Interpretação de Deuteronômio 11

Deuteronômio 11

11:1-7. A obrigação de amar o Senhor (v. 1) é um refrão conexivo em 10:12–11:32. Depois de “considerai hoje” (v. 2), vem uma observação em parêntesis, que faz ver que a intimação para a decisão convencional não era para os filhos nascidos no deserto. Era, antes, para aqueles que tinham nascido no Egito e viram os grandes atos divinos de julgamento no passado (v. 7).

11:2 O objeto de considerar é a disciplina do Senhor vosso Deus, a grandeza, etc. Israel fora disciplinado para reverenciar o Senhor como o Juiz, com o qual tinha de travar conhecimento através da experiência do julgamento dos seus inimigos (vs. 2-4) e de si mesmo (vs. 5, 6). Os israelitas sabiam, portanto, que Seu juízo era todo-poderoso, de modo que os mais poderosos na terra não podiam evitá-lo; e era imparcialmente justo, de modo que até o povo de Sua aliança não se atrevia a tomar liberdades com a sua eleição.

11:6. O que fez a Datã e a Abirão. Veja Números 16, especialmente os versículos 31-33. O silêncio de Moisés a respeito do rebelde Coré foi possivelmente em deferência dos sobreviventes levitas da família de Coré (Nm. 26; 11).

11:8-17 Relativamente ao futuro de Israel, Moisés também aduziu motivos para a obediência.

11:8, 9. Para que... possuais a terra... prolongueis os dias. Em relação à posse de Israel na terra de acordo com sua fidelidade à aliança, veja comentários sobre 6:1-3. Ao contrário do Egito, com sua agricultura irrigada, Canaã dependia claramente das bênçãos diretas de Deus para produzir fruto (vs. 11, 12; cons. 8:7 e segs.); e nesta esfera o justo juízo de Deus em relação à conduta de Israel seria registrado (vs. 13-17).

11:13, 14. Se diligentemente obedecerdes... darei as chuvas. A prosperidade dependeria das devidas condições ambientais pelo ano afora (cons. 12b), tendo especial importância o início da estação chuvosa no outono e a devida extensão das últimas chuvas na primavera. O próprio estado da natureza serviria assim de constante e sensível barômetro do comportamento de Israel diante do Senhor. Portanto, Israel devia se prevenir contra os perigos espirituais da abundância material (vs, 14b,15).

11:16. Guardai-vos. Pois a abundância pode se transformar em seca, fome e morte com uma simples palavra do Senhor, o Juiz imparcial e todo-poderoso sob cujo comando até a terra se abrira para engolir os israelitas Datã e Abirão (vs. 15-17; cons. 11:6; 6:11-15; 8:11-20).

11:18-25 Considerando que as nações, e também a natureza, estão sob o controle absoluto do Senhor, elas constituíam outro agente no controle dos Seus vassalos israelitas.

11:18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração. Cons. 6:6-9. A fidelidade de geração em geração resultaria na perpetuação da posse que Israel tinha da terra prometida como os dias do céu acima da terra (v.21); isto é, enquanto os céus durassem sobre a terra, ou, resumindo, para todo o sempre (cons. Sl. 72:5, 7, 17; 89:29). Através do mesmo sinal, a infidelidade levaria ao fim da posse.

11:22, 23. Se... O sucesso no estipulado programa de conquista (vs. 23-25; cons. 7:1,2,17 e segs.; 9:1 e segs.) dependeria primeira e finalmente não da perícia militar mas da submissão religiosa. O cumprimento do grande mandamento seria abençoado com a herança da terra da promessa até suas fronteiras mais distantes: do deserto da península do Sinai ao sul até as montanhas do Líbano ao norte, e do Eufrates a leste até o Mediterrâneo ao oeste (v.24; cons. 1:7; Gn. 15:18).

11:26. A bênção e a maldição. Eis aí a essência e a conclusão de todo o assunto (vs. 26-28). A soberania do Senhor, declarada na aliança agora renovada com Israel, podia se manifestar em bênçãos ou maldição (cons. caps. 28; 30:15-20). Israel devia decidir qual delas preferia. Este duplo aspecto e desafio, que Moisés colocou diante de Israel naquele dia em Moabe, ser-lhes-ia novamente apresentado por Josué do outro lado do Jordão em Canaã, para que a nação tivesse o cuidado de obedecer a Deus e viver (11:29-32). A transição da liderança mosaica para a de Josué assim marcada por um ritual de renovação em dois estágios, o que exibiria a continuidade da liderança divina definitiva. Este arranjo era o equivalente das medidas tomadas nos tratados feitos com vassalos pelos suseranos humanos, a fim de garantir sucessão dinástica nos seus tronos. Vaia em Deuteronômio 27 orientação mais detalhada em relação ao segundo estágio da cerimônia a ser realizada no Monte Gerizim e no Monte Ebal (cons. Js. 8:30-35).

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