Interpretação de Oseias 7

Oseias 7 continua a transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel, concentrando-se nos seus pecados persistentes e na decadência moral.

Os principais temas e elementos de Oseias 7 incluem:

1. Pecados de Israel: Oseias começa descrevendo os pecados generalizados de Israel, incluindo corrupção política, idolatria e decadência moral. Ele pinta o quadro de uma nação que está profundamente corrompida pelos seus pecados.

2. O Engano de Efraim: Efraim, uma tribo proeminente dentro de Israel, é apontado por seu engano e traição. Oséias acusa os líderes de Efraim de fazer alianças com nações estrangeiras, mas de fazê-lo de forma enganosa e sem considerar as consequências.

3. Falta de Arrependimento: Apesar das consequências dos seus pecados, o povo de Israel não se volta para o Senhor em arrependimento sincero. Em vez disso, eles continuam nos seus caminhos pecaminosos e os seus corações permanecem indiferentes ao chamado de Deus ao arrependimento.

4. A Compaixão de Deus: Apesar da rebelião e infidelidade do povo, há um reconhecimento da compaixão de Deus. Oséias reconhece que a ira de Deus é temperada pelo Seu amor e desejo pela restauração final de Israel.

5. A Perda da Glória: O capítulo menciona o desaparecimento da glória de Israel, indicando que a sua desobediência levou à perda do favor e da proteção de Deus.

Interpretação

Oseias 7 serve como uma continuação da mensagem mais ampla encontrada no Livro de Oséias, destacando os temas da infidelidade de Israel, o chamado de Deus ao arrependimento e as consequências do pecado persistente. Ilustra os desafios de alcançar uma nação que permanece obstinada nos seus caminhos pecaminosos, apesar da misericórdia e das advertências de Deus.

As Sementes da Destruição (Os 7.1-16)

Oséias prevê claramente o exílio de Israel (722 a.C.), embora não tenha sobrevivido para ver o acontecimento. Como ele amou Gômer para salvá-la da prostituição, assim Jeová atrairá para si o povo do seu concerto e curará suas enfermidades (Êx 15.26; Sl 103.3). A “conversa séria” que Oséias teve com sua esposa nos dias do exílio de contato físico sugere, em analogia, a “conversa séria” que Jeová expressou diante da iniqüidade de Efraim e das maldades de Samaria.' No capítulo 7, o profeta acrescenta mais itens à lista de crimes de Israel: Pois, os cercam as suas obras (2) más.

Distúrbios internos (Os 7.1-7).
Após a explicação do v. 7. 1, há uma lista dos pecados e crimes abertamente cometidos. Predominavam a mentira e os assaltos na estrada, visto que os homens não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade (2).

Com a sua malícia alegram ao rei (3). Ele é culpado porque os pecados do povo o divertem e entretêm a corte. Certos comentaristas sugerem a leitura: “Em sua maldade eles ungem reis”, indicativo da alegria pela posse de um novo rei viabilizado mediante intrigas (cf. 2 Reis 15.8-15). O texto do versículo 4 é difícil e muitos acreditam que foi copiado incorretamente, embora revele a corrupção daqueles dias. As pessoas são incré­dulas e infiéis às relações do concerto. Preste atenção nesta paráfrase do versículo 4: “Todos são adúlteros; como o forno do padeiro, que está sempre aceso — a não ser quando ele amassa o pão e deixa fermentando — assim essas pessoas estão sempre fervendo de sensualidade” (BV).

No versículo 5, o profeta fala daqueles que embebedam o rei que de nada desconfia, quando ele se reúne com os escarnecedores (os conspiradores) no dia das festividades. O dia do nosso rei fala provavelmente da comemoração anual da coroação. Ironicamente, a embriaguez do rei prepara o caminho para o seu próprio assassinato.

O versículo 6, embora relacionado com os príncipes do versículo 5, retoma a figura do forno: Porque, como um forno, aplicaram o coração, emboscando-se. Decla­ram lealdade ao rei, mas esperam até o momento oportuno. O plano secreto lhes queima o coração durante toda a noite. E pela manhã, incendeia como fogo de chama no assassinato do rei. Regicídio após regicídio (cf. 2 Reis 15).

Embora a miséria do reino fosse extrema, ninguém entre eles há que me invoque (7). “Ninguém procurava o verdadeiro remédio e clamava por Jeová, pois a capaci­dade do arrependimento em si acabara”.”

Hesitação e fraude (Os 7.8-16).
Efraim com os povos se mistura
(8). Aqui, a ideia de misturar-se com as nações não se refere ao exílio, mas é o tipo de entrosamento no qual as dez tribos aprenderam as obras dos pagãos e serviram seus ídolos. Por causa desta situação, eles eram um bolo que não foi virado. A figura incisiva diz respeito a pão assado sobre pedras em brasa ou cinzas. Caso não fosse virado, o pão ficava queimado de um lado e cru do outro, e para nada prestava. Os israelitas apóstatas serviam apenas para serem rejeitados.

A acusação continua no versículo 9: Estrangeiros lhe devoraram a força, e ele não o sabe; também as cãs se espalharam sobre ele, e não o sabe. Indicações visíveis de idade avançada em Israel são indícios de ruína veloz; e a nação israelita ignorava tudo isso.

A soberba de Israel (10) se refere ao seu comportamento arrogante e é repetição de 5.5 (ver comentários nessa passagem).

Em consequência disso, Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria (11). Ao voejar como uma pomba perdi­da, Efraim titubeia com seus pedidos de ajuda entre o Egito e a Assíria. Porém, durante todo o tempo Israel não percebeu que caíra no poder da Assíria pela rede (12) de Jeová. Deus usava esta poderosa nação como meio de julgamento contra seu povo, conforme o que eles têm ouvido na sua congregação (i.e., de acordo com os avisos já constantes na lei: Lv 26.14-44; Dt 28.15-68).

Ai deles, porque fugiram (voaram) de mim (13). Fugiram (nadad), verbo que é aplicado ao voo dos pássaros, lembra as figuras da pomba nos versículos 11 e 12. Eu os remi, mas disseram mentiras contra mim, e agora não vou remi-los de novo. 25

Nos versículos 14 a 16, Oseias continua a descrever a situação difícil de Israel em face do julgamento. E não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas (14). O Senhor acusa os israelitas de hipocrisia; o clamor não vinha do coração. Depois de clamar no aperto da situação difícil, para o trigo e para o vinho eles afluem em multidão (hithgorer) e contra mim se rebelam. O significado foi parafraseado assim: “Adoram deuses estranhos, para pedirem boas colheitas e muitas riquezas” (BV).

O Senhor não fala apenas de castigo, mas de instrução e ajuda em vista do mal contra Ele (15). Deus lhes ensinou e fortaleceu os braços, ou seja, instruiu-os e lhes deu poder para lutar e obter vitórias sobre os inimigos A linguagem alegórica do versículo 16 resume a atitude fraudulenta da nação. 26 0 arco enganador é um instrumento no qual o arqueiro não confia. Assim Deus não acredita em Israel. A violência da sua língua alude às mentiras que proferiram. Por causa da queda dos príncipes os israelitas foram escarnecidos na terra do Egito. Foram ridicularizados porque tinham se vangloriado de serem fortes, mas caíram diante da Assíria.

O julgamento de Deus sobre o pecado de Israel serve para fazer uma exposição inspiradora: 1) O conhecimento de Deus, do pecado, 2; 2) O impulso mortal do pecado, 9; 3) A autocondenação do pecado, 10; 4) A falsidade do pecado, 16; 5) A redenção de Deus rejeitada, 13; 6) O julgamento de Deus sobre o pecado, 12.

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