Vassalo — Estudos Bíblicos
VASSALO
Nas Escrituras, a ideia de vassalagem aparece em
Lamentações 1:1, que lamenta a sorte da cidade de Jerusalém, onde se lê: “...(outrora)
princesa entre as províncias, ficou sujeita a trabalhos forçados!”
Portanto, esse foi o estado de servidão ou vassalagem a que os invasores
babilônicos reduziram os habitantes de Jerusalém. No original hebraico,
essa idéia é transmitida por meio da palavra mas, “tributário”.
Todavia, não se deve pensar em uma vassalagem semelhante àquela que prevaleceu
durante a Idade Média, em que o senhor de terras protegia militarmente aos que
o serviam, presos à terra.
O que está envolvido, no caso dos exilados judeus, é
uma queda na escala social. Antes livres, governados por seus próprios
reis, os judeus perderam a liberdade e foram exilados para o estrangeiro.
Isso já havia acontecido, cerca de um século e meio
antes, com o reino do norte, Israel. Menaém e Oseias, reis de Israel, no
período imediatamente anterior à queda da capital desse reino, Samaria
(o que ocorreu em 722 A.C.), haviam sido forçados a reconhecer
a soberania da Assíria. Por semelhante modo, quase todos os monarcas do
reino do sul, Judá, a partir de Acaz até à queda de Jerusalém (o que
sucedeu em 586 A.C.), se tornaram vassalos, primeiramente da Assíria, e,
finalmente, da Babilônia.
Além disso, durante o período da dominação persa
sobre Judá, homens como Zorobabel e Neemias foram meros
governantes vassalos da Pérsia, com o título de “governadores”. Assim,
excetuando durante o breve governo da Judeia pelos Macabeus (vide),
a história inteira subseqüente dos judeus foi uma história de
vassalagem— ou aos egípcios, ou aos sírios ou, finalmente, aos romanos.
Os monarcas que se tornavam vassalos de outros
monarcas gozavam de uma suficiente dignidade e de riquezas. Não obstante, eram
forçados a pagar tributo aos poderes dos quais eram dependentes. Além
disso, só permaneciam em seus postos de governo enquanto assim o quisesse
o capricho de seus senhores. Ver também o artigo intitulado Tributo.
Após tantos séculos de dispersão (desde 70 D.C. até
1948 — portanto, mil oitocentos e setenta e oito anos) finalmente, foi
formado o estado de Israel, graças a esforços de grandes líderes do
movimento sionista (vide), com o apoio das Nações Unidas. Não se
pode dizer que o moderno estado de Israel vive em estado de
vassalagem para quem quer que seja; mas é inegável que só
sobrevive—circundado pelos árabes, que lhe são quase cinquenta vezes
superiores em número—devido à tutela de certas nações ocidentais,
mormente os Estados Unidos da América.
Quando do surgimento do anticristo , este proporá a
Israel uma proteção segura, estabelecendo com essa nação um acordo que
terá a vigência prevista de sete anos. Porém, na metade desse período,
o anticristo haverá de romper o seu próprio acordo com Israel. E
de protetor, passará a ser o mais cruel de todos os perseguidores
que os descendentes Básicos de Abraão já tiveram. O Senhor Jesus retrata
essa perseguição com as seguintes palavras: “Quando, porém, virdes
Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes; os que se encontrarem
dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela.
Porque estes dias são de vingança para se cumprir tudo o que está escrito. Ai
das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque
haverá grande aflição na terra, e ira contra este povo. Cairão ao fio
da espada e serão levados cativos para todas as nações; até que
os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Luc.
21:20-24). Entretanto, por ocasião do retorno de Jesus Cristo, tudo isso
chegará ao fim. Por isso mesmo, ele ajuntou, pouco adiante: “Ora, ao começarem
estas cousas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças, porque a vossa
redenção se aproxima” (Luc. 21:28). E nunca mais o povo de Israel se
encontrará em estado de vassalagem.