Interpretação de Êxodo 2
Êxodo 2
Êxodo 2 é um capítulo significativo no livro bíblico de Êxodo, pois inicia a narrativa da infância de Moisés e seu papel como figura central na libertação dos israelitas da escravidão egípcia. Aqui estão os pontos-chave de Êxodo 2:
1. Nascimento e início da vida de Moisés (Êxodo 2:1-10): O capítulo começa com o nascimento de Moisés durante uma época em que os israelitas eram escravizados no Egito. Seus pais, Amram e Joquebede, o esconderam por três meses para protegê-lo do decreto do Faraó de que todos os meninos hebreus fossem mortos. Quando não conseguem mais escondê-lo, colocam-no num cesto impermeável entre os juncos do rio Nilo. A irmã de Moisés, Miriam, cuida dele à distância. A filha do Faraó descobre o bebê Moisés no rio e decide adotá-lo, dando-lhe o nome de Moisés, que significa “tirado da água”.
2. Os primeiros anos de Moisés no palácio do Faraó (Êxodo 2:11-15): À medida que Moisés cresce, ele é criado como um príncipe egípcio na casa do Faraó. No entanto, ele permanece ligado à sua herança hebraica. Um dia, ele testemunha um capataz egípcio espancando um escravo hebreu e intervém, matando o egípcio. Ao perceber que seu ato é conhecido e que Faraó pretende matá-lo, Moisés foge para a terra de Midiã.
3. Moisés em Midiã (Êxodo 2.16-25): Moisés chega a Midiã, onde encontra as filhas de Jetro, sacerdote de Midiã, num poço. Ele os ajuda a dar de beber aos rebanhos e é convidado para ir à sua casa. Moisés se casa com uma das filhas de Jetro, Zípora, e se torna pastor. Entretanto, no Egipto, os israelitas continuam a sofrer sob a opressão da escravatura.
4. A Preocupação de Deus com o Seu Povo (Êxodo 2:23-25): O capítulo termina destacando o sofrimento dos Israelitas e o seu clamor por ajuda. Deus ouve seus clamores e se lembra de Sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó. Isto prepara o terreno para a intervenção divina de Deus e para o desenrolar do Seu plano para libertar os israelitas da escravidão.
Interpretação
Êxodo 2 serve de base para a história de Moisés, que mais tarde se tornaria o líder e libertador dos israelitas. Vários temas e lições importantes podem ser extraídos deste capítulo:
1. Providência Divina: Os acontecimentos que rodearam o nascimento e a educação de Moisés destacam o cuidado providencial de Deus para com o Seu povo. A sobrevivência e a colocação de Moisés na casa do Faraó fazem parte do plano de Deus para levantar um líder para os israelitas.
2. Justiça e Compaixão: A intervenção de Moisés para resgatar um escravo hebreu da opressão demonstra um sentido de justiça e compaixão. Isto prenuncia o seu futuro papel como libertador e líder que enfrentará a tirania do Faraó.
3. Identidade e Herança: A dupla identidade de Moisés como príncipe egípcio e hebreu de nascimento é significativa. A sua eventual escolha de se identificar com os seus irmãos hebreus oprimidos desempenhará um papel crucial na sua liderança.
4. A audição e a lembrança de Deus: Deus ouve os clamores do Seu povo em seu sofrimento e se lembra das promessas da Sua aliança. Isto prepara o terreno para a intervenção de Deus e a eventual libertação dos israelitas.
5. Cumprimento do Plano de Deus: Êxodo 2 prepara o cenário para o chamado e missão de Moisés, que será desenvolvido nos capítulos subsequentes. Enfatiza que o plano de Deus está se desenrolando, mesmo quando Seu povo está no meio de sofrimento e opressão.
Êxodo 2 serve como uma introdução crucial à vida de Moisés e à narrativa mais ampla da libertação de Israel do Egito. A jornada de Moisés, de príncipe egípcio a pastor em Midiã, marca o início de sua transformação na figura central da história do Êxodo.
O Nascimento e a Preservação de Moisés. 2:1-25.
A data exata do nascimento de Moisés, e a identificação de Faraó e sua filha são discutíveis, mas a evidência da fidelidade divina é inconfundível. Com base no fato de que existem vagos paralelos a esta narrativa em outras histórias antigas, a I. B. chama-a de “narrativa lendária”. Nessa base quase tudo poderia ser considerado anti-histórico.2:1. Um homem da casa de Levi. De acordo com 6:20, este era Anrão, que se casou com a irmã de seu pai, Joquebede.
2:2. Formoso. Hebreus 11:23 atribui este ato dos pais de Moisés à fé deles – “porque viram que era uma criança peculiar”. Tomaram a aparência robusta e agradável da criança como evidência de que Deus o dera para um grande propósito.
2:3. Carriçal. Provavelmente os caniços dos papiros tão abundantes no Nilo. Betume e piche, ou asfalto. À beira do rio. Muito provavelmente a criança foi colocada onde a mãe sabia que a filha do rei costumava tomar banho (KD). Tudo o que aconteceu, inclusive o colocar-se da irmã para vigiar, toma evidente que não foi um ato de simplesmente abandonar a criança á mercê do rio com a tênue esperança de que pudesse ser salva.
2:5. O banho deveria ter sido uru ato de adoração e o salvamento deve ter sido uru ritual religioso mais do que simples piedade (Alleman e Flack, op. cit.).
2:9. Havia uma ironia divina nesta situação na qual o destinado libertador não foi apenas preservado mas também sustentado por aqueles que uru dia ele derrotaria.
2:10. Moisés. O hebraico significa tirado ou arrancado. Muitos críticos creem que a palavra hebraica para Moisés (Mosheh) deriva-se do egípcio mesi que significa “dar à luz”. No processo do nascimento, a criança é tirada; neste exemplo a criança foi chamada Moisés porque foi tirada das águas. Alguns mestres, entretanto, duvidam de que haja alguma ligação com o egípcio mesi.
2:11. Viu. “Contemplou com simpatia” (Cambridge Bible).
2:12. Por meio deste ato Moisés estava irrevogavelmente lançando a sua sorte ao lado dos seus irmãos (cons. Hb. 11:24-26).
2:14. Moisés apresentou-se ao seu povo como o seu paladino, mas os israelitas ainda não estavam prontos para a redenção, nem ele mesmo. “Seria por meio do cajado e não da espada – pela brandura e não pela ira de Moisés que Deus realizaria a Sua grande obra de libertação” (JFB). Atos 7:25 expressa este patético pensamento, “Ele cuidava que seus irmãos entenderiam”.
2:15. Desse caso. Não foi tanto o homicídio como a rebelião implícita nele que despertou a ira de Faraó (cons. Hb. 11:27). Midiã. Os midianitas eram um grupo de tribos que descendiam de Quetura e Abraão (Gn. 25:1-4), Embora seu lar pareça ter sido a leste do Golfo de Ácaba, eram um povo nômade que peregrinou pela Palestina, Neguebe e Península do Sinai. De acordo com Êx. 3:1, aqueles que Moisés encontrou deviam estar habitando nas vizinhanças do Monte Sinai. A tentativa de confinar os midianitas a uma só área e localizar o Monte Sinai a leste de Ácaba (T. Meek, Hebrew Origins; et al.) não concorda com as Escrituras e parece sem fundamentos.
2:16. O sacerdote de Midiã. As Escrituras não indicam que deus ele servia. Pode realmente ter sido Jeová, como alguns defendem, mas as palavras de Jetro em Êx. 18:11 soam mais como o testemunho de um convertido. Não há absolutamente nenhuma razão pala supormos, como alguns escritores têm feito, que Moisés ficou conhecendo Jeová através dos midianitas (cons. Meek, et al.).
2:17. A compaixão pelos oprimidos fazia parte do caráter de Moisés.
2:18. Reuel. O nome significa amigo de Deus (veja também Nm. 10:29). Ele também é chamado de Jetro (3:1; 4:18).
2:22. Gérson. O nome significa um estrangeiro aqui. O segundo filho, Elíézer, Deus é meu auxílio, aparece em 18:3.
2:23. Decorridos muitos dias. De acordo com Atos 7:30, o período foi de quarenta anos, ou uma geração inteira. Se aceitarmos o século treze para o Êxodo, então o rei que morreu deveria ter sido Seti I (1319-1301), ou possivelmente Ramessés I, o fundador da Dinastia XIX. O novo rei teria sido Ramessés II, um dos maiores de todos os Faraós (1301-1234).
2:24, 25. Deus estava demorando e estava calado, mas Ele nunca esqueceu nem abandonou o Seu povo. Ouvindo Deus o seu gemido... viu... atentou e tomou conhecimento de sua condição.
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