Interpretação de Deuteronômio 2
Deuteronômio 2
Depois, conforme Deus ordenou (1:40; cons. Nm.
14:25), peregrinaram na direção de suas sepulturas no deserto (2:1a). Assim o
tempo se esgotou na região ao sudoeste de Edom até o quadragésimo ano (2b;
cons. 2:14-16).
B.
Avançando para Arnom. 2:2-23.
2-8. Cons. Nm. 20:14-21.
3b. Virai-vos para o norte. A ordem divina de avançar sobre Canaã
dada à geração anterior (cons. 2:14-16), agora foi repetida. A respeito do
caminho, aparentemente contornando o norte de Edom e através do caminho de
Arabá que vai do Golfo de Ácaba até o Mar Morto, veja Nm. 20: 21 e segs.;
21:1-12; 33:36-44. Incerteza quanto à rota surge de nossa incapacidade de
identificar muitos dos sítios, mas não é provável que 2:8 ou Nm. 21:4 se
refiram a um desvio para o sul tão distante como o Golfo de Ácaba, fazendo
parte de um contorno do Monte Seir.
4. Eles terão medo de vós. O temor que Esaú tinha de Israel
(contraste com Gn. 32:3 e segs.) foi demonstrado pelo bloqueio de Seir (Nm.
20:20).
5. Não vos entremetais com eles. A luta pela primogenitura já fora há
muito resolvida; Canaã era de Jacó. Contudo, Esaú também tinha a sua possessão,
no Monte Seir (cons. Gn. 36), e Israel ficou proibida de lutar por ela. (Veja
Dt. 23:7,8 em relação à posição relativamente privilegiada dos edomitas na assembléia
de Israel.) Quando a política ditada pelo Senhor foi seguida, os edomitas
recusaram-lhe passagem através de suas terras, compelindo assim Israel a
contornar suas fronteiras (v. 8; cons. Nm. 20:14 e segs.). A passagem de
Números não diz que os edomitas recusaram-se a vender provisões aos israelitas,
uma vez que Israel concordou em contornar Edom. Além disso, Dt. 2:6 e 29 não
declaram explicitamente que Edom tenha vendido provisões a Israel. Pois até
mesmo 2:29a possivelmente se refere à última cláusula do versículo 28 (cons.
2:29b com 23:3, 4). Portanto não há contradição entre Números e Deuteronômio
neste assunto.
7. Coisa nenhuma te faltou. Este versículo é mais um lembrete das
benevolências passadas concedidas por Deus a Israel, mesmo durante a execução
do seu julgamento do exílio (cons. 32:1 por exemplo).
9-23. Logo a seguir Israel entrou em contato com os descendentes de Ló, o
sobrinho de Abraão, os moabitas e amonitas (Gn. 19:37, 38).
9. Não molestes a Moabe. Embora estes grupos não desfrutassem do
privilégio dos edomitas de participar da assembléia de Israel (23:3 e segs.),
também tinham possessões pelas quais Israel não devia lutar (cons. 5, 19). Cada
uma destas nações desapossara um povo de gigantes semelhantes aos enaquins,
geralmente conhecidos por refains, mas chamados de emins pelos moabitas (vs.
10,11) e zanzumins pelos amonitas (vs. 20, 21; cons. Gn. 14:5). A tribo de
Enaque está mencionada nos textos das maldições egípcias e os refains nos
textos administrativos ugaríticos.
12. O horeus também habitavam outrora em Seir. Em conexão com as aquisições
territoriais de cada nação, nota-se que semelhantemente o Senhor desapossou os
primitivos horeus, habitantes de Seir, em favor dos edomitas (cons. 5b,22),
Também, em cada caso faz-se uma comparação adicional ; respectivamente, a
concessão de uma herança a Israel pelo Senhor (v.12b) e a desapropriação dos
aveus pelos caftorins (v. 23). Se a observação relativa à herança de Israel não
foi anexada por algum oficial anônimo, como aquela que evidentemente completou
o documento deuteronômico após a morte de Moisés, então sem dúvida se refere à
conquista da Transjordânia.
Através de todas essas observações históricas,
Israel, o servo da aliança, foi avisado que o Senhor tinha uma hegemonia sobre
o território da terra prometida. Em Sua providência que tudo controla, Ele
desapossara grandes nações repetidamente – até mesmo os enaquins, cuja presença
em Canaã amedrontara Israel até à rebelião contra o Senhor, uma geração antes
(cons. 1:28; 2:14,15). E o Senhor o fizera em benefício de diversos povos que
desfrutavam de tal status especial de vocação eletiva igual ao que Israel
desfrutava. Com que confiança, portanto, Israel deveria obedecer às ordens do
Senhor, levantando-se (v.13) e atravessando os ribeiros de Zerede e Arnom (v.
24), e logo mais o Jordão (cons. 1:28, 1:2). Veja Amós 9: 7, onde há outra
lição extraída desta data histórica. O Zerede delineava os limites ao sul de
Moabe, ao longo de cuja fronteira oriental Israel passou, aproximando-se assim
das fronteiras de Amom, que ficavam a leste e norte de Moabe (Dt. 2:18,19;
cons. 8b; Nm. 21:11 e segs.).
C.
Conquista da Transjordânia. 2:24 – 3:29.
Atravessando o Arnom (2:24), a fronteira setentrional
de Moabe, Israel encontraria os amorreus. Siom, o amorreu, governava desde o
Arnom até o Jaboque (2:36; cons. Nm. 21:24), tendo a sua capital em Hesbom
(2:26), e Ogue, o amorreu (cons. 3:8) governava desde o Jaboque no norte de
Gileade e Basã até o Monte Hermom (3:4,8.10; cons. 3:13; Is. 12:5). Os amorreus
não estavam protegidos por tais inviolabilidades como os edomitas, moabitas e
amonitas. O fato de se fazer uma oferta de paz a Siom (2:26) indica que a sua
terra na Transjordânia (que antes pertencera aos moabitas e amonitas; cons. Js.
13:25; 21:26; Jz. 11:13) não fazia parte da terra particular prometida a Israel
(cons. Dt. 20:10). Mas o seu povo, sendo povo de Canaã, caiu sob o princípio do
herem (veja 7:1-5 ; cons. 2:33-35; 3:6; 7:2, 16 ; 20:14-17).
Era o momento no qual os amorreus estavam maduros para
o julgamento, momento este estabelecido como a hora de Israel conquistar Canaã
(cons. Gn. 15:16). Com a expansão dos amorreus, além do Jordão, havia uma
correspondente extensão de território que se tornaria possessão de Israel pela
conquista. Portanto, uma nova ordem divina estava a espera de Israel no Amom:
Passa a possuí-la, e contende (v. 24); e uma nova promessa divina: Hoje
começarei a meter o terror e o medo de ti aos povos (v. 25). O processo da
derrota de Siom foi muito semelhante ao de Amenofis II, o Faraó do Êxodo. Ambos
foram solicitados a prestar um favor aos israelitas (vs. 26-29), mas
recusaram-se porque o Senhor... endurecera o seu espírito (v. 30). Ambos
tomaram atitude hostil contra Israel (v. 32) e sofreram a derrota, quando o
Senhor lutou por Seu povo (vs. 31,33 e segs.), (Veja comentário sobre 2: 29 em
2-8.) O curso superior do Jaboque a leste, corre do norte para o sul, separando
o reino de Siom dos amonitas (2:37).
36.
Tudo isto o Senhor nosso Deus nos entregou. Nesta
vitória, o começo da desapropriação dos amorreus, houve uma demonstração do
poder irresistível e autoridade absoluta do domínio do Senhor sobre e em favor
de Israel. Com referência à narrativa original da derrota de Siom, veja Nm.
21:21 e segs.; para a derrota de Ogue, veja Nm. 21:33 e segs.
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