Interpretação de Jó 28
Jó 28
28:1-28. Alguns comentadores consideram este capítulo como um
interlúdio único inserido pelo autor para separar o diálogo do sumário final de
Jó (caps. 29-31). Foi tratado aqui como uma continuação da instrução de Jó
sobre “o que encerra a mão de Deus” (27:11a) e, como tal, demonstra ainda mais
que a sua piedade é genuína e fervorosa.
1-11. Em contraste com o tema seguinte sobre o fracasso do homem quando
procura a sabedoria longe de Deus (v. 12 e segs.), aqui está o quadro do
sucesso dos ousados filhos de Tubal-Caim (cons. Gn. 4:22) em explorar os
tesouros escondidos da terra. A conquista da terra pela humanidade, ordenada
por Deus no princípio (Gn. 1: 28), foi delineada por fenomenais triunfos
tecnológicos.
12-19. Mas onde se achará a sabedoria? (v.12a). A seção seguinte (20-27) também
foi introduzida por esta pergunta que faz um estribilho. Ali ela recebe
resposta positiva, mas aqui uma negativa. Apesar de espantosas conquistas nos
empreendimentos científicos (vs. l-11), os homens não são capazes de alcançar a
sabedoria por meio da técnica ou pelos tesouros da ciência. Esse prêmio supremo
não pode ser obtido por meio de investigações ou compras, porque não está, como
algumas pedras preciosas, depositado na terra ou no mar (vs, 13, 14).
20-27. Por trás da suposição que o homem pode descobrir a sabedoria, jaz a
pressuposição que o Criador possui sabedoria infinita. A sabedoria não se
encontra na terra dos viventes (v. 21; cons. 13, 14), nem no reino dos mortos
(v. 22). O caminho da sabedoria está além do alcance do homem desamparado, aqui
ou na outra vida. Só é diretamente visível por Aquele que desfruta da percepção
que tudo abrange e em tudo penetra (vs. 23, 24). Observe o uso de ouvir e
ver em relação ao conhecimento parcial e perfeito respectivamente (vs.
21-27). O Criador percebeu a sabedoria desde o começo, quando ordenou as leis
do mundo (vs. 25, 26). De fato, a criação natural, com suas leis governantes
estabelecidas por Deus, é uma expressão e corporificação da sabedoria (v. 27;
cons. Pv. 8:22-31). Pois a sabedoria é a expressão da Sua vontade e torna-se
articulada para o homem na lei de Deus - natural e moral. A lei divina é a
forma na qual Deus revela Sua sabedoria aos homens.
28.
O temor do Senhor é a sabedoria. Quando o homem reconhece
reverentemente que ele e o seu mundo estão sujeitos ao Criador, esse
reconhecimento passa a ser o sangue vital da sabedoria humana, a ponto de poder
ser identificado com a própria sabedoria. Um homem meça a ser sábio quando ele
deixa de procurar sabedoria independentemente de Deus e no seu próprio poder.
Ele progride na sabedoria através da meditação sobre a lei moral e da
investigação da lei natural. Além de um verdadeiro reconhecimento da revelação
divina, quer na criação natural quer na Palavra, a meditação do homem e a sua
investigação produzem não a sabedoria mas a loucura. O empreendimento cultural
que não começa nem se consuma no culto é vão. E o culto, se não for o
verdadeiro culto ao Senhor, é vaidade. O temor do Senhor, a consagração da
aliança, é o começo e a parte principal da sabedoria.
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