Interpretação de Josué 17
Josué 17
3)
Divisão de Clãs no Território de Manassés. 17:1-6.
1. Traduzir : Havia (também) um quinhão (em Canaã) para a
tribo de Manassés, pois era o primogênito de José. (Portanto) Maquir, o
primogênito de Manassés, o pai (isto é, senhor, proprietário) de (a terra
de) Gileade, sendo um homem de guerra, recebeu Gileade e Basã.
2-6. O fato das dez porções destinadas às clãs de Manassés em Canaã terem
sido realmente estabelecidas, confirmou-se muitos séculos mais tarde pela ostraca
de Samaria, datada de cerca de 770A.C. Esses registros de pagamento de impostos
em espécie dos diversos distritos das clãs, descobertos no palácio de Jeroboão
II, incluem o nome de Abiezer (como um distrito; cons. Jz. 6:34; 8:2),
Heleque, Siquém, Semida, Noa e Hogla (veja Nm. 26:28-34; 27:1-11; 36:1-13).
4)
A Posse de Manassés em Canaã. 17:7-13.
7. O litoral de Manassés estendia-se desde Sior-Libnate, a enseada que
fazia limites com Aser, exatamente ao sul de Dor (19:26), até Micmetá (16:6).
Este sítio fica diante de (ou, do lado oposto a) Siquém (‘al-penê
Shekem), isto é, olhando-se para o leste de Micmetá, através da Planície do
Sarom pode-se ver o vale de Siquém entre as colinas arredondadas de Ebal e
Gerizim (G.A. Smith, The Historical Geography of the Holy Land, pág. 1
19).
8. A terra ou os campos de Tapua ficavam ao norte das
ribanceiras do Rio Cana em Manassés, embora a própria Tapua ficasse ao sul do
rio em Efraim.
9. As cidades . . . pertenciam a Efraim. Eva Danelius (op. cit., 1958, págs.
135-142) sugeriu que se traduzisse ‘arîm ha'elleh como ‘arîm ha'ela que
seguindo a LXX (edição de Margolis) ficaria assim: "O ‘Arim (equivalente
ao árabe haram, uma região isolada, santa) do terebinto pertence a
Efraim entre as cidades de Manassés". Sobre o lugar sagrado com o seu
carvalho ou terebinto perto de Siquém, veja 24:26 e o comentário sobre
24:25-28. Assim Siquém, a cidade de refúgio, era considerada como se estivesse
no Monte Efraim (20:7).
11. A região dos três outeiros, isto é, o Monte Tabor, o Monte Moré e o
Monte Carmelo ou Monte Gilboa (Baly, The Geography of Bible, págs. 173,
174), A fronteira setentrional com Aser e Issacar foi bem menos definida porque
Manassés, a tribo mais forte, recebeu as fortalezas cananitas que resistiram.
"Este fato deveria manifestamente despertar uma solidariedade entre as
diversas tribos e evitar a desunião criando interesses comuns. Os interesses
das tribos mais fortes seriam atendidos completando-se a conquista dos
territórios destinados às mais fracas" (C.H. Waller, A Bible Commentary
for English Readers, pág. 142). Escavações revelaram que a Megido cananita
não se rendeu a Israel até a segunda metade do século doze A.C.
12,13. Porquanto os cananeus persistiam em habitar
nessa terra. Isto é, estavam
determinados a permanecer naquela região, Manassés não pôde expulsá-los.
Jamieson sugere que "indolência, amor ao conforto e talvez humanidade
equívoca, brotando de um descaso ou esquecimento da ordem divina, um decréscimo
do princípio da fé e do zelo no serviço de Deus, foram as causas do seu
fracasso" (JFB, pág, 154).
5)
As Tribos de José Exigem Mais Terras. 17:14-18. Josué teve diplomacia e firmeza
ao lidar com seus companheiros de tribo. Não lhes concedeu porção adicional,
mas estimulou-os a devastar as matas e a colonizar a região montanhosa. Que o
Maciço Central já foi fortemente coberto de matas está comprovado pelas pinhas
e sementes de terebinto e chifres de veados encontrados em muitas escavações e
o dente de um porco-do-mato em Gezer, como também madeira de cipreste e pinho
na fortaleza de Saul em Gibeá (Tell el-Full). Embora os cananeus ocupassem as
melhores terras o vale de Jezreel (v. 16) – e possuíssem equipamento
militar superior – carros equipados com projéteis afiados de ferro, sem dúvida
obtidos nesse período dos heteus da Ásia Menor,– as montanhas de Efraim e
Manassés estavam muito escassamente colonizadas por volta de 1400 A.C. Com
exceção de Siquém e Tirza, são singularmente poucos os sítios com cidades
fortificadas ou vilas cananitas do último período da Idade do Bronze, entre
Betel e Ibleam. De toda aquela região, Siquém, talvez seja a única cidade cujo
nome se encontra nas Cartas de Amarna. Mesmo Dotã, tomada por Tutmose III em
cerca de 1479 A.C., não foi mencionada em Josué, Juizes ou nas Cartas de
Amarna. Portanto esta grande região provavelmente se encontrava despovoada em
1400 A.C. Um pouco mais tarde os locais habitados aumentaram rapidamente na
região montanhosa, conforme os israelitas foram aprendendo o artifício de
cavarem cisternas, revestindo-as com reboco à prova d'água para armazenar a
água das chuvas (Albright, Archaeology of Palestine, pág, 113). Assim
existe uma razão para a falta de cidades nas listas de Josué 16 e 17.
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