Interpretação de Josué 5
Josué 5
E.
Renovação da Observância da Circuncisão e da Páscoa. 5:2-12.
A circuncisão e a comemoração da Páscoa marcaram os
estágios finais da preparação do povo escolhido por Deus para a Guerra Santa.
Estando os habitantes de Canaã tomados de terror, Josué pôde permitir que seus
soldados ficassem imobilizados alguns dias por causa da circuncisão, o
pré-requisito da festa da Páscoa (Êx. 12:44, 48).
2. Facas de pederneira, literalmente, não de bronze; embora instrumentos
cortantes de pedra não estivessem mais em uso. Mas o uso de facas de pederneira
para a execução desse ritual parece ter sido uma exigência (cons. Êx. 4:25). A
arte egípcia descreve a sobrevivência deste costume, sem dúvida por causa do
conservatismo religioso. Passa de novo a circuncidar. A ordem não era
para os homens mais velhos, nascidos no Egito; antes, os homens de Israel, como
um todo, deviam agora retornar (shub) a sua anterior condição de
circuncisão como um povo em relacionamento convencional com Jeová. De novo pode
simplesmente enfatizar a palavra shub, “novamente” (Keil); ou pode
indicar uma circuncisão geral em alguma ocasião anterior, como a da Páscoa de
Nm. 9:5, uma vez que uma multidão mista acompanhava o povo (Jamieson em JFB). O
povo não negligenciou propositadamente o ritual desde que partira do Sinai, mas
ao que parece, Deus proibira a sua prática porque a nação estava sob juízo. O
povo se rebelara contra Jeová repetidamente, praticara a idolatria e
recusara-se a entrar na terra (Nm. 14:1-10) que lhes fora prometida na aliança
abraâmica (Gn. 15:18; 17: 8); por liso ficou proibido de colocar sobre seus
filhos o sinal da aliança abraâmica, a qual havia sido transgredida em espírito
e realidade.
9. O opróbrio do Egito não se refere aos vexames ou escárnios a que Israel
ficou exposto diante dos egípcios, nem a miséria que os israelitas suportaram
como escravos no Egito, mas à suspensão do acordo contido na aliança abraâmica
da qual a circuncisão era um sinal. A palavra herpé, “opróbrio”, costuma
se referir à condição de vergonha, desgraça (cons. Gn. 34:14 com referência à
desgraça dos incircuncisos). Ainda que libertos da terra do Egito e ligados a
Deus pela aliança do Sinai, não obstante os israelitas anularam a aliança
abraâmica (condicionada à fé em Jeová) e à aliança mosaica (condicionada à
obediência a Jeová) pela saudade que sentiam da adoração idólatra do Egito (Êx.
32; Is. 24:14; cons. Ez. 20:5-9; 23:3,8; Atos 7:3942) e de seus prazeres (Êx.
16:3; Nm. 11:5, 18; 14:2- 10; 16:13). Reconhecendo sua apostasia, Moisés
exortava os israelitas a se arrependerem diante de Jeová, empregando a figura
da circuncisão (Dt. 10:16). Quando pela fé o povo de Israel penetrou em sua
terra prometida e demonstrou sua prontidão em aceitar os termos da aliança
divina submetendo-se à circuncisão, então a vergonha da sua idolatria e sua
ansiedade libidinosa proveniente do Egito foi completamente removida. Chamou
a Gilgal. Um novo significado de “revolvimento” foi acrescentado por Israel
ao velho nome, que provavelmente significava “círculo” (veja observações sobre
Js. 4:19 – 5:1).
10. Celebraram a páscoa. Esta é apenas a terceira Páscoa
registrada; a segunda (Nm. 9:5) foi comemorada no primeiro aniversário de sua
instituição. Por muitos anos o povo não estivera em relacionamento convencional
com Deus, e por isso não podia comemorar a Páscoa (veja Amós 5 ; 25, 26).
11. Fruto da terra. Os frutos ou produtos da terra comidos na forma do
pão asmo (Êx. 12:14-20), e espigas tostadas ou torradas de cevada (cons. Lv.
2:14; Rute 2:14), que também constituía alimento sem fermento e fácil de
preparar. Uma vez que a cevada estava à disposição deles por causa da colheita
que estava em progresso no oásis de Jericó, daquele dia em diante o dom do maná
cessou completamente (Êx. 16:35).
6:1. Rigorosamente fechada. O hebraico expressa o fato de que os
defensores haviam fechado o portão, e Jericó estava incomunicável, sitiada
pelos israelitas. Este versículo é um parêntesis introduzido para explicar a
situação imediata de Jericó para o leitor, seguida das ordens divinas para
Josué (6:2-5).
2. Entreguei na tua mão a Jericó. Jeová, o Comandante de Josué, prometeu a
destruição divina e sobrenatural de Jericó como o penhor da tomada de toda Canaã.
Josué portanto já não precisava mais planejar como tomar Jericó.
3. Vós... rodeareis. A execução desta ordem em absoluto silêncio, a não
ser pelas trombetas (6:8), só poderia produzir o ridículo entre o inimigo, e
assim seria uma disciplina de humilhação para os israelitas. O resplendor da fé
da parte de Josué. dos sacerdotes e do povo luziu por uma semana no mais alto
grau atingido em toda a história de Israel (cons. Hb. 11:30).
4. Sete trombetas de chifres de camelos. Literalmente, sete trombetas do
jubileu. O hebraico yobel (“chifre de carneiro”), de origem incerta,
foi usado pela primeira vez em Êx. 19:13, antes mesmo das referências feitas ao
ano do jubileu (Lv. 25:8-54; 27:17-24; Nm. 36:4); parece ter um significado
religioso-cerimonial, anunciando a chegada de Jeová como Rei, quer para o Seu
povo a fim de completar Sua aliança ou para proclamar remissão e liberdade, ou
quer para os Seus inimigos a fim de jogá-los e destruí-los. A “trombeta de Deus”
(I Ts. 4:16) terá este duplo propósito quando anunciar o segundo advento de
Cristo. Sete sacerdotes com sete trombetas durante sete dias significavam que o
julgamento seria completo.
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