1.1 Evangelho.
No grego mais antigo significa “um galardão oferecido para se levar
as boas novas”. Depois o termo foi usado como as próprias “boas novas”.
Aqui se refere ao anúncio das boas novas por Jesus Cristo e também ao
conteúdo desse evangelho trazido por Cristo Princípio indica a
introdução ao evangelho, da proclamação de João Batista. É muito provável
que Marcos tivesse sido o primeiro evangelho a ser composto e serviu
de base aos evangelhos de Mateus e Lucas, sendo, os três, conhecidos como
os “Sinóticos” (termo originário de uma palavra grega que significa
“ver de um ponto de vista'). Jesus. Cf. Mt 1.21n; Lc 1. 31n. Cristo.
Um adjetivo que significa “ungido” (em heb “Messias”). No AT, reis,
sacerdotes e profetas foram ungidos confirmando simbolicamente sua
escolha por Deus. Filho de Deus. Ainda que tenha um sentido mais
amplo, no NT, este termo, aplicado a Jesus, salienta Sua deidade (cf. Sl
2.7; Jo 10.38; 14.10; Hb 1.2). Os conceitos inerentes ao título são: 1)
Jesus é profetizado no AT-. 2) Ele é pré-existente e divino; 3) Tem uma
relação ímpar com Deus Pai (sem ser gerado no sentido humano); 4) Jesus é
o Messias, o Servo de Jeová, plenamente identificado com o povo
eleito; consequentemente Ele foi capaz de cumprir Sua missão salvadora
(10.45),
1.2 Está
escrito. Normalmente, esta frase introduz citações do AT.
1.3 Do
Senhor. Fica claro, no contexto, que o Jeová do AT é identificado com Jesus
Cristo no NT (cf. Rm 10.13).
1.4 João.
Forma simplificada de Johanen (“dom de Jeová”). Era parente de Jesus, uma vez
que suas mães eram primas (cf. Lc 1.36). Seu ministério começou c. 27
d.C., proclamando a vinda iminente do Messias e Seu reino. João proclamou
a urgência do arrependimento devido à aproximação deles.
1.6 Gafanhotos
e mel. I.e., alimento natural de áreas não habitadas (cf. Lv 11.22).
1.8 Espírito.
João batiza apenas com água, simbolizando a lavagem dos
pecados renunciados, mas Cristo dará o dom do Espírito Santo é com Ele a
filiação adotiva de Deus (cf. Jo 3.3, 5). Deve-se notar à diferença entre
o batismo de João e o batismo cristão, pois este último contém o
simbolismo de identificação com a morte e a ressurreição de Cristo. Os
judeus também batizavam prosélitos (convertidos ao judaísmo). Os essênios
(seita que compôs os rolos do Mar Morto) batizavam, os judeus que
ingressavam na sua fraternidade. João trata todos os judeus como necessitados
de arrependimento. Josefo relata sobre a profunda influência que João
exercia sobre o povo em geral (Antiguidades XVIII, 116-19).
1.9 Jesus
foi batizado: 1) Para endossar a autoridade de João; 2) Para se identificar
com os pecadores que buscavam o perdão de Deus (2 Co 5.21); 3) Para
publicamente confirmar e anunciar Seu ministério; 4) Para ser apontado por
João como o Messias (Jo 1.53) e ficar cheio do Espírito (Lc 3.22).
1.10 Como
pomba. Cf. Gn 1.2.
1.11 As
palavras por Deus pronunciadas lembram Is 42.1; Gn 22.2 e Sl 2.7 (cf. Mt 12.18).
1.12 Impeliu.
Esta palavra forte entende-se pela fato de tudo indicar que o autor,
Marcos, ao compor seu evangelho tinha em mira a instrução de novos
convertidos na fé. Como Cristo, eles devem prever que o batismo dará
início a um período de provação.
• N. Hom. 1.17 A vocação do evangelista implica: 1) No discipulado (“vinde após
mim”), 2) Em ser treinado por Cristo (“eu vos farei”); 3) Esforço de ganhar
homens (pescar); 4) Pôr os interesses seculares em segundo plano
(“deixaram ... as redes”).
1.13 Antes
da primeira época do ministério na Galileia, Jesus ministrou em Jerusalém
e na Judeia (cf. Jo 1.19-3.36).
1.15 Arrependei-vos.
O significado em português, seria “ser penitente de novo” traduz bem a
palavra grega, metanoeo, “mudar de mentalidade ou pensamento”. Reflete
a frequente palavra heb shub, que 120 vezes no AT tem a conotação
espiritual de “voltar” (a Deus). No contexto da conversão; aponta para uma
mudança radical de vida em consequência da fé colocada em Cristo (Atos
3.19; 26.20; 1 Tes 1.9). Como todos devem nascer de novo (Jo 3.3), João
conclama todos a se arrependerem e selarem essa mudança no batismo, ou
então, encarar o julgamento pela fogo que Cristo trará (Mt 3.11n e Lc 3.16),
1.21 Jesus
escolheu Cafarnaum como quartel geral para seu ministério após a
Sua rejeição em Nazaré (Lc 4.16-31. Cafarnaum era um centro de comércio e
distribuição de peixes. Com um centurião (8.5) e uma coletaria de impostos
(Mt 9.9), não deixava de ter sua importância para os romanos.
1.29 Casa
do Simão. Segundo uma tradição muito antiga; Marcos nos fornece
um relatório da pregação e memórias de Pedro.
1.29-31; 40-45 Milagres de cura: ainda que Jesus tinha duas naturezas, a divina e a
humana, o plano de Deus na encarnação era que Ele fosse verdadeiro homem (cf.
Rm 8.3; Fp 2.5-8). A ênfase de Marcos sobre a humanidade de Jesus é
característica: note-se que Jesus se indignou (3.5; 10.14), ficou condoído
(3.5), dormiu (4.38), suspirou (7.34), gemeu (8.12). Admira-se diante da
incredulidade (6.6), compadeceu-se (6.34); amou a um jovem (10.21), foi
tomado de pavor e de angústia (14.33) e desconhece o dia de Sua
volta (13.32). Por outro lado, Marcos mostra que Jesus é, também, divino;
assim, os demônios reconhecem-no como dotado de poder sobrenatural e
destruidor deles (1.24, 34; 3.11; 5.7). Suas obras deveriam
convencer os mais endurecidos incrédulos (2.12; 4.41; 7.37). Ele pode
penetrar os segredos do coração humano (2.8); é Senhor do sábado (2.28)
e pode perdoar pecados (2.10). Quando foi indagado pelo sumo sacerdote
declarou que era o Cristo, o Filho de Deus (14.62). Ressuscitado, será
exaltado à direita de Deus.
1.32 Ao
cair do sol. Marcou-se, assim, o fim do sábado (21), possibilitando o
transporte dos enfermos até a presença de Jesus (cf. Lc 4.40n).
1.34 Jesus
não quer o testemunho dos demônios (1.25; 3.12).
1.35,36 Madrugado.
Gr proi, usada por Marcos para designar a última vigília da noite, das 3
às 6 horas. Jesus reage diante da grande popularidade, buscando horas
tranquilas para a comunhão corri o Pai. Pedro, evidentemente, acha que
“ação” é mais importante que a meditação e oração. Muitos, hoje,
infelizmente seguem esta linha de pensamento.
1.37 Todos
te busca. O grande interesse em Jesus é provocado pelos milagres.
A preocupação de Jesus é proclamar o evangelho (1.1 5).
1.39,44,45 Aqui se relata, em geral, a primeira viagem pela Galileia com os
quatro discípulos. Jesus deu mais duas voltas pela Galileia. (cf. 6.1-7.23;
9.33-50).
1.40 A
lepra, segundo o vernáculo original, encerrava várias doenças da pele. Não é a
doença hoje chamada hanseníase, porque não se citam sintomas dela. Porque
implicou na imundícia (Lv 13.45ss), era natural que se tornasse um símbolo
de pecado. • N. Hom. A lepra e o pecado: 1) são repugnantes; 2)
espalham-se; 3) são incuráveis, fora da operação graciosa de Deus; 4)
Cristo é a única solução: a) quer porque se compadece; b) pode fazê-lo
porque velo de Deus (Jo 3.2), c) fá-lo curar porque veio para isso (Mac 10.45). 1.43
Veemente. Uma palavra muito forte (cf. Jo 11.33, 38) frisando a
importância de guardar o segredo sobre Sua pessoa e missão messiânicas até
após a ressurreição (cf. Jo 6.1 5). Os judeus esperavam um Messias guerreiro,
político, nacionalista, não o Salvador do mundo e da condição de pecado do
homem (10.45).
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