Interpretação de Isaías 7

Interpretação de Isaías

Isaías 7

Sermão l. O Emanuel Rejeitado pela Sabedoria do Mundo. 7:1-25.
A. O Povo de Deus Enfrenta o Perigo. 7:1, 2.
A Síria e o Reino do Norte, Israel, formaram uma aliança contra o perigo de um império assírio reavivado, e tomaram a decisão de introduzir Judá em sua coligação, ainda que significasse depor Acaz e substituí-lo por um rei fantoche, o filho de Tabeel (veja Albright, “The Son of Tabeel”, BASOR, § 140, págs. 34, 35). Conduzindo seus exércitos nas invasões vitoriosas registradas em II Cr. 28, eles fizeram tremer de medo aos homens de Judá, mesmo em número bem menor, comandados por seu rei ímpio.

B. A Promessa do Livramento de Deus. 7:3-9.
3. Acaz inspecionou o suprimento de água da cidade preparando-se para o cerco que estava para vir (provavelmente em 735 A. C.). Deus revelou ao profeta os pensamentos exatos que passavam pela mente do rei e orientou-o a enfrentar Acaz, levando consigo o jovem Shear-Jashub, provavelmente por causa da bendita promessa contida em seu nome – Um-resto-volverá (do cativeiro).
7. Sem mencionar anteriormente os pecados não renunciados do rei, Deus, através de Isaías, fez-lhe uma promessa de livramento prático, tratando-o com benevolência, ainda que não merecida.
8. Dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído. Isto é, em cerca de 669 A. C. (computando a partir de 735). Realmente, Samaria caiu dentro de onze anos. (722 A. C.) e sua população foi deportada além da Assíria. Mas o estabelecimento de colonizadores não israelitas pelo governo parece que não aconteceu de maneira generalizada até o reinado de Assurbanipal (669-626) – um fato mencionado em Esdras 4:10, onde os imigrantes referem-se ao rei da Assíria, chamando-o de Asnapar (ou Osnapar). Com este fluxo estrangeiro, o Reino do Norte foi realmente “destruído” etnicamente, e os poucos israelitas nativos que ficaram na terra foram assimilados.
9. Aqui está implícita uma ameaça a Peca, embora não seja explícita. Observe que os judeus (vós) tinham de aceitar e confiar nesta promessa divina se quisessem “permanecer”, isto é, receber benefícios práticos do juízo derramado sobre seus aliados do norte. Se deixassem de fazê-lo, suas condições piorariam pois se tornariam súditos da Assíria.

C. A Promessa Divina Desdenhada pela Incredulidade. 7:10-12.
O Senhor ofereceu um milagre confirmatório para incentivar a fé de Acaz, convidando-o a pedir o que quisesse. Podia ser qualquer coisa entre os céus e a terra em baixo. Mas Acaz, tendo resolvido colocar sua confiança na Assíria, despediu Isaías com um pretexto hipocritamente piedoso de uma proibição generalizada em Dt. 6:16.

D. O Livramento Divino Reafirmado e a Promessa do Seu Libertador. 7:13-25.
14. Eis que a virgem conceberá. A palavra para virgem aqui foi cuidadosamente escolhida. Etimologicamente 'almâ não significa necessariamente uma virgo intacta (virgem intacta). Contudo, no uso real das Escrituras Hebraicas, só se refere a uma virgem casta e solteira (até onde o contexto o prova). Isto se encaixa bem na mãe em perspectiva mencionada nesta situação. Julgando de 8:1-4, a mãe típica era uma profetiza que veio a ser a esposa de Isaías pouco tempo depois desta profecia ter sido pronunciada. Portanto ela era uma virgem no tempo em que esta promessa foi feita. Ela serve como figura da Virgem Maria, que permaneceu virgem até mesmo depois da milagrosa conceição pelo Espírito Santo. O filho desta profetiza, de maneira correspondente, era uma figura do Emanuel Messiânico, conforme logo veremos a seguir.
15. Manteiga e mel era a dieta padrão daqueles que viviam na terra devastada que revertera em pastagens. Tal dieta o filho da profetiza deveria comer como resultado das depredações assírias, como também das depredações das nações vizinhas (cons. II Cr. 28). Leia conforme a E.R.A., quando souber, e não conforme a E.R.C., até que saiba (no hebraico, ambos os significados são admissíveis). Isto é, quando atingir a idade da responsabilidade legal (sem dúvida os doze anos de idade). Isto deveria ter acontecido em 721, após as campanhas destruidoras de Salmaneser V e Sargão. Certamente por volta de 721 Damasco foi abandonada (tendo sido capturada pela Assíria em 732) e Samaria do mesmo modo (que caiu em 722).
17. O Senhor fará vir sobre ti. Sobre Acaz e seu povo, porque recusaram-se a confiar nEle. O rei da Assíria, isto é, opressão sem paralelo e a tirania do Império Assírio. Este castigo por vir sobre Judá está detalhadamente descrito no restante do capítulo.
18. Às moscas que há no . . . Egito, e às abelhas . . . na terra da Assíria. Uma advertência sobre o encontro entre os exércitos (notadamente em Elteke em 701) das forças rivais do Egito e da Assíria. Suas tropas sem dúvida varreram toda a terra de Judá em busca de provisões e suprimentos.
20. Uma navalha alugada era o futuro rei Senaqueribe, que arrasou a maior pane de Judá em 701, destruindo quarenta e seis cidades (de acordo com seus próprios registros) e levando cativos cerca de 200.000 pessoas. Os assírios eram alugados no sentido de que foram primeiramente subornados por Acaz para intervirem no Ocidente (II Cr. 28:21).
21, 22. Aqui encontramos novamente a manteiga e mel como o alimento de sobreviventes esparsos em uma terra de campos e pomares arruinados e cidades desoladas.
23. Naturalmente em tais áreas as terras ficariam desvalorizadas e os campos reverteriam em jovens florestas nas quais seria possível caçar animais selvagens (v. 24) ou onde se poderia criar gado (v. 25).