Interpretação de Deuteronômio 13
Deuteronômio 13
Resistência
à Apostasia. 13:1-18.
Nos antigos tratados de suserania requeria-se do
vassalo que ele não tivesse conivência com quem falasse mal do suserano, quer
se tratasse de uma afronta ou uma conspiração. O vassalo devia transmitir o
insulto ou a fomentação da revolta. Em caso de rebelião ativa, devia tomar
medidas militares contra os ofensores. Mais ainda, devia manifestar fidelidade
ao seu senhor em tais casos, fosse quem fosse o rebelde, um príncipe ou parente
próximo. Tudo isto encontra seu correlativo formal em Deuteronômio
13. Quanto ao estilo o capítulo foi moldado na forma casuística, característica
dos antigos códigos legais, mas também de algumas estipulações pactuais. Três
casos de rebelião contra o Senhor são examinados. Os dois primeiros se
relacionam com a instigação, as partes culpadas sendo reivindicantes de terem
recebido revelação com sinais (vs. 1-5) e o parente mais próximo ou amigo do
vassalo (vs. 6-11). O terceiro caso se relaciona com uma cidade que foi
engodada a rebelar-se contra o Senhor e é culpada de estar servindo a ídolos
(vs. 12-18).
1-5. (Bíblia Heb., vs. 2-6).
1. Profeta ou sonhador. Insinuação da instituição profética a ser
estabelecida em Israel já fora dada. A auto-revelação de Deus aos profetas
seria por meio de visão e sonho (Nm. 12:5; cons. Dt. 18:15 e segs.). Mesmo se
alguém com impressionantes credenciais comprovando que era um canal da
revelação (1b, 2a) incitasse Israel a declarar fidelidade e tributo a outros
deuses (2b; cons. 3b, 5b), seu conselho devia ser desprezado (3a; cons. Gl.
1:8, 9).
2. E suceder o tal sinal ou prodígio. Ambos os termos podem se referir a um
acontecimento que é, em si mesmo, normal ou extraordinário. Aqui eles se
referem, ao que parece, a um acontecimento predito, não necessariamente
milagroso, que se realizou. O cumprimento da predição é então proclamado como
um sinal de genuína vocação e autoridade profética. E disser (v. 2) deve
ser tomado junto com quando . . . se levantar (v. 1). O padrão de vida e
culto de Israel era revelação de Deus através de Moisés, escrita ou falada; a
exigência fundamental, portanto, era fidelidade exclusiva ao senhor – andareis
após o Senhor (v. 4). A fim de testar a obediência de Israel com referência
a esta estipulação suprema, Deus permitiria que o friso profeta se apresentasse
(v. 3b). E já que este último aconselhada Israel a repudiar aquela exigência, a
própria essência da aliança (cons. 6:4, 5; Êx. 20:3), a penalidade máxima lhe
era prescrita – esse profeta . . . será morto (v. 5). Observe as
citações do preâmbulo de prólogo histórico das tábuas da aliança (cons. Êx.
20:2). A execução do instigador à traição “eliminaria” o mal do meio de Israel,
o qual, se permanecesse e se alastrasse, resultaria na eliminação de muitos em
Israel (cons. Dt. 13:12 e segs. esp. v. 16; 17:12; 19:11-13; 21:18-21;
22:21-24; 24:7).
6-11. (Bíblia Heb. 7-12). Tão eficiente como o maravilhoso sinal da serpente
falante, com suas declarações oraculares, no caso da sedução de Eva foi a
coação pela qual Eva subseqüentemente tentou Adão por causa do seu afeto por
ela, a esposa do seu amor, a amada de sua alma.
6. Se teu irmão. . . te incitar em segredo. A sutilidade da tentação neste caso
contrasta com o convite público do falso profeta (cons. v. l e segs.) e
tornaria fácil esconder o pecado da pessoa amada fugindo à responsabilidade
judicial sem revelação. Mas, como no caso dos tratados internacionais, qualquer
omissão em denunciar “as más palavras” e as conspirações rebeldes seda uma
brecha na aliança de Deus.
8. Não o olharás com piedade. A reivindicação da aliança é amar o
Senhor nosso Deus, embora rito signifique odiar os pais e os irmãos, a esposa e
os filhos, e até a própria vida (cons. Lc. 14:26). Portanto, aquele que mais
querido fosse ao servo da aliança, devia ser tão severamente julgado quanto o
falso profeta, se ele ou ela pretendesse ser desleal ao Senhor.
9. Certamente o matarás. Para o procedimento judicial em vista,
veja 17:7. Um benefício importante na execução da sentença divina seda o
impacto admoestativo sobre Israel, impedindo futura apostasia (v. 11; cons.
17:13; 19: 20; 21:21).
12-18. (Bíblia Heb., 13-19). Se as estipulações dos versículos precedentes não
fossem vigorosamente executadas, a rebelião se espalharia do indivíduo para a
comunidade, uma situação que exigiria uma decisão e ação judicial ainda mais
difícil do que a prescrita aqui.
13. Homens malignos (E.R.A.) e filhos de Belial (E.R.C.) são
traduções de uma expressão diversamente entendida como filhos da inutilidade,
ou desordem, ou maldade, ou Sheol. É assim que Deus vê aqueles sedutores à
idolatria que se colocam diante dos homens como profetas impressionantes ou
parentes mais queridos. Caso houvesse o veredito de culpa (v.14), a sentença
seda a aplicação do anátema (v. 15 e segs.; cons. comentários sobre 7:1-5).
15. Ferirás. . . os moradores daquela cidade. Aceitando a abominação de Canaã, a cidade
israelita se tomaria uma abominação; ficaria igual à Jericó cananita e devia
partilhar de seu destino maldito pelo fogo e pela espada. O divino Suserano,
como os senhores humanos em seus tratados antigos, impôs regulamentos relativamente
ao despojo que viria cair nas mãos dos seus vassalos em uma campanha punitiva.
No presente exemplo, foi feita a incomum exigência de que todo o despojo fosse
acrescentado ao holocausto através do qual a cidade amaldiçoada se tornaria uma
perfeita oferta queimada para louvor da justiça e ira de Deus.
16.
Montão perpétuo. O hebraico tel indica um
monte abandonado produzido pela acumulação de entulhos em sucessivas ocupações
de um sítio. A experiência de Israel no caso de Acã (Js. 7; 8) exemplificou
ambos, o perigo de violar a lei dos despojos em Dt. 13:16,17 e a fidelidade do
Senhor na promessa dos versículos 17b, 18.
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