Interpretação de Josué 6
Josué 6
B.
A Campanha Central. 6:6 – 8:29.
Primeiro Jericó no Vale do Jordão, depois Ai na
cadeia central de montanhas.
1)
Tomada de Jericó. 6:6-27.
As provas arqueológicas de Jericó (Tell es-Sultã) não
são explícitas quanto a tomada desta fortaleza por Josué. A expedição da Srta.
Kathleen Kenyon (1952-1958) demonstrou que os muros paralelos da fortaleza
(feitos de tijolos de barro e caídos para fora) que foram escavados por John
Garstang (1930-1936) e datados do período final da Idade do Bronze (1500-1200
A.C.), pertenceram realmente a um período muito anterior aos dias de Josué. Em
sepulturas ao oeste da cidade, contudo, Garstang descobriu 320 objetos do
período final da Idade do Bronze, inclusive dois selos com escaravelhos de
Amenhotep III (1410-1372 A-C.), como também cacos de vasos de barro desse mesmo
período no canal e sobre a elevação, especialmente em fragmentos de rocha por
baixo do “Edifício Central” isolado (o qual Garstang atribuiu a Eglom; veja
Juízes 3: 12-30). Assim ele confirmou a ocupação do local nos dias de Josué.
Garstang e Kenyon (que descobriu um pavimento com um forno e um pequeno vaso)
concordavam essencialmente que a cidade anterior, habitada pelos hicsos, foi
destruída e incendiada em cerca de 1560 A.C. Então o outeiro ficou vazio por
cerca de 150 anos.
Uma vez que as formas de cerâmica típicas do século
quinze estão ausentes, a reocupação deve ter acontecido em cerca de 1410.
Provavelmente no período final da Idade do Bronze os cananitas usaram novamente
a fortaleza hicsa, sobre a qual construíram o seu próprio muro de tijolos de
barro. O motivo porque não se encontrou mais cerâmica do período final da Idade
do Bronze deve ser porque a cidade foi novamente ocupada tão pouco tempo antes
de sua destruição em 1407. Além disso, deve-se levar em conta a totalidade da
destruição (Js. 6:21, 24) e a exposição da maior palre deste estrato à erosão
durante os cinco séculos seguintes, até que Hiel reconstruiu Jericó (I Reis
16:34).
Nesta porção vemos o triunfo da fé. Israel executou a
obra de Deus à maneira dele, por mais tola que a sua marcha possa ter parecido
(cons. l Co. 1: 25 ).
8. A arca da aliança do Senhor ia atrás deles. Mencionada nove vezes em
6:6-13, a arca certamente simbolizava para Israel que Jeová estava com eles e
os conduzia nessa manobra estranha.
15. Naquele dia rodearam a cidade sete vezes. Pode-se facilmente contornar
a elevação de 2,30kms em quinze ou vinte minutos.
17. Condenada. Herem, LXX anátema, traduzido em 6:21 para “destruíram totalmente”. Herem
era algo irrevogavelmente dedicado a Deus, por ser hostil à teocracia e por
ter-se consagrado ou associado com outra divindade (Dt. 7:25, 26; 20:17, 18 ;
Pedra Moabita, linha 17). Para evitar que fosse colocada em uso, o objeto (às
vezes) ou à pessoa (sempre) era excomungada e destinada à destruição (Êx. 22:
20; Lv. 27:29; Dt. 13:15-17; I Sm. 15:3, 21) através de sentença divina pronunciada
pelo devidamente designado líder de Deus. Certas propriedades (Lv. 27:21, 28 )
ou objetos capturados (Js. 6:19), contudo, podiam ser anatematizados e
dedicados ao uso sagrado no santuário ou dos sacerdotes (Nm. 18:14; Ez. 44:29).
Só no caso de Jericó, a cidade com tudo o que continha foi completamente
dedicado a Jeová (nada pôde ser considerado como presa pelo povo; mas cons. Dt.
2:35; Js. 8:27; 11:14) como as primícias da terra, como um sinal de que
receberiam dEle toda a Canaã. Assim a destruição não era devida ao desejo
incontido de sangue.
18. Traduzir: Mas vós, abstende-vos totalmente da porção dedicada, para
que não cobiceis (de acordo com a LXX e 7:21) e não tomeis alguma coisa
da porção dedicada, colocando o acampamento de Israel em condição de dedicação,
provocando (assim) calamidade sobre vós.
20. Ruíram as muralhas. Literalmente, o muro caiu no seu lugar; isto
é, desmoronou - com exceção da casa de Raabe. Quer Deus tenha empregado um
terremoto, quer não, foi um milagre exato e perfeito.
22-25. Josué agiu honrosamente conforme o acordo feito pelos dois espias com
Raabe (2:12-21). Raabe e seus parentes tiveram de ser colocados fora do
acampamento israelita para que, na qualidade de pagãos, pudessem ser
purificados da contaminação de suas idolatrias e para que os homens pudessem
ser circuncidados. O tempo determinado deveria ser de sete dias (Nm. 31:19).
26.
A maldição foi uma
proibição contra a reconstrução da fortaleza, não contra a habitação do local
(cons. Is. 18:21; Jz. 3:13 e II Sm. 10:5). Cumpriu-se no reinado de Acabe,
quando Hiel reconstruiu os muros à custa de seus dois filhos (I Reis 16:34).
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