Interpretação de Josué 13
Josué 13 marca uma transição à medida que Josué envelhece e Deus o instrui a alocar os territórios não conquistados restantes entre as tribos israelitas. O capítulo descreve as terras que serão herdadas pelas tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés no lado leste do rio Jordão. Ele enfatiza os temas da herança, a fidelidade de Deus e a responsabilidade dos israelitas de continuar possuindo a terra enquanto se preparam para se estabelecer em seus territórios designados. Josué 13 destaca a progressão gradual da conquista dos israelitas, mudando seu foco para a distribuição à medida que recebem suas porções atribuídas na Terra Prometida.
Josué 13
Divisão da Terra Prometida. 13:1 – 22:34.
Esta grande porção de Josué apresenta com detalhes geográficos a distribuição da terra feita entre as tribos, com os limites das futuras possessões das tribos e geralmente com uma enumeração das cidades nelas contidas. Conforme Kaufmann argumentou, a distribuição da terra foi um ato de política nacional feita pelas tribos que conquistaram Canaã, começada enquanto os israelitas ainda se encontravam em seu acampamento base em Gilgal (op. cit., pág. 25).
É importante reconhecer que as tribos ainda não tinham colonizado suas porções quando estas listas foram esboçadas, Na verdade os danitas não se estabeleceram permanentemente em seu território designado; Efraim não conquistou nem colonizou Gezer (16:3, 10; 21:21); e os benjamitas jamais conquistaram ou desfrutaram da ocupação exclusiva de Jerusalém, embora esta cidade fosse destinada a Benjamim (18:28). Além disso, o fato de Ofra e Ofni, cidades pertencentes a Benjamim (18:23, 24), ficarem a 4,8 kms ou 6,4 kms ao norte da fronteira de Efraim, aponta para um período precoce antes de qualquer problema tribal. Assim as listas dos territórios tribais não podem ser listas de cidades e distritos dos reinos de Judá e Israel, quer do período de Josias (de acordo com Alt, Noth, Mowinckel) quer do período de Josafá (de acordo com Cross, Wright, considerando Isa. 15:21-62; JBL, LXXV, Sept., 1956, 202-226). Muitas das cidades e suas vilas relacionadas nestes capítulos não foram tomadas pelos israelitas durante séculos. E algumas das localidades relacionadas poderiam estar desabitadas e só colonizadas pelos israelitas muito tempo depois da distribuição da terra.
Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés já tinham recebido seus territórios de Moisés na Transjordânia (Nm. 32:1-42; Is. 13:8-33). O retorno de seus soldados depois de ajudarem a conquistar Canaã foi descrito no capítulo 22. No cumprimento das bênçãos tribais pronunciadas por Jacó (Gên. 49) e Moisés (Dt. 33), a divisão principal da Terra Prometida foi entre as tribos de Judá e José; a distribuição divinamente orientada feita às outras tribos dependia desta divido básica.
A tribo de Judá recebeu o território ao sul de Canaã porque com Judá estava associado Calebe, que reclamou o Hebrom por herança (14:12-15). A tribo de Simeão mais tarde recebeu a sua parte com Judá porque "a parte dos filhos de Judá era grande demais para eles" (19:9). Os descendentes de José – Efraim e a outra meia tribo de Manassés – recebeu o centro de Canaã (Samaria), evidentemente porque Siquém foi destinada a José por Jacó (Gn. 48:21, 22; Is. 24:32), Siló, onde estava localizado o Tabernáculo (18:1), ficava no território de Efraim, sendo escolhido este sítio estratégico na região montanhosa por causa de sua defensibilidade e sua localização central para todas as tribos.
Entre Judá e Efraim, mais tarde foi concedido um território a Benjamim (18:11-28) e, na direção do Mediterrâneo, para Dã (18:40-48), As tribos restantes – Zebulom, Issacar, Aser e Naftali – tiraram sortes ao mesmo tempo pelos territórios ao norte de Manassés nas regiões de Jezreel e Galiléia (19:10-39). Além das porções tribais, foram indicadas cidades de refúgio e as cidades dos levitas (20:1 – 21:42). O método de distribuição da terra para as sete últimas tribos foi o de lançar sortes diante do Senhor (18:6; veja comentário sobre 7:16-18). As seções, com suas fronteiras, sem dúvida foram predeterminadas a seguirem ao longo de linhas naturais de defesa segundo uma comissão especial, escolhida para delinear a terra restante (18:4-9).
A partilha da terra não foi tarefa fácil, mas complexa, que exigia orientação cuidadosa e considerável período de tempo.
Deus Ordena que se Divida a Terra. 13:1-7.
13:1. Era Josué... já idoso, entrado em dias. Ficaria melhor, Josué tinha envelhecido e estava entrado em anos, pois considerando que aproximava-se de cento e dez anos de idade em 23:1 (veja 24:29), ele devia ter noventa ou cem anos nesta passagem. A partilha, como também a tomada da terra, fora incluída na tarefa de Josué (1:6). Portanto, sua idade avançada fornecia razão especial para que logo se entregasse ao desempenho desta obrigação – isto é, dividir a terra de Canaã entre as tribos de Israel, não apenas as partes já conquistadas mas também aquelas ainda a serem subjugadas (Jamieson em JFB). Josué teve de se conformar em ver a sua tarefa da conquista, para a qual o Senhor o comissionara, ainda por realizar, a fim de que Deus pudesse desenvolver a energia e a coragem de cada tribo em particular, Os povos e regiões ainda a serem conquistados estão discriminados (13:2-6).
13:2b-4a. Traduzido e pontuado: Todas as regiões dos filisteus e dos gesuritas (desde Sior, que está deste lado do Egito, na direção do norte até a fronteira do Ecrom, que se considera como dos cananitas; são cinco tiranos dos filisteus, o de Gaza, o de Asdode, o de Asquelom, o de Gade e o de Ecrom), e dos aveus ao sul- toda a terra dos cananitas e as cidades que pertencem aos sidônios. Só aqui em Josué foram mencionados os filisteus; pois este povo de Creta ("Caftor", Amós 9:7) não invadiu a Palestina em grande número antes de 1200 A.C., de acordo com os registros egípcios. Em Js. 11:22 são os enaquins, não os filisteus, que habitavam as cidades de Gaza, Gade e Asdode que vieram a ser mais tarde dos filisteus. Os filisteus não estão relacionados em 12:8 entre os habitantes da terra. Ainda estavam confinados à região costeira do Neguebe (Êx. 13:17), perto de Sior (Wadi el-Arish), na mesma região onde os precursores dos filisteus foram encontrados no período patriarcal (Gn. 21:32; 26:1). Foram colocados em pé de igualdade com os gesuritas (I Sm. 27:8) e os avins (Dt. 2:23). Seus precursores podiam bem ter sido os mercadores minoanos (cretenses), que estavam estabelecendo colônias comerciais ao redor do Mar Mediterrâneo desde 2000 a.C. Filístia foi mencionada como um precinto de Creta no Disco de Faistos, datado de cerca de 1450A.C. (JNES, XVIII, 1950, 224 -227). À luz das evidências precedentes, Js. 13:3 talvez seja uma antiga anotação amanuense para nos informar que o domínio dos cinco príncipes filisteus (seren, Jz. 16:5; I Sm. 5:8) no tempo de Josué ainda pertencia aos cananitas.
O Território das Tribos Transjordânicas. 13:8-33.
13:8. Com a outra. A ordem divina a Josué termina em 13:7; este versículo diz literalmente, Com a outra meia tribo (de Manassés) os rubenitas e os gaditas já receberam sua herança.
Índice: Josué 1 Josué 2 Josué 3 Josué 4 Josué 5 Josué 6 Josué 7 Josué 8 Josué 9 Josué 10 Josué 11 Josué 12 Josué 13 Josué 14 Josué 15 Josué 16 Josué 17 Josué 18 Josué 19 Josué 20 Josué 21 Josué 22 Josué 23 Josué 24
Josué 13
Divisão da Terra Prometida. 13:1 – 22:34.
Esta grande porção de Josué apresenta com detalhes geográficos a distribuição da terra feita entre as tribos, com os limites das futuras possessões das tribos e geralmente com uma enumeração das cidades nelas contidas. Conforme Kaufmann argumentou, a distribuição da terra foi um ato de política nacional feita pelas tribos que conquistaram Canaã, começada enquanto os israelitas ainda se encontravam em seu acampamento base em Gilgal (op. cit., pág. 25).
É importante reconhecer que as tribos ainda não tinham colonizado suas porções quando estas listas foram esboçadas, Na verdade os danitas não se estabeleceram permanentemente em seu território designado; Efraim não conquistou nem colonizou Gezer (16:3, 10; 21:21); e os benjamitas jamais conquistaram ou desfrutaram da ocupação exclusiva de Jerusalém, embora esta cidade fosse destinada a Benjamim (18:28). Além disso, o fato de Ofra e Ofni, cidades pertencentes a Benjamim (18:23, 24), ficarem a 4,8 kms ou 6,4 kms ao norte da fronteira de Efraim, aponta para um período precoce antes de qualquer problema tribal. Assim as listas dos territórios tribais não podem ser listas de cidades e distritos dos reinos de Judá e Israel, quer do período de Josias (de acordo com Alt, Noth, Mowinckel) quer do período de Josafá (de acordo com Cross, Wright, considerando Isa. 15:21-62; JBL, LXXV, Sept., 1956, 202-226). Muitas das cidades e suas vilas relacionadas nestes capítulos não foram tomadas pelos israelitas durante séculos. E algumas das localidades relacionadas poderiam estar desabitadas e só colonizadas pelos israelitas muito tempo depois da distribuição da terra.
Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés já tinham recebido seus territórios de Moisés na Transjordânia (Nm. 32:1-42; Is. 13:8-33). O retorno de seus soldados depois de ajudarem a conquistar Canaã foi descrito no capítulo 22. No cumprimento das bênçãos tribais pronunciadas por Jacó (Gên. 49) e Moisés (Dt. 33), a divisão principal da Terra Prometida foi entre as tribos de Judá e José; a distribuição divinamente orientada feita às outras tribos dependia desta divido básica.
A tribo de Judá recebeu o território ao sul de Canaã porque com Judá estava associado Calebe, que reclamou o Hebrom por herança (14:12-15). A tribo de Simeão mais tarde recebeu a sua parte com Judá porque "a parte dos filhos de Judá era grande demais para eles" (19:9). Os descendentes de José – Efraim e a outra meia tribo de Manassés – recebeu o centro de Canaã (Samaria), evidentemente porque Siquém foi destinada a José por Jacó (Gn. 48:21, 22; Is. 24:32), Siló, onde estava localizado o Tabernáculo (18:1), ficava no território de Efraim, sendo escolhido este sítio estratégico na região montanhosa por causa de sua defensibilidade e sua localização central para todas as tribos.
Entre Judá e Efraim, mais tarde foi concedido um território a Benjamim (18:11-28) e, na direção do Mediterrâneo, para Dã (18:40-48), As tribos restantes – Zebulom, Issacar, Aser e Naftali – tiraram sortes ao mesmo tempo pelos territórios ao norte de Manassés nas regiões de Jezreel e Galiléia (19:10-39). Além das porções tribais, foram indicadas cidades de refúgio e as cidades dos levitas (20:1 – 21:42). O método de distribuição da terra para as sete últimas tribos foi o de lançar sortes diante do Senhor (18:6; veja comentário sobre 7:16-18). As seções, com suas fronteiras, sem dúvida foram predeterminadas a seguirem ao longo de linhas naturais de defesa segundo uma comissão especial, escolhida para delinear a terra restante (18:4-9).
A partilha da terra não foi tarefa fácil, mas complexa, que exigia orientação cuidadosa e considerável período de tempo.
Deus Ordena que se Divida a Terra. 13:1-7.
13:1. Era Josué... já idoso, entrado em dias. Ficaria melhor, Josué tinha envelhecido e estava entrado em anos, pois considerando que aproximava-se de cento e dez anos de idade em 23:1 (veja 24:29), ele devia ter noventa ou cem anos nesta passagem. A partilha, como também a tomada da terra, fora incluída na tarefa de Josué (1:6). Portanto, sua idade avançada fornecia razão especial para que logo se entregasse ao desempenho desta obrigação – isto é, dividir a terra de Canaã entre as tribos de Israel, não apenas as partes já conquistadas mas também aquelas ainda a serem subjugadas (Jamieson em JFB). Josué teve de se conformar em ver a sua tarefa da conquista, para a qual o Senhor o comissionara, ainda por realizar, a fim de que Deus pudesse desenvolver a energia e a coragem de cada tribo em particular, Os povos e regiões ainda a serem conquistados estão discriminados (13:2-6).
13:2b-4a. Traduzido e pontuado: Todas as regiões dos filisteus e dos gesuritas (desde Sior, que está deste lado do Egito, na direção do norte até a fronteira do Ecrom, que se considera como dos cananitas; são cinco tiranos dos filisteus, o de Gaza, o de Asdode, o de Asquelom, o de Gade e o de Ecrom), e dos aveus ao sul- toda a terra dos cananitas e as cidades que pertencem aos sidônios. Só aqui em Josué foram mencionados os filisteus; pois este povo de Creta ("Caftor", Amós 9:7) não invadiu a Palestina em grande número antes de 1200 A.C., de acordo com os registros egípcios. Em Js. 11:22 são os enaquins, não os filisteus, que habitavam as cidades de Gaza, Gade e Asdode que vieram a ser mais tarde dos filisteus. Os filisteus não estão relacionados em 12:8 entre os habitantes da terra. Ainda estavam confinados à região costeira do Neguebe (Êx. 13:17), perto de Sior (Wadi el-Arish), na mesma região onde os precursores dos filisteus foram encontrados no período patriarcal (Gn. 21:32; 26:1). Foram colocados em pé de igualdade com os gesuritas (I Sm. 27:8) e os avins (Dt. 2:23). Seus precursores podiam bem ter sido os mercadores minoanos (cretenses), que estavam estabelecendo colônias comerciais ao redor do Mar Mediterrâneo desde 2000 a.C. Filístia foi mencionada como um precinto de Creta no Disco de Faistos, datado de cerca de 1450A.C. (JNES, XVIII, 1950, 224 -227). À luz das evidências precedentes, Js. 13:3 talvez seja uma antiga anotação amanuense para nos informar que o domínio dos cinco príncipes filisteus (seren, Jz. 16:5; I Sm. 5:8) no tempo de Josué ainda pertencia aos cananitas.
O Território das Tribos Transjordânicas. 13:8-33.
13:8. Com a outra. A ordem divina a Josué termina em 13:7; este versículo diz literalmente, Com a outra meia tribo (de Manassés) os rubenitas e os gaditas já receberam sua herança.
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