Estudo sobre os Edomitas


EDOMITAS

Descendentes de Edom, ou de Esaú, Gn 36:1-69, justamente com outros que a eles se ajuntaram. Logo no tempo em que Jacó voltou da Mesopotâmia, Esaú havia ocupado a terra de Edom, Gn 32:3; 36:6-8; Dt 2:4, 5; Js 24:4, depois de haver expulsado os horitas, e seus aborígenes (comp. Gn 14:6; 36:20-30; Dt 2:12, 22).
Os edomitas parece que eram governados por chefes de tribo, chamados duques, espécie de sheiks árabes, Gn 36:15-19, 40, 43; 1 Cr 1:51-54. Antes do estabelecimento da monarquia israelita, estavam sob o regime monárquico, Gn 36:31-39; 1 Cr 1:43-51. Quando os israelitas se aproximavam de Canaã, pediram licença ao rei de Edom para atravessarem o seu território sob a promessa de não lhe causarem dano algum. A licença foi negada e além disto ainda se preparou para combate, no caso em que tentassem a passagem. E porque os edomitas eram descendentes de Abraão, os israelitas foram proibidos de lhes fazer guerra,  deram volta pelo país de Edom, Nm 20:14-21.
Apesar de sua hostilidade, a lei mosaica conferia direitos de irmandade aos edomitas até a terceira geração, Dt 23:7, 8, direito este, negado aos moabitas, aos amonitas e seus descendentes até à décima geração, Dt 23:3-6.
Saul combateu os edomitas, 1 Sm 14:47,  Davi ocupou militarmente o país depois de conquistá-lo, 1 Cr 18:13; título do Sl 69; 2 Sm 8:13, 14, onde o vocábulo sírio é erro do copista que confundiu a letra daleth com resh. A conquista foi anunciada por Balaão, Nm 24:18, Joabe, general-chefe das forças de Davi, permaneceu seis meses em Edom, durante cujo tempo foram mortos todos os varões edomitas, 1 Rs 11:15, 16. Neste tempo, Adade um dos príncipes amonitas, escapou com alguns de seus servos,  refugiou-se no Egito, vindo a ser um dos mais encarniçados inimigos de Salomão, 1 Rs 14:22. Depois da morte de Acabe, rei de Israel, e durante o reinado de Josafá, rei de Judá, os edomitas ligaram-se com os amonitas,  com os moabitas e invadiram o reino de Judá. Por um erro de observação, tomando-se por inimigos, mataram-se uns aos outros, 2 Cr 20:22-30. Josafá, reduziu o país às condições anteriores de sujeição, 1 Rs 22:47. Depois disto, os edomitas auxiliaram os reis de Israel e de Judá na guerra contra Mesa, rei de Moabe, 2 Rs 3:4-27. No reinado de Jorão, rei de Judá, e do filho e sucessor de Josafá, os edomitas revoltaram-se. Jorão derrotou-os em campo aberto, mas não conseguiu subjugá-los, 2 Rs 8:20-22; 2 Cr 21:8-10. O rei Amazias foi mais bem sucedido; matou 10.000 edomitas no Vale das Salinas, tomou a capital Sela e matou mais outros dez mil, lançando-os do cima de um rochedo, 2 Rs 14:7; 2 Cr 25:11, 12. No reinado de Acaz, quando o país foi atacado per Pecá e Razim, os edomitas invadiram Judá, fazendo cativos, 2 Cr 28:17,  bateram palmas quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém, Sl 137:7. Os profetas predisseram as calamidades que haviam de vir sobre Edom, por causa de sua inimizade contra Israel, Ez 35:5, 6, anunciando ao mesmo tempo, a sua incorporação ao reino de Deus, Jr 49:7-22; Lm 4:21, 22; Ez 25:12-14; 35:15; Jl 3:19; Am 9:12; Ob 1-21.
O cativeiro das duas tribos despovoou o território de Judá; os edomitas aproveitaram-se desta circunstância para invadir o reino, indo até  Hebrom, sendo suplantados no Monte Seir pelos árabes nabateus (Vide Nabaiote). Judas Macabeu retomou Hebrom e as demais cidades que os edomitas haviam ocupado, 1 Mac 5:65; Antig.  12:8, 6. João Hircano obrigou os edomitas a se fazerem circuncidar e os incorporou ao povo judeu, Antig.  13:9, 1. Os Herodes eram idumeus, isto é, edomitas. Muitos dos zelotas que tomaram parte na defesa de Jerusalém contra os romanos,  que eram tão perigosos como os próprios inimigos, pertenciam ao povo ldumeu. Posteriormente o nome deste povo poucas vezes aparece na história.