Índice: Apocalipse 1 Apocalipse 2 Apocalipse 3 Apocalipse 4 Apocalipse 5 Apocalipse 6 Apocalipse 7 Apocalipse 8 Apocalipse 9 Apocalipse 10 Apocalipse 11 Apocalipse 12 Apocalipse 13 Apocalipse 14 Apocalipse 15 Apocalipse 16 Apocalipse 17 Apocalipse 18 Apocalipse 19 Apocalipse 20 Apocalipse 21 Apocalipse 22
7) O sétimo selo:
Preparação para as trombetas (8.1-5)
A expectativa terrível do
sexto selo (6.15-17) deve se realizar quando o sétimo selo for aberto, v.
1. houve silêncio nos céus cerca de meia hora: “Meia hora” é a
duração do silêncio como pareceu à percepção de João na visão. Todo o
céu espera ansioso o ato final do juízo divino, v. 2. os sete anjos que
se acham em pé diante de Deus: Gabriel se identifica como
um deles (Lc 1.19); cf. Tobias 12.15, em que Rafael se descreve como
“um dos sete santos anjos que apresentam as orações dos santos e estão em
pé na presença da glória do Santo”. Os nomes de todos os sete aparecem em
1 Enoque 20.2-8 como sendo Uriel, Rafael, Raguel, Miguel, Sarieí, Gabriel e
Remiel: “os nomes dos arcanjos são sete”, a eles foram dadas sete
trombetas: Assim como o ano novo judaico era iniciado com o
toque das trombetas (Lv 23.24; Nm 29.1), o dia do Senhor é anunciado
pelos toques escatológicos das trombetas (cf. Is 27.13; J1 2.1; Mt
24.31; lGo 15.52; lTs 4.16). v. 3. Outro anjo [...] aproximou-se
e se colocou em pé junto ao altar. Acerca do altar, cf. 6.9. A ele
foi dado muito incenso para oferecer com as orações de todos
os santos'. Melhor seria: “A ele foi dado muito incenso para
oferecer que consistia nas orações de todos os santos”. Assim, no v. 4 a fumaça
do incenso consiste nas orações dos santos. A preposição “com”
representa o caso dativo no grego, que, no entanto, é usado nesses dois
versículos como o equivalente do hebraico le de definição. Em 5.8,
o incenso é identificado com “as orações dos santos”, e assim é
também aqui. v. 5. o anjo pegou o incensário, encheu-o com fogo do
altar e lançou-o sobre a terra\ Assim, em Ez 10.2ss, depois de os
piedosos serem selados em Jerusalém, carvão aceso é tomado do trono móvel
de Deus (cf. Ez 1.13) e espalhado sobre a cidade. Mas aqui são as orações
dos santos que caem como juízo sobre a terra: o grito “Até quando?”
de 6.10 é finalmente respondido. trovões, vozes, relâmpagos e um
terremoto'. Assim como as coisas que marcaram a teofania no Sinai (Êx
19.16ss); v. comentário de 4.5.
V. AS SETE TROMBETAS SÃO
TOCADAS (8.6—11.19)
As primeiras quatro
trombetas são tocadas em rápida sucessão, e cada uma libera sobre a
humanidade uma praga que tem paralelo na narrativa de Êxodo com suas
pragas no Egito, mas de efeitos mais mortais. As últimas duas trombetas
anunciam calamidades ainda mais terríveis, os três “Ais” do v. 13.
A quinta e a sexta incluem não meros desastres naturais, como as
primeiras quatro, mas ataques demoníacos contra a raça humana. A sétima
trombeta, como o sétimo selo, é precedida de um interlúdio, granizo e fogo
misturado com sangue (v. 7), que seguem a primeira trombeta, podem ser
comparados à sétima praga do Egito (Êx 9.22ss); a mistura de sangue pode
ter sido sugerida pelo fenômeno climático das terras do Mediterrâneo (H.
B. Swete), mas é mais provável que seja um prodígio puramente apocalíptico (cf.
J1 2.30, “sangue, fogo...”). O grande monte em chamas, que foi
lançado ao mar quando tocou a segunda trombeta (v. 8), assim que Um
terço do mar transformou-se em sangue (v. 8), lembra a primeira
praga do Egito (Êx 7.17ss), mas a natureza impotável da água, que é a
característica da primeira praga no Egito (Êx 7.24), encontra o seu
paralelo no efeito da grande estrela chamada Absinto (gr. apsinthos),
que caiu sobre um terço dos rios e das fontes de águas depois
do terceiro toque da trombeta (v. 10, 11). A escuridão que segue o quarto toque
da trombeta lembra a nona praga do Egito (Êx 10.21ss); não é causada, no
entanto, por mera tempestade de areia como a escuridão do Egito, que
pode ser sentida, mas por um distúrbio dos luminares celestes (cf. Lc
21.25, 26). Essas quatro pragas destroem um terço respectivamente da
terra, do mar, das águas e da luz natural.
Esses quatro castigos nos
lembram que o pecado do homem pode afetar, e realmente afeta, o restante
da criação de forma tal que isso se volta de maneira desastrosa contra
a sua própria vida. João teria concordado com tudo que Paulo disse
acerca da sujeição da criação à frustração e decadência (Rm 8.20,
21), e mais tarde ele
expressa a mesma esperança como a de Paulo por essa “revelação dos filhos de
Deus” que vai liberar a criação da sua sujeição, quando vislumbra a
manifestação da nova Jerusalém, a comunidade glorificada do povo de Deus,
acompanhada da aparição dos “novos céus e nova terra” (Ap 21.1,2). Mas
primeiro o castigo precisa se realizar até o seu amargo fim.
Os três “ais” (8.13)
Não é somente no ambiente
natural do homem que a repercussão do seu pecado é sentida; esse mesmo
pecado desencadeia forças demoníacas, incontroláveis pelo homem, que
trazem aflição após aflição sobre ele. É isso que é simbolizado nos
castigos que seguem os toques das trombetas seguintes, precedidas pelo Ai,
ai, ai proclamado contra os que habitam na terra (v.
comentário de 3.10) pela águia que voava pelo meio do céu (v.
13). Aguia, e não “anjo”, é a leitura mais bem fundamentada aqui;
uma águia como mensageiro celestial, embora não encontrada no
restante das Escrituras canônicas, aparece em outros escritos
apocalípticos (cf. 2Esdras 11.1) e nos apócrifos cristãos. Que cada
um dos três “ais” anunciados pela águia é uma referência a uma das
três trombetas que faltam fica claro em 9.12 e 11.14.
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