Ofensa — Estudos Bíblicos
OFENSA
Essa é uma das muitas
palavras que a Bíblia, em sua tradução portuguesa, usa para indicar algum
pecado. Entretanto, existem outros usos do vocábulo, segundo fica
ilustrado nos comentários abaixo:
1. Definição. “Ofender”
é afrontar, ultrajar: é traspassar um limite, e violação” é cometer
um erro, um crime; é fazer tropeçar; é pôr obstáculo no caminho de alguém,
procurando entravá-lo.
2. No Antigo
Testamento
a. Mikshol. “obstáculo”,
“chamariz” (I Sam. 25:31; Isa. 8:14).
b. Chet, “crime”,
ou a penalidade resultante de um crime (Ecl. 10:4).
c. Ashem, “reconhecer-se
culpado” (Osé. 5:15; Jer. 2:3; 50:7; Eze. 25:12; Osé. 4:15; 13:1; Hab.
1:11).
d. Chata “errar o
alvo” (Gên. 20:9; 40:1; II Reis 18:14; Jer. 17:18).
3. No Novo Testamento
a. Próskoma, “pedra
de escândalo”, “pedra de tropeço” (Rom. 9:32,33 (citando Isa. 8:14; cf. 28:16);
14:13,20; I Cor. 8:9; I Ped. 2:8). Proskopé é forma variante (II
Cor. 6:3). O verbo, proskópto, é “tropeçar” (Mat. 4:5 (citando 91:12),
7:27; Luc. 4:11; João 11:9,10; Rom. 9:32; 14:21; I Ped. 2:8).
b. Paráptoma, “desvio
para um lado” (Mat. 6:14,15; Mar. 11:25,26; Rom. 4:25; 5:15-18,20; 11:11,12;
II Cor. 5:19, Gál. 6:1; Efé. 1:7; 2:1,5; Col. 2:13). Está em foco um
desvio na conduta ou em relação à verdade, algo feito como não deve ser
feito.
c. Skândalon, “armadilha”,
“tropeço”. Ver Mat. 13:41; 16:23; 18:7, Luc. 17:1; Rom. 9:33 (citando Isa.
8:14, cf. 28:16); 11:9 (citando Sal. 69:23); 14:13; 16:17; I Cor. 1:23; Gál.
5:11; I Ped. 2:8; I João 2:10; Apo. 2:14. O verbo, skandalízo,
ainda é mais frequente: Mat. 5:29,30; 11:6; 13:21,57; 15:12; 17:27; 18:6,8,9;
24:10; 26:31,33; Mar. 4:17; 6:3; 9:42,43,45,47; 14:27,29; Luc. 7:23; 17:2;
João 6:61; 16:1; Rom. 14:21,1 Cor. 8:13; II Cor. 11:29.
O ministério de Jesus foi
um tropeço para os seus contemporâneos religiosos (Mar. 6:3), mormente os
fariseus (Mat. 15:12), e, ocasionalmente, até para os seus discípulos (Mar.
14:27). Declarou
Jesus: “E bem-aventurado
é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mat. 11:6). Os pioneiros da
fé sempre fazem os irmãos menores e os céticos se ofenderem, tomando-se,
assim, impedimentos. Há impedimentos que são pecaminosos, pois atuam como
armadilhas, que apanham suas vitimas. Mas também existe a ofensa da cruz
(Gál. 5:11). Uma espiritualidade séria requer a remoção de impedimentos que
ofendem. Se nosso olho direito nos ofende, que o arranquemos (Mat. 5:29).
Outro tanto foi dito, metaforicamente, acerca da mão e do pé (Mar. 9:43-47).
Isso ilustra a seriedade do discipulado cristão. Há uma advertência feita
àqueles que causam escândalo ou levam os crentes recém-convertidos a se
ofenderem (Mat. 18:6). O ministério de Cristo, que foi um gênio criativo,
necessariamente criava reações contrárias, por parte de muitos. Alguns se
sentiam ofendidos ou eram levados a tropeçar, segundo também
Isaías predisse que sucederia. E os trechos neotestamentários de I Ped.
2:8 e Rom. 9:33 reiteram a ideia, aplicando-a ao contexto histórico.
A liberdade
cristã ocupa posição importante nessa questão das
ofensas. 0 apóstolo Paulo recomendou que os crentes usassem de amor
fraternal e de sacrifício pessoal. Aquele que não tem escrúpulos
precisa respeitar as opiniões dos outros e não causar ofensa ou escândalo
(Rom. 14; 15:1,2).