Interpretação de Gênesis 15
Gênesis 15
Gênesis 15 enfoca a aliança de Deus com Abraão (anteriormente conhecido como Abrão) e a promessa de descendentes e terras. Este capítulo contém vários temas e interpretações principais:
1. A Promessa da Aliança: Gênesis 15 começa com a garantia de Deus a Abraão de que Ele será seu escudo e sua “grande recompensa”. Deus reafirma Sua aliança com Abraão, prometendo-lhe que sua recompensa será muito grande. Isto sublinha a importância da relação de aliança de Deus com Abraão e as bênçãos que a acompanham.
2. As Preocupações de Abraão: Abraão expressa sua preocupação por não ter um herdeiro para herdar seus bens. Como ele e sua esposa Sara estão envelhecendo e não têm filhos, Abraão está preocupado com a possibilidade de um servo ser seu herdeiro. Esta preocupação prepara o terreno para a promessa de Deus de um nascimento milagroso e do cumprimento da Sua aliança.
3. Os descendentes prometidos por Deus: Deus leva Abraão para fora e o instrui a contar as estrelas, enfatizando a vastidão de seus futuros descendentes. Esta promessa simboliza os numerosos descendentes que virão de Abraão, formando eventualmente a nação de Israel. O conceito de descendentes tão numerosos quanto as estrelas torna-se um tema recorrente na Bíblia.
4. A Fé e Justiça de Abraão: Em Gênesis 15:6, é afirmado: “E ele [Abraão] creu no Senhor, e isso lhe foi imputado como justiça”. Este versículo é um dos mais importantes da Bíblia, destacando o papel da fé no relacionamento de aliança de Deus. Serve como um texto fundamental para a compreensão do conceito bíblico de justificação pela fé.
5. A Aliança de Sangue: Em Gênesis 15:7-21, Deus instrui Abraão a preparar uma cerimônia de aliança envolvendo animais específicos. O costume de fazer um pacto nos tempos antigos muitas vezes incluía um ritual em que as partes envolvidas caminhavam entre os pedaços de animais divididos. Isto simbolizava a seriedade da aliança e as consequências de quebrá-la. Porém, neste caso, apenas Deus (na forma de um braseiro fumegante e uma tocha acesa) passa entre as peças, significando que a aliança é incondicional e depende unicamente da fidelidade de Deus.
6. Cumprimento da Promessa: Deus reitera a promessa de terra a Abraão, afirmando que seus descendentes possuirão a terra de Canaã. Esta promessa é fundamental para a Aliança Abraâmica e desempenha um papel central na narrativa bíblica, à medida que os israelitas mais tarde habitam a Terra Prometida.
7. Paciência e Espera: Gênesis 15 destaca o tema da paciência e da espera no tempo de Deus. Abraão e Sara esperaram muitos anos por um filho, e este capítulo marca um passo significativo em direção ao cumprimento da promessa de Deus.
Em resumo, Gênesis 15 é um capítulo fundamental da Bíblia que enfatiza a relação de aliança entre Deus e Abraão, a importância da fé e da justiça e o cumprimento das promessas de Deus. Também introduz o conceito de justificação pela fé, que tem profundo significado teológico nas tradições judaica e cristã. O capítulo sublinha a fidelidade de Deus à Sua aliança e à Sua capacidade de cumprir as Suas promessas apesar dos obstáculos aparentemente intransponíveis.
Interpretação
15:1-21 Durante toda a sua vida Abrão manifestou uma forte confiança em Deus. Foi fácil permitir que esta confiança brilhasse nas horas de triunfo. Quando ele se lembrava das maravilhosas promessas de Deus, era um conforto saber que o cumprimento delas seda na sua semente e por meio dela. Mas quando ele envelheceu e o fim de sua vida se aproximou enquanto ele continuava sem filhos, sentiu-se tentado a esmorecer.Sua fé nas promessas se abalou. Como Deus poderia agora cumprir Suas promessas? Quando aS cumpriria? Abrão precisava de certeza. Então Deus lhe falou.
15:1. Não temas... eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande. Primeiro, Abrão devia abandonar o temor confiando inteiramente no Senhor. Esta figura de Deus como escudo tinha o intuito de proporcionar esperança, coragem e fé. Mas defesa não bastava. Abrão precisava ter diante de seus olhos a certeza de uma recompensa que lhe proporcionasse a maior das alegrias. Talvez a tradução teu galardão será sobremodo grande seja a que mais se aproxima do sentido do texto dentro do contexto. As duas maneiras de traduzirmos estas palavras (eu sou... teu grandíssimo galardão, E.R.C.) deixam-nos confusos até compreendermos que ambas são garantias de vitória.
15:2-7 O Senhor assegurou a Abrão que não devia considerar o damasceno Eliézer como seu herdeiro, pois um filho realmente seu nasceria para rico cumprimento de cada predição. Em momentos de perigo ou desespero Abrão devia crer na proteção de Deus, no cumprimento de Suas promessas e no ilimitado número de seus descendentes. Era um desafio a uma fé sublime. E Abrão era capaz de crer porque ele conhecia Aquele que fizera as promessas. Ele sabia que podia confiar em Jeová. Embora não houvesse nenhuma criança no seu lar, Deus encheria a terra com aqueles que olhariam para Abrão como seu pai. Submissão confiante à vontade de Deus é o elemento básico na verdadeira religião.
15:6. isso lhe foi imputado para justiça. A qualidade daquele que anda direito diante de Deus é indescritivelmente preciosa aos olhos do Senhor. Abrão foi justificado, isto é, considerado justo, com base na sua fé.
15:8-21 Imediatamente Jeová prontificou-se a ratificar a aliança com o homem que se submetera à vontade divina (cons. Gn. 12:1-3). O hebraico berit é diversamente traduzido para “aliança”, “pacto”, “solene acordo”, ''testamento”, “tratado”. Nenhuma dessas palavras dá o significado exato desta solene transação. Antigamente os homens costumavam ratificar um pacto ou convênio passando entre as metades de um animal sacrificado. Este “cortar do pacto” não era um sacrifício em si. Antes, era uma cerimônia sagrada pol meio da qual os homens declaravam seu solene propósito de manter o acordo. Alguns estudiosos da Bíblia têm destacado que no exemplo registrado em Gn. 15:8-21, só um dos representantes simbólicos das partes contratantes – uma tocha de fogo (cons. Jz. 7:16,20), símbolo de Jeová passou entre as metades dos animais. Em outras palavras, o convênio neste caso só teria de ser mantido da parte de Deus. Só o Senhor poderia cumprir Suas promessas. Ele daria a Abrão descendentes tão numerosos quanto as estrelas e lhes daria uma grande terra, a se estender das portas do Egito até o grande Eufrates.
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