Josué 7
Derrota
em Ai Por Causa do Pecado de Acã. 7:1-26.
Ai ficava cerca de duas milhas a leste de Betel, na
berrada oriental da cadeia de montanhas central, perto de Bete-Áven (7:2).
Escavações francesas (1933-1935) em et-Tell, o local geralmente identificado
com Ai, revelaram um intervalo (cerca de 2000-1200 A-C-j em sua ocupação,
indicando que et-Tell não estava ocupada quando Josué entrou em Canaã.
Aparentemente a evidência de et-Tell favorece sua identificação como Bete-Áven,
casa da idolatria, pois templos pagãos se encontravam no seu ponto mais
alto no terceiro milênio; e no tempo de Saul existia ali uma pequena povoação,
talvez desde o décimo quarto século, período em que viveu o escritor de Josué
(cons, 18:12; 1Sm.13:5; 14:23). Mais tarde, Oséias aplicou o nome de Bete-Áven
à vizinha Betel (Os. 4:15; 5:8 ; 10:5 ). Provavelmente et-Tell não deve ser
identificada com Ai. As antigas ruínas de Ai podem muito bem jazer sob a atual
povoação de Deir Dibwan logo a sudeste de et-Tell. Aiate (Is. 10:28) surgiu
mais tarde, em Quirbete Haiã, menos de uma milha ao sul de Deir Dibwan e foi a
Ai pós-exílica ou Aija (aramaico; Ed. 2:28; Ne. 7:32; 11:31). Seja qual for a
sua exata localização, nos dias de Josué foi uma cidade fortificada, separada
de Betel, com o seu próprio rei. Era lugar de estratégica importância dominando
a rota principal de Gilgal à região de Betel.
Este capítulo revela como a fé de um grupo do povo de
Deus pode ser solapada e estropiada pelos efeitos contaminantes de um
compromisso secreto da parte de apenas um único membro. O pecado espreita à
sombra da vitória da fé ; como fermento, logo contamina tudo. Vemos também
Josué como o guia espiritual que obteve a confissão do pecador com um misto de
doçura e severidade (Js. 7:19, 20), para que a nação pudesse repudiar o pecado
e fica livre do anátema que repousava sobre ela.
7:1. Prevaricaram. . . nas coisas condenadas. Literalmente, cometeram um abuso de
confiança em relação à porção dedicada, pois isto era um crime contra a lei
da aliança. Um único transgressor contra o herem (maldição) de Jericó
chamou a culpa e o castigo de tal traição sobre toda a nação. Este versículo
antecipa a narrativa a fim de apresentar a razão do contratempo.
7:2. Espiai. Os espiões erraram na estimativa do tamanho da
população de Ai (8:25; veja comentário sobre 2:23, 24).
7:5. Pedreiras (Shebarim). Lugares quebrados (isto é,
desfiladeiros) nos rochedos, associados à próxima garganta ao norte da outra
famosa garganta que fica em Micmash (I Sm. 14: 4, 5). Trinta e seis soldados
israelitas foram mortos quando foram ignominiosamente expulsos e tentaram em
pânico alcançar o caminho que descia para a beira sul do wadi.
7:6-9. Como um grande general, Josué ficou desanimado com tal desmoralização
logo no começo da guerra. Momentaneamente esquecendo-se de sua própria
autoridade (1:5), temeu que Deus tivesse abandonado Israel. Mais que tudo,
temia o reavivamento da esperança entre os cananitas e a desonra para o caráter
de Deus (cons. 4:24; Nm. 14:15,16; Dt. 9:28).
7:10-15. Jeová respondeu que o revés devia-se não à Sua falta de fidelidade mas
ao pecado de Israel (cons. Is. 59:1, 2). Ele revelou a realidade ou
perversidade do pecado (Js. 7:10, 11), seu resultado ou derrota (7:12), e o seu
remédio ou remoção (7:13, 14).
7:16-18. O ofensor, Acã, foi identificado pelo ritual sagrado de se lançar
sortes, talvez cacos de cerâmica marcados e colocados em um jarro (cons. I Sm.
10:20-24 ; 14:41, 42; Pv. 16:33). Este foi o método a ser usado na distribuição
da terra entre as tribos (Nm. 26:55).
7:19. Dá glória. Por meio desta solene invocação a que falasse a
verdade diante de Deus, Josué ordenou a Acã que fizesse uma confissão completa
(cons. Jo. 9:24). Dá glória. Literalmente; por meio de uma confissão Acã
renderia louvor ao Jeová onisciente revelando o segredo e reconhecendo que o
julgamento fora justo.
7:21. Uma boa capa babilônica. Literalmente, um lindo manto de Sinar,
uma vestimenta do Norte da Síria (cons. Amarna Letter n.º 35, linha 49)
provavelmente tecida com fios dourados, portanto dedicada ao tesouro de Deus.
Duzentos ciclos de prata. Barras ou anéis de prata, pesando o equivalente. Uma
barra de ouro. Um lingote de ouro, com cerca de 25, 4cms de comprimento, 2,
54cms de largura e 1, 27cms de espessura, igual à que Macalister desenterrou em
Gezer. Uma barra semelhante foi mencionada na Carta de Amarna nº 29, linha 39.
7:24-26.
Acã, ao roubar objetos
consagrados, colocou-se em estado de consagração, isto é, sob pena de
destruição. Qualquer um que toque no herem torna-se herem e fica
conseqüentemente dedicado à morte (cons. l Reis 20:42). Toda a casa de Acã,
inclusive seus filhos, foram amaldiçoados com ele (cons. Dt. 13:12-17). Vivendo
na mesma tenda, não podiam deixar de ser cúmplices. Pessoas infames costumavam
ser sepultados sob uma pilha de pedras (Js. 8:29; lI Sm. 18:17). O vale de
Acor (Perturbação, Is. 7:25), na fronteira ao norte de Judá (15:7),
é provavelmente o Wadi Qelt, 1,6 kms ao sul de Jericó.
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