Explicação de Êxodo 39

Êxodo 39

39:1–7 Agora chegamos à preparação das vestes dos sacerdotes. Ficamos impressionados desde o início com a repetição das quatro cores. Alguns os veem como representando as múltiplas glórias de Cristo como visto nos quatro Evangelhos: púrpura — Mateus — o Rei; escarlate – Marcos – o servo sofredor; branco — Lucas — o Homem sem pecado; azul – João – o Filho de Deus desceu do céu. Os fios de ouro no éfode falam da divindade de Cristo (v. 3). Em cada alça de ombro do éfode havia uma pedra de ônix gravada com os nomes de seis das tribos de Israel.

39:8–21 O peitoral continha doze pedras preciosas, uma para cada uma das doze tribos (vv. 10–14). Assim é com o nosso Grande Sumo Sacerdote. O pregador do evangelho Peter Pell expressou isso lindamente. “A força de Seus ombros e o amor de Seu coração estão assim levando os nomes do povo de Deus diante da presença de Deus.”

39:22–26 A túnica do éfode era uma vestimenta azul usada sob o éfode. Em sua bainha havia sinos de ouro puro e romãs de azul, púrpura e escarlate. Estes falam de fruto espiritual e testemunho como são encontrados em nosso Grande Sumo Sacerdote e como devem ser reproduzidos em nós.

39:27-29 As túnicas de linho foram as primeiras vestimentas que os sacerdotes vestiam (Lv 8:7). Então vieram as vestes de glória. Deus primeiro veste o pecador arrependido com Sua própria justiça (2 Coríntios 5:21). Quando o Senhor Jesus voltar, Ele vestirá Seu próprio povo com vestes de glória (Fp 3:20, 21). A justiça deve preceder a glorificação.

39:30, 31 A placa de ouro no turbante do sumo sacerdote estava gravada como um sinete com as palavras “SANTIDADE AO SENHOR” para que ele pudesse levar a iniquidade das coisas sagradas (Êxodo 28:38). Tudo o que fazemos é manchado pelo pecado, mas nossa adoração e serviço são purgados de toda imperfeição por nosso Grande Sumo Sacerdote antes de chegarem ao Pai.

39:32–43 Quando o povo terminou o trabalho e trouxe as partes do tabernáculo a Moisés, ele as inspecionou e descobriu que todo o trabalho havia sido feito exatamente de acordo com as especificações de Deus. E Moisés abençoou o povo.

Notas Adicionais:

39.1 Como o Senhor ordenara. Esta expressão se repete sete vezes neste trecho que descreve os atavios sacerdotais (1-31). É para enfatizar que nenhum sacerdote pode vocacionar-se a si mesmo, mas tem de ser chamado por deus (Hb 4.5-6, onde se vê que o próprio Jesus não arrogou o privilégio a si mesmo).

39.7 Nas ombreiras. O ombro representava força. O poder do nosso Sumo Sacerdote está à nossa disposição.

39.10 Sárdio. Uma pedra semipreciosa de quartzo vermelho. Carbúnculo. Um quartzo opaco vermelho.

39.11 Safira. O nome hebraico quer dizer “pedra para gravar” e era dado ao lápis-lazúli. Só mais tarde foi descoberto o uso da safira, que hoje conhecemos, pois naquela época não havia jeito de cortar uma pedra tão dura, muito menos o diamante, que seria o nome antigo de outra pedra.

39.12 Jacinto. Equivalente à nossa água-marinha brasileira.

39.13 Jaspe. Quartzo verde ou jade verde, segundo o uso da época.

39.14 Segundo os seus nomes. Êx 28.9-10 fala sobre a gravação, em duas pedras de ônix, dos doze nomes das tribos de Israel, seis em cada uma e fixadas sobre as ombreiras da estola sacerdotal. A descrição em 39.6, 7 refere-se a estas pedras, enquanto os vv. 8-14 falam de doze pedras preciosas, em quatro séries, com os mesmos nomes das tribos gravados nelas e fixadas no peitoral do Sumo Sacerdote. A beleza e preciosidade dessas pedras, com os nomes do povo de Deus nelas gravados, representavam a glória para a qual Israel deveria ser transformado, como possessão exclusiva de Deus_(19.5). De uma forma semelhante os nomes dos doze apóstolos, representando a Igreja de Cristo, estão gravados nas doze pedras preciosas que são os fundamentos da Nova Jerusalém (Ap 21.14-20).

39.24 Romãs (heb rimmon). Era uma fruta muito apreciada desde os tempos mais remotos. Várias cidades da Palestina antiga tinham esse nome, por exemplo: Rimon (Js 15.32); Gate-rimon (Js 19.45) e En-rimom (Ne 11.29). Do suco da romã se fazia um refresco saboroso, das sementes um xarope e das flores um remédio adstringente. Romãs ornamentais decoraram também os capitéis das colunas do Templo de Salomão (1 Rs 7.20) e o siclo de prata que circulava em Jerusalém no segundo século a.C.

39.25 Campainhas de ouro. Estas serviam para revelar a atividade de Sumo Sacerdote quando seus movimentos no serviço de Deus e do povo não podiam ser acompanhados pela vista (cf. 28.35, nota). Cristo nos ensina a grande verdade de que no céu há manifestações de alegria se um pecador se arrepende (Lc 15.7-10). Devemos sempre lembrar que a adoração é um privilégio que nos deve alegrar profundamente (cf. Sl 100.1; Lc 24.52; At 2.46; 5.41).

39.28 Mitra. Baseado em Is 22.8 (onde no heb temos a forma verbal), pode-se deduzir que era um turbante enrolado em cima da cabeça. Sobre ela se colocará a “lâmina de ouro”, uma espécie de diadema, “coroa sagrada” (30). Foi este último artigo que tinha o significado especial, segundo 28.38 “... para que Arão leve a iniquidade...”; isto é, o Sumo Sacerdote simbolicamente levava o pecado do povo, como seu representante.

39.30 Santidade ao Senhor. Quando a coroa real se acrescenta às vestes sacerdotais, há o reconhecimento da intenção divina de fazer de Israel uma nação teocrática, governada soberanamente por Deus, através dos Seus servos escolhidos.

39.42 Segundo o Senhor ordenara. A obra de fazer o Tabernáculo era o resultado da revelação (25.40) e da inspiração divina (31.3). Esses dois aspectos atuam na obra de Cristo na formação do templo (que é a sua Igreja), o qual é constituído das almas dos fiéis e habitado por Deus (1 Pe 2.5; 1 Co 6.19-20). Não se pode compreender esta obra tão sublime, sem a revelação de Deus registrada nas sagradas Escrituras e aplicada ao nosso entendimento por obra do Espírito Santo. Depois de recebermos a revelação que nos esclarece a vontade de Deus, carecemos encher-nos do Espírito para pô-la em prática, e vivermos a mensagem de Deus, o que nos torna à Sua imagem revelada em Jesus Cristo (Cl 3.10).

39.43 A linguagem que aqui se emprega é semelhante à descrição da criação do mundo (Gn 1.31 e 2.3). Sugere que a obra sacerdotal de Cristo, simbolizada pelos vários objetos do Tabernáculo, tem a finalidade de fazer dos homens novas criaturas (2 Co 5.17).

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