardadas durante muito tempo em um local fresco, mas derretem ao sol; não podem ser moídas ou assadas. Parecem-se muito com o maná da Bíblia, mas também diferem bastante. As Escrituras, não apenas em sua descrição do maná, mas em seu registro da maravilhosa provisão durante os quarenta anos (v. 35) tornam claro que o maná não era um fenômeno natural, mas uma provisão especial da mão do Senhor. Coentro. Uma semente miúda de um branco cinza, com um agradável sabor, muito usada como condimento.

16:33, 34. Diante do Senhor... diante do Testemunho. Isto é, diante das tábuas da Lei na arca. Esta orientação deve ter sido dada mais tarde, talvez quando o maná estava para acabar.

16:35. Isto não deve ser compreendido que os israelitas não tivessem nada mais para comer durante os quarenta anos. Durante a estada no Sinai, puderam muito bem semear e colher cereais, e também de tempos em tempos obter alimento com os mercadores.

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